De que morri veio a escuridão, da escuridão veio uma praia
branca de areia fofa que banhava um mar salgado de água morna embebido pela foz
de um rio. Lembro de que tentei mover meu corpo, porém ele ficara na escuridão,
e agora eu era uma estrutura quântica que procurava o movimento ondular e
cíclico.
Seguindo
o rio deparei-me com um risonho bosque, lá deitei no gramado verde e lembrei
todas as vezes que me esqueci de fazer isso quando eu tinha peso para
esparramar-me sobre a gramínea, agora é como me deitar em nuvens, com leveza,
mas não esquecimento, nada esqueço aqui.
No
bosque eu senti o cheiro de uma cachoeira, lá me refresquei em sua água gelada
e a escalei, nunca o fizera em vida pelo peso abdominal que aqui de nada vale,
pois nem gravidade nem abdômen.
A
água que alimentava a cachoeira, o rio e o mar, vinha de uma montanha
branquinha, daquelas que nos fazem sentar e pensar, no pé da montanha vi uma
mesa posta e um local para mim.
Lá
estavam todos os meus ancestrais me esperando, e de um só me abraçaram,
perguntei à primeira molécula o porquê dela ter decidido juntar-se em um grupo
carbônico e começado a devorar aquelas que ainda não tinham evoluído para uma
forma de vida, ela me respondeu de bate-pronto, como se lhe fosse casual este
assunto.
Eis
que uníssono declamam para mim o sentido da vida, que não é mais do que um
verso épico, e surpreendi-me por ter percebido todo aquele tempo e não ter
aceitado o fato.
Volto-me
e vejo todos os meus descendentes até a entropia e o colapso e declamo para
eles o verso e eles mo devolvem em uníssono e surpreendi-me por ter percebido
todo aquele tempo e não ter aceitado o fato.
Então
alguém chega e me toma o coração, põe-lo numa bandeja de balança e o vejo cair
como que se rolasse toda a montanha branquinha, daquelas que nos fazem sentar e
pensar, e explica-me, enquanto põe uma pena de beija-flor da outra bandeja da
balança, que se o peso do meu coração for maior eu serei punido em medo, agonia
e tristeza pelo que fiz a ele, se o meu coração for mais leve eu poderei
sentar-me e tomar parte do banquete dos meus ancestrais, se o peso igualou-se
eu volto e vivo novamente.
Pisco e
vem a escuridão, da escuridão veio uma praia branca de areia fofa que banhava
um mar salgado de água morna, embebido pela foz de um rio. Lembro de que tentei
mover meu corpo, porém ele ficara na escuridão, e agora eu era uma estrutura
quântica que procurava o movimento ondular e cíclico.
Seguindo
o rio deparei-me com um risonho bosque, lá deitei no gramado verde e lembrei
todas as vezes que me esqueci de fazer isso quando eu tinha peso para
esparramar-me sobre a gramínea, agora é como me deitar em nuvens, com leveza,
mas não esquecimento, nada esqueço aqui.
No
bosque eu senti o cheiro de uma cachoeira, lá me refresquei em sua água gelada
e a escalei, nunca o fizera em vida pelo peso abdominal que aqui de nada vale,
pois nem gravidade nem abdômen.
A
água que alimentava a cachoeira, o rio e o mar, vinha de uma montanha
branquinha, daquelas que nos fazem sentar e pensar, no pé da montanha vi uma
mesa posta e um local para mim.
Lá
estavam todos os meus ancestrais me esperando, e de um só me abraçaram,
perguntei à primeira molécula o porquê dela ter decidido juntar-se em um grupo
carbônico e começado a devorar aquelas que ainda não tinham evoluído para uma
forma de vida, ela me respondeu de bate-pronto, como se lhe fosse casual este
assunto.
Eis
que uníssono declamam para mim o sentido da vida, que não é mais do que um
verso épico, e surpreendi-me por ter percebido todo aquele tempo e não ter
aceitado o fato.
Volto-me
e vejo todos os meus descendentes até a entropia e o colapso e declamo para
eles o verso e eles mo devolvem em uníssono e surpreendi-me por ter percebido
todo aquele tempo e não ter aceitado o fato.
Então
alguém chega e me toma o coração, põe-lo numa bandeja