terça-feira, 31 de maio de 2011

O PALÁCIO

PARTE I

Pela manhã os trabalhadores
Tomaram o palácio
À tarde talvez pela prima vez
o chão de madeira boa
cheirou à suor seco.

Mulheres e homens deitados
sentados pelo chão
..............poltronas macias de extrema beleza
ocupadas
..............palácio de mármore e madeira dourada
ocupado
cheiro cítrico de laranja

"O mármore durará para sempre"

Não há caos.

........Não ainda?

Ar refrigerado desligado
Banheiros trancados
Água cortada
Palácio ocupado

cheiro seco de suor e laranja cítrica

"O mármore durará para sempre"

Turismo e fotografias
pela prima vez defronte
à quadros históricos

..................................herói revolucionário
políticos + políticos

olho para cima agora
da escadaria eu vejo: belíssimo vitral
filtrando a luz pura do sol tropical

5 de Agosto
de
1585

Belos seios tenros: canalgodão

A pureza do sol tropical
"O mármore durará para sempre"
cheiro cítrico de suor e laranja seca

entram erguidos quem
.........................até hoje
encolheu-se frente à grandiosidade do palácio
"O mármore durará para sempre"

não o creio

.......o mármore morre antes do povo.


PARTE II

Comendo pão com água no Palácio
como se fôssemos 
REIS.

PARTE III

O povo chegou ao PODER.
mas não permitiram que dormíssemos NELE.

30-31/05/2011




domingo, 29 de maio de 2011

O COMPLEXO DE MESSIAS

A perfeição de ser Messi? Poder correr, veloz, veloz, e em cada passo, em cada progressão, conduzir a bola, impossível de ser parado, ela, perfeita, totalmente dominada. Messi é o salvador, do futebol. Contra ele não adiantam retrancas, só adianta atacar. Com a bola nos pés, a cada passo dominada, se vão volantes, se vão zagueiros, todos em fila, todos, um atrás dos outros.
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Contra Messi, só o futebol funciona. E o pior de toda esta constatação é perceber que, hoje, não há times no mundo que possam fazer frente a Messi e a seu retranqueiro técnico Guardiola. Guardiola, o retranqueiro dos retranqueiros: como suportar o sistema de marcação que este homem a cada dia que passa aperfeiçoa mais e mais, todos defendendo, retomando a bola em segundos, bloqueando em pressão lá na frente?
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Alex Fergusson, que é Sir, tentou, pôs Giggs em Xavi, pôs Carrick em cima de Iniesta, e pôs Rooney em cima de Busquets, para matar o metrônomo de Guardiola. Todo mundo esperava isso, todo mundo esperava pressão do Manchester United, todo mundo, inclusive Guardiola. Se, na primeira final entre os dois, em 2009, Guardiola colocou Messi de centro-avante, recuando, para confundir a marcação, fez, nesta final de 2011, o mesmo com Xavi. Que recuava até atrás da linha dos zagueiros, escapando da marcação, e armando o time de trás, com toda a sua privilegiada visão do jogo, e seu passe refinado, sua técnica apurada, relembrando o tempo – até 2007 – em que era primeiro volante. Giggs não acompanharia e não acompanhou.
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Mas devemos sempre relembrar que ele participou do lance mais importante dos ingleses: dentro da área, fez o pivô, devolvendo a bola para Rooney, na noite dos 10, fazer um golaço.
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Contudo, de nada serviu, porque antes Giggs não acompanhou Xavi, o mestre Xavi, o 8 dos 8, mas que veste a 6, com a cabeça erguida, com três opções de passe – a grande virtude de ter três atacantes à frente – meteu para Pedrito sozinho matar Van der Sar.
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E foi dali, donde Xavi viu Pedrito, dali, que logo após, Rooney fez um-dois com Giggs, que o maior do mundo fez a diferença. Como os zagueiros não subiam para proteger à frente da área, nem os volantes recuavam para fecha-la, Messi – o maior artilheiro de uma edição de Uefa Champions League (UCL) – e depois Villa poderem fazer os seus gols de fora, batendo, sem que ninguém os cobrisse – não importa quanto tempo passem sem fazer gols, artilheiro é artilheiro –.
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Fica-se a impressão: Quem pode parar esse Barcelona de Messi e Guardiola? Como parar este time? O único time do mundo que joga no mesmo modo e no mesmo nível é o Arsenal de Arsene Wenger, mas este Arsenal não tem a mesma qualidade técnica individual que o Barca, os blaugrana têm um gênio (Messi), dois craques (Iniesta e Xavi), dois acima da média (Villa e Dani Alves), dois jogadores taticamente impecáveis (Busquets e Pedro), e é recheado por jogadores ótimos e bons. Os Gunners passam a impressão de um time de ótimos e bons dependente do seu único craque (Fábregas), mas com nenhum realmente que possa decidir. O Manchester United parece ter um elenco mais a altura dos catalães, mas os Red Devils são tão azeitados no esquema de Fergusson, que parecem taticamente imutáveis – a grande mudança tática do time parece que é a transformação de Rooney dum second striker (segundo atacante) que vira playmaker (meia-de-ligação) para um playmaker que vira second striker –, que não conseguem se adaptar a imensa mutabilidade do time de Guardiola.
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A única “esperança” parece ser o Real Madrid de Mourinho, que possui um elenco suficiente forte para barrar o elenco do Barça, além de contar com um técnico hábil o suficiente para mudar, transformar o seu time, adaptá-lo ao futebol total catalão, tentando impedir o jogo de Lionel Messi.
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E Messi, O Messias do futebol, continua transformando o mundo, sem ele o Barcelona igualaria a seleção espanhola, muito toque, muita posse, ninguém que infiltre e finalize, com dribles, passes e finalizações. É o melhor que os sulamericanos têm a oferecer, em qualidade técnica, ao melhor que a Europa tem a oferecer – a escola do Danúbio, encarnada na figura de Cruyff –. E assim o esporte bretão vai se livrando da pecha que vinha dos anos 80, da força, do vigor, do defensivismo, e resgatando aquele futebol de exceção que morreu com a seleção de Telê e Zico em 1982.
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Como esse Barcelona lembra aquele futebol...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

