quinta-feira, 4 de novembro de 2010

UMA PROPOSTA INTERESSANTE

Na vitória – quase empate – contra o Dragão goiano, o BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS apareceu com uma proposta nova, mas parece-me que não de um planejamento prévio.
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Por mais estranho que pareça, Joel Natalino Santana insiste em usar o garoto Caio Canedo, maior revelação do time neste ano, atacante nato, extremo que possui grande ímpeto de jogadas de velocidade, que pode trabalhar tanto em projeção à linha de fundo quanto fazendo o “facão”, partindo em diagonal contra a zaga adversária – embora demonstre melhor qualidade na projeção, 5 dos seus 7 gols no ano (excetuando-se justamente o primeiro, uma arrancada do meio de campo, e o último, um voleio de fora da área, que marcou no campeonato carioca deste ano) foram entrando em diagonal, da direita ao centro, pelas costas dos zagueiros, como elemento surpresa –; como ala. Caio é uma tragédia defendendo.
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É notório que aprendeu, neste ano com papai Joel, a defender em linha, algo tão prezado nos extremos modernos na Europa – vide Real Madrid, Chelsea, Arsenal, Internazionale, entre outros –, mas perdeu o ímpeto, distanciando-se cada vez mais da área, o que fez amargar um jejum de Abril até Novembro sem marcar gols. Mas era algo lógico de ocorrer, haja vista que o menino jogou o ano todo praticamente de ala, atuando apenas como atacante quando substituía um avante titular. É claro, excetuo suas próprias bobeiras e falhas pessoais.
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Mas o seu mundo mudou, quando, só se importando em defender, quando vestia a camisa 2, o Joel mandou que ele atacasse. E num cruzamento perfeito de Marcelo Mattos – que se encontrou em General Severiano –, o menino sai da ponta direita, cruza na frente de dois zagueiros e cabeceia em cheio, o goleiro ainda toca na bola. Gol de 7 clássico, para eu rememorar os tantos tentos de Jairzinho Furacão que vi em vídeos – e o cruzamento honroso de um 8 botafoguense, camisa que foi de Didi e de Gérson –.
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Assim acabamos o primeiro tempo e assim começamos o segundo: bate rebate, Somália se estica e assiste – talvez intencionalmente ou não, mas assiste – a Jobson dentro da área, canhota nela, e é gol. O BFR ganhou o jogo aqui.
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Daí o rubro-negro goiano se desesperou, foi pra cima, deu espaço, Jobson entrou livre e chutou fraco, Lúcio Flávio foi tocado na área e mergulhou na grama sagrado do Engenhão, o juiz dá pênalti, não tão claro quanto aquele do primeiro tempo. Loco Abreu nela, e rede. Lúcio Sai ovacionado, para a entrada do ainda pior Edno – que joga um jogo brilhante e três decepcionantes –. Tentou neste jogo, mais do que o segundo semestre inteiro: correu, apareceu, deu opção, demonstrou inteligência e visão de jogo; errou tudo o que tentou. Simplesmente não lembro um passe certo do Lúcio, mas percebi que sempre tentou colocar os atacantes numa posição privilegiada, e SE tivesse conseguido, os avantes sairiam de cara com o goleiro, mas SE não ganha jogo. Muitas vezes quem fez o enganche no centro do campo foi o Loco Abreu, armando o time e girando-o, e acelerando-o com sua visão de jogo privilegiada e seu toque de primeira.
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Daí o time relaxa – novamente, hein Joel! –, bola sobrando na área, um chute despretensioso, a bola bate debaixo da canela de Danny Moraes, sobe e mata Jefferson. O bota ainda teve mais uma chance: Jobson cruza a bola na cabeça de Abreu que assim não perdoa, na testada no contrapé entorta o goleiro que fica rendido, mas um zagueiro salvador estava entre a bola e o gol, escanteio. E o time fica ainda mais relaxado, e num contragolpe besta, lento, o 7 goiano conduz a bola de sua intermediária até à frente da área do Fogão, e Fahel só acompanhando de longe, de muito longe, mas de muito longe mesmo, desde antes do círculo central, a bola vai para direita e volta, rolada, e sem marcação alguma, uma bomba indefensável. Ainda bem que eram 47 do segundo tempo, em 10 minutos o BFR perdeu uma vantagem de 3 gols que foi diminuída para um. Ainda bem que não tinha mais tempo...
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Desta vez posso dizer muito, mas muito aliviado, ainda bem que, no futebol GANHA QUEM FAZ MAIS GOLS, QUEM NÃO LEVA SÓ EMPATA, ainda bem, mesmo.
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Joel iniciou com o 3-4-1-2, com o gol, Caio se solta, e passa a jogar no 2º tempo mais como atacante voltando, numa espécie de 3-4-3. Aproveitando-se que o BFR não tinha marcador pela direita, René Simões põe um meia-atacante por aquele lado, nisto, Joel inverte as posições de Caio e Somália, o que faz com que o Talismã fique literalmente como extremo-esquerdo – o que é muito bom no aprendizado do menino destro que só jogou pela direita, jogar com a perna invertida, em diagonal, dando espaço para a ultrapassagem de um lateral, é a forma como os atacantes rápidos se portam hoje em dia na Europa, vide Pedro, do Barça (destro na esquerda), Messi (ano passado jogava na direita, sendo canhoto), di Maria (canhoto na direita) e C. Ronaldo (destro na esquerda), ambos do Real, e Robben (canhoto na direita), do Bayern de Munique –. Continuo ainda não gostando de Jobson muito mais na frente do que o Loco Abreu, o 9 não sabe sair de uma linha de impedimento, é incrível isto.
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ONDE: JEFFERSON 1, CAIO 2, ANTÔNIO CARLOS 3, MÁRCIO ROSÁRIO 4, LEANDRO GUERREIRO 5, FAHEL 6, SOMÁLIA 7, MARCELO MATTOS 8, JOBSON 9, LÚCIO FLÁVIO 10, EDNO 11, LOCO ABREU 13, DANNY MORAES 14, RENATO CAJÁ 17:
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1º tempo:
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2-------------6------------8------------7
--------------------10--------------------
------------13----------------------------
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2º tempo (início):
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------------3----------------14----------
--------------------5---------------------
7-------------------6-------------------8
--------------------10-------------------
---------------13--------------------2--
-----------------------9-----------------
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2º tempo (final):
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------------3----------------4------------
--------------------5---------------------
2---------17---------------6-----------8
--------------------11-------------------
---------------13------------------------
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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

BONÍSSIMO FILHO QUE PERDI

Boníssimo filho que perdi pra serpente
de veneno doce e entorpecente
Boníssimo filho que perdi pra serpente
após o doce, amargo adstringente
Boníssimo filho que perdi pra serpente
amargo que acende a sede ardente
Boníssimo filho que perdi pra serpente
sede que ebule o sangue fervente
Boníssimo filho que perdi pra serpente
sangue que move o brutal da gente - Boníssimo filho que perdi pra serpente, brutalidade que agride a mente, Boníssimo filho que perdi pra serpente, mente que se quebra rapidamente; Boníssimo filho que perdi pra serpente que à mãe matou com ferro quente
Boníssimo filho
........................que perdi pra serpente
trocou meu ossos por dose que mal se sente
Boníssimo filho
que perdi
pra serpente
por mais uma gota de veneno em busca eternamente