Porém não podem rapinar a minha
Coragem, por bem mais que o algoz se esforça.
A vida ou é vida, ou vil rainha,
Ou ela é digna, ou com rancor te obriga
Beber o sumo amargo desta vinha
Regada em sangue e no suor da briga
Pelo dinheiro. Não há amor por perto.
No beco sento. A escuridão me abriga.
Afogo o meu cansaço em meu aperto.
Cai produção, o capataz me cobra.
Porém, com a Máquina não tem acerto.
Da Humanidade olhe a grandíssima obra:
De fome morta, amamentada a Cobra.