PRÉVIA DA FINAL DA UEFA CHAMPIONS LEAGUE 28-05-2011: UMA MISSÃO "MESSIÂNICA"?

Navegando na net, deparei-me com o texto recém-escrito pelo jornalista Jonathan Wilson, um dos papas da análise tática mundial, autor do livro Inverting the Piramid -- que se alguém souber como achar me avisa, pois estou louco para comprar -- sobre a final da Uefa Champions League neste próximo sábado. A partir do escrito dele, e do que andei debatendo informalmente esta semana, publico aqui o meu texto. 
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P.S.: O texto sobre o 4-6-0 que havia prometido está pronto, mas ficará para depois visto que esta semana já há o jogo -- e o texto do Jonathan, que partes transcrevo abaixo, também dá subsídios ao que penso. Abraços, quem puder dá um comentário!
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The basic rule is that you need as many players at the back as the opponent has forwards, plus one. Roughly speaking, Barca plays a 4-3-3, so that would suggest a back four. Except that Lionel Messi, the central player of the three, is a false nine, dropping off toward midfield, leaving space into which David Villa and Pedro can break from wide. That is a conundrum with which defenses have struggled all season; nature may abhor a vacuum, but center backs abhor them even more. What should they do? Follow the forward and risk opening gaps, or leave him alone to -- hopefully -- be picked up by the holding midfielders, who themselves have Xavi and Iniesta to look after?
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“A regra básica é que você precisa da mesma quantidade atrás tanto quanto o oponente tem avante, mais um. Falando grosseiramente, barça joga um 4-3-3, então isto sugeriria quatro atrás. Exceto que Lionel Messi, o jogador central dos três, é um falso nove, descendo em direção ao meio-campo, deixando espaço no qual David Villa e Pedro podem penetrar das extremidades. Eis o problema com o qual defesas tiveram trabalho toda a temporada; natureza deve abominar o vácuo, mas zagueiros abomina-os ainda mais. O que eles deveriam fazer? Seguir o avante e arriscar abrir buracos, ou deixá-lo só para – esperançosamente – ser pegos pelos volantes, que eles mesmos têm Xavi e Iniesta para observar”?
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Well, maybe the answer is to do neither. If Barca plays without an orthodox central striker, perhaps the answer against them is to play without an orthodox center back -- or rather, to play with only one, the "plus one," and to track Messi with either a designated man-marker or an additional holding midfielder. That would then leave a back three, but unlike the familiar back three, it would consist not of three central defenders, but of a center back and two fullbacks (who would, admittedly, have to play slightly tucked in to match the angles on which Villa and Pedro attack).
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“Bem, talvez a resposta é fazer nenhum dos dois. Se Barça joga sem um centro-avante ortodoxo, talvez a resposta contra eles é jogar sem um zagueiro ortodoxo – ou ainda, jogar com apenas um, e ‘mais um’, e perseguir Messi com tanto um marcador individual designado ou um volante adicional. Isto os deixaria com três atrás, mas diferente do três atrás familiar, ela não consistiria de três zagueiros, mas dum zagueiro e dois laterais (quem teria, admitidamente, que jogar levemente fechados para igualar os ângulos no qual Villa e Pedro atacam)”.
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There would then be three holding midfielders (or perhaps two holders plus a man-marker) to handle Messi, Xavi and Iniesta). So, three defenders, three holding players -- that leaves four. Against Barcelona, with its attacking fullbacks, wide men are essential, and given Sergio Busquets is the metronome who sets Barca's rhythm, the ideal would be an attacking midfield-cum-second striker to sit on him. That leaves one remaining player, ideally a rapid center forward to disrupt Barca's back four with his movement and look to use his pace to get behind them, perhaps making them wary about playing a full press.
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“Haveria então três volantes (ou talvez dois volantes mais um marcador individual) para lidar com Messi, Xavi e Iniesta. Então, três zagueiros, três volantes – restam quatro. Contra Barcelona, com seus laterais atacantes, homens abertos são essenciais, e já que Sergio Busquets é o metrônimo que acerta o ritmo do Barça, o ideal seria um ponta-de-lança (meia-vira-segundo atacante) sentado (na falta de melhor termo para traduzir) nele. O que deixa um jogador sobrando, o ideal seria um rápido centro-avante para romper os quatro atrás do Barça com seus movimentos e usa sua velocidade para cair atrás deles, talvez fazendo-os se preocupar sobre jogar sua uma pressão total”.
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So, if you had a limitless pool of players from which to draw, a 3-3-3-1, with the middle three narrower than the other two threes, would seem the ideal. (…)
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“Então, se você tem um ilimitado número de jogadores com o qual desenhar, um 3-3-3-1, com os três do meio mais fechados que os outros dois três, seria o ideal”. (...)
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Park Ji-sung will surely be used on the left to try to check the runs of Dani Alves. It's commonly said that the space behind Alves is a potential weakness for Barca, yet nobody has really yet been able to exploit it; the best option may simply be to try to track his runs, and Park, as almost a specialist defensive forward, is probably as equipped as anybody to do so.
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“Park Ji-sung será certamente usado na esquerda para tentar conter as corridas de Dani Alves. É comumente dito que o espaço atrás de Alves é uma fraqueza potencial do Barca, embora ninguém tenha realmente ainda sido capaz de explorá-lo; a melhor opção pode simplesmente ser tentar seguir suas corridas, e Park, como quase um avante defensivo especialista, é provavelmente tão equipado para isso como ninguém para faze-lo”.
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Coincidência das coincidências não foi o grande mestre Jonathan Wilson imaginar um time anti-Barça igual ao que eu desenharia, mas, um dia antes dele publicar seu texto, um aluno meu me perguntar justamente o que eu faria contra o grande Barcelona, o melhor time que eu já vi em campo.
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Minha resposta foi quase idêntica, partindo de um 4-3-3 com pontas defendendo bem forte, ou um 4-2-3-1 com extremos com bastante ímpeto ofensivo. Mas o ponto crucial é a linha de trás – justamente o elemento ao qual Wilson dedica mais tempo na análise que transpus e traduzi –. O “grande truque” do falso nove é que saindo da posição de centro-avante para fazer o enganche acarretaria uma duplicidade na marcação: é o volante ou o zagueiro quem vai pegá-lo. A resposta de Wilson é soberba: nenhum.
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Neste momento, como gosto de dar exemplos – ê cabeça de professor! –, dei o exemplo ao meu aluno da Itália campeã do mundo em 1982, na qual Gentile anulou nada mais nada menos que Maradona e Zico, que foram presos e perseguidos na marcação individual italiana. O adversário do Barcelona tem que possuir esta qualidade: poder ter alguém para liberar na perseguição individual à Messi.
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Mas quem, no elenco do Manchester faria esta função? Obviamente ninguém seria tolo de desfazer a melhor dupla de zaga do mundo: Ferdinand + Vidic. Entre os dois, por achar que Vidic está em melhor temporada este ano, e ser absoluto em cima, deixaria ele na área, fazendo a sobra, e deixaria para Ferdinand -- que tem até mesmo o costume de subir mais, quase como um líbero -- a função de pacman de Messi.
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As outras alternativas às vezes funcionam, mas nem sempre. Quais são as outras alternativas para barrar a flutuação “messiânica”? A mais utilizada é o 4-1-4-1 – como o utilizado pelo Arsenal –. O problema 1: se as duas linhas não compactarem, não vão coibir o avanço de Xavi e Iniesta, é aí onde a maioria dos times caem diante do fluxo e do ritmo de passes do Barça. O problema 2: a falta de uma defesa de exceção. Esta foi a maior razão da queda do Arsenal diante dos culé no Camp Nou. Um momento, uma falta de concentração – como a brincadeira de Fábregas dando de calcanhar a dois metros da grande área – e o resultado é Messi entrando e marcando um golaço.
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A segunda opção é a utilizada por José Mourinho no Real Madrid, trocando um atacante por um volante, e o triângulo de trás bateria de frente diretamente com o triângulo formado por Xavi, Iniesta e Messi. O problema 1: liberdade para Busquets dar o ritmo ao time, passar para os laterais, ou avançar até conseguir encontrar um dos três meias – considerando Messi, neste caso de meia – soltos e passar para eles. O problema 2: quando Messi está adiantado como centro-avante, o volante extra torna-se inútil, e nada impede que o argentino faça gols de 9 dentro da área, como o primeiro contra o Real no jogo de volta das semi-finais da Liga dos Campeões (UCL) 2010-11, no cruzamento de Affelay.
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Mas, para mim, o mais importante foi um ponto que devo discordar de Jonathan Wilson, quando afirma que o ponto fraco do Barça é a grande ofensividade de Daniel Alves – o qual concordo, além de outros pontos –, porém discordo quando Wilson afirma que este “defeito” nunca foi explorado apropriadamente.
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Há três estudos de caso: 1. Primeiro gol da virada do Arsenal no Emirates nesta UCL, uma roubada de bola de Clichy, e Van Persie na esquerda arremata ao gol – Valdés aceita –. 2. Gol do título de Cristiano Ronaldo da Copa do Rei. Marcelo e Di Maria fazem um-dois em cima de Daniel e cruzamento perfeito de Angel para cabeçada soberba de Ronaldo. 3. Novamente Di Maria, segundo jogo da semi-final da UCL, num primeiro momento, pedalando sobre Daniel e chutando de forma perigosíssima, noutro lance, Angel faz grande jogada, chuta, a bola vai na trave e volta, Di Maria mata-a fenomenalmente e toca no meio para Marcelo completar.
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O que me leva à conclusão: Enquanto Angel Di Maria foi “obediente” e conteve-se em conter Daniel Alves foi um atleta apagado pelo protagonismo do brasileiro, mas quando foi para cima, jogando no bico da área do Barcelona, foi o mais perigoso jogador que os bleugrana enfrentaram – sobretudo se comparado ao jogador nulo e inexistente da goledada histórica de 5 x 0 no Camp Nou –!
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Curiosamente, a solução que eu pensei no ato pro meu aluno, corresponde mais ou menos ao que a Alemanha de 1954 utilizou para vencer a Hungria na final da Copa da Suíça – ignorando-se todas as teorias de conspiração existente sobre aquela final e o gol roubado que os magiares fizeram no fim e foi muito mal anulado –. Um perseguidor individual, Horst Eckel, para o maestro e falso nove – o primeiro da linhagem, pelo menos em nível mundial – Hidegkuti, afim de anular a sua movimentação, somada a uma força ofensiva incomum vinda dos contra-ataques do ponta-direita Helmut Han. Esta coincidência – que não tem nada de coincidência, mas do inconsciente remontando o presente com o conhecimento prévio – que só vim notar quando pesquisava para este texto, talvez seja o estudo de caso ideal contra o Barcelona, mesmo os sessenta anos separando os dois times e as mudanças inerentes ao futebol e aos sistemas de jogo – o Barça joga no 4-3-3 a Hungria numa variação do WM (3-2-2-3), chamada MM (3-2-3-2) –.
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Do mais deve concordar comWilson: Sir Alex Fergusson não deve desmonntar seu 4-4-1-1. Park sobre Alves, Valência sobre o lateral esquerdo que atuar, Ronney impedindo a saída de bola através de Busquets. Para mim isso é essencial, o tridente de meias impedindo a saída do tridente da 2º linha do Barcelona – um movimento já percebido por todos os analistas, como Jonathan Wilson, o time de Guardiola avança e ataca numa espécie de 2-3-2-3, o WW campeão do mundo com a Itália em 1934 e 1938 –, responsável pela transição e pelo desafogo de trás, além de sua movimentação ser a responsável pela liberdade dos homens de frente dos blaugrana – isto é, quando Alves avança, alguém tem que vir marca-lo, deixando livre ou Xavi ou Pedro, da mesma forma na esquerda, liberando ou Villa ou Iniesta, ou Busquets pelo meio liberando um dos dois meias –. A uestão é impedi-los, impedir que façam um bom passe, que se projetem, que quebrem o sistema de marcação, sobretudo, impedir que fiquem trocando passes laterais “sem importância”, aumentando a posse de bola do seu time, e o mais importante disso, impedindo que o adversário tenha a bola para atacar.
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Mas o ponto mais importante seria a lateral esquerda do Barcelona. Nenhum dos três laterais dos culé está em condições cem por cento de jogo, por isso a velocidade de Valência – que além de ser maior de que a de Nani, não veio de uma lesão como o português que vem de uma fratura –. Quando eu critiquei Wenger por abdicar do contra-ataque, ou mesmo da covardia em não utilizar os melhores wingers que tinha, também tinha que relevar o fato de Walcott, que não é tecnicamente o melhor, mas é o mais rápido, não estar em suas condições totais de jogo – mas se Fábregas e Van Persie jogaram fora dos 100%, porque não o velocista inglês dono da 14 que foi de Thierry Henry?
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Toda forma, jogão. Se o Manchester United não tem a qualidade refinada de toque de bola e posse como o Arsenal e o Barcelona, sobra-lhe um algo mais que os catalães têm e falta aos londrinos há alguns anos: eficiência. Ou como se diz muito no Brasil: “chegada”. O Arsenal de hoje é um time sem chegada, derrapa muito em suas próprias pernas, o United não, é time pronto, que mescla muito mais e melhor talento com experiência – por exemplo, falta um Giggs no Arsenal, não em termos de qualidade, os Gunners têm até jogadores melhores, mas ainda assim não com a presença de um Giggs –, e é um time pronto para vencer, a mesma base que ganhou um Champions e perdeu outra para o Barça.
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Em condições reais, daria 7 por 3 as chances do Barca – e isso porque é o Manchester United, o grande e poderoso time de Fergusson –. Por ser jogo único, e tudo pode acontecer, um 6 a 4. Por ser em Londres, bem, isso deve deixar 50% pra cada um.
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Mas o Barcelona tem Messi. E o fator “messiânico” pode fazer diferença. 55% pro Barca, 45% pros Red Devils.
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Sem arrudeios: 2 x 1, na prorrogação. Pra quem? Veja pelos gols: Iniesta, Hernandez, Messi – driblando 3, penetrando na área e encerrando a carreira de Van der Sar com uma cavadinha, depois dos 10 minutos do primeiro tempo da prorrogação!
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P.S.2: Jonathan Wilson publica outro texto no exato momento que eu publico este, o texto -- para o público britânico, diferentemente do escrito para o público norte-americano -- é mais profundo, no entanto os preceitos táticos-técnicos são o mesmo, os parágrafos são até praticamente idênticos, quem quiser acompanhar -- com mais uma lição de história futebolística de Wilson-Sensei -- é só ler aqui.

terça-feira, 24 de maio de 2011

TEXTO DO BLOG DO TIRONI: O gol contra da Fifa

veja aqui o texto ÓTIMO de Tironi


No dia 7 de dezembro de 2010 o escritor inglês David Goldblatt escreveu um artigo com o título “Gol contra da Fi-fa”. A primeira frase do texto dizia o seguinte: “Não há nada como uma derrota catastrófica para forçar a radicalização”.
Em 2 de dezembro, portanto cinco dias antes, a Inglaterra havia sido humilhada na escolha da sede da Copa do Mundo de 2018. Com apenas dois votos no Comitê Executivo da Fifa, foi preterida pela Rússia.
Quem quiser ler o texto, em inglês, basta clicar aqui:
Goldbatt defende em seu artigo que a derrota da Inglaterra colocava em xeque de uma vez por todas a Fifa, seus processos pouco democráticos, sua estrutura fechada e blindada de qualquer tipo de investigação. A candidatura inglesa era certamente a melhor, mas quem levou foi a Rússia.
Ninguém soube como o comitê executivo chegou a este veredicto, mas a escolha foi tão estapafúrdia que causou espanto no mundo todo. O momento era oportuno para que imprensa, amantes do futebol e sociedade civil clamassem por mudanças.
Goldblatt antecipava o gol contra da Fifa. Ao dar a Copa a uma candidatura pior do que a inglesa, provocou suspeita. A derrota trouxe a radicalização (e esta é uma ótima notícia).
As denúncias transbordam da entidade, a imprensa londrina (a influente BBC em particular) investiga a entidade com apetite voraz e se as provas de corrupção aparecerem, o castelo chamado Fifa tremerá como nunca.
E deverá respingar em gente como Ricardo Teixeira e João Havelange, dois dos nomes citados como envolvidos em assombroso esquema de propina.
No Brasil, se acontecer, a revolução será de fora para dentro. Assim como os ventos democráticos levaram regimes ditatoriais do mundo árabe, o que acontecer lá fora será determinante para o que poderá acontecer aqui dentro. Por enquanto, a estrutura está blindada. Mas uma hora não dará mais para fingir que nada está acontecendo.

sábado, 21 de maio de 2011

Além das Quatro Linhas!: Contagem Regressiva: Maio de 2011

Além das Quatro Linhas!: Contagem Regressiva: Maio de 2011: "Para um fanático por futebol, Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período para se tirar férias do trabalho e só sair..."

O QUE SERÁ PROVAVELMENTE A 1º ESCALAÇÃO DO BOTAFOGO

li isso no blog Cantinho Botafoguense (aqui), não sei a fonte do autor, mas cita palavras do técnico Caio Jr:

O técnico Caio Jr. promete um Botafogo partindo para cima do Palmeiras, mesmo jogando em São Paulo.

Torço muito por isso e acredito que o time conseguirá fazer uma partida de igual para igual com o alviverde paulista.

Só fiquei curioso com as orientações táticas atribuídas a dois jogadores (Lucas Zen e Cortês):

"- Em nenhum momento jogarei com três zagueiros. Será uma linha de quatro, o Zen na lateral-esquerda, com Cortês fazendo a meia pelo lado esquerdo. São dois volantes e dois meias. Vocês vão ver no jogo. O sistema será mantido".

Não sei...
...não consigo enxergar o Cortês na meia, como também considero um risco colocar (e queimar) o jovem Lucas na lateral esquerda.

Mas claro: O Caio Jr. passou 30 dias treinando esse grupo e certamente testou a formação.

Tomara que a tentativa dê o resultado esperado.


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comentei:
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porra, ótima idéia de Caio Jr! eu queria que ele tivesse feito algo parecido no carioca, tentou com Lucas, mas o problema é quem faria a lateral direita -Alessandro!!!!-
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vcs têm q botar na cabeça q muito desses meninos que saem daqui como "laterais" e jogam de "alas" no 352, chegam lá fora e jogam de meias.
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o esquema tático seria, no caso o 4-4-2 inglês (four-four-two, FFT). Dois meias abertos, que defendem os laterais e atacam feito pontas, seria justamente a posição de Gilberto no Botafogo, SE viesse.
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ou o "moderno" 4-2-2-2 (442 com meio em quadrado) brasileiro, com um meia centralizado, ou aberto como winger, jogando do lado oposto do atacante aberto, isto é, um "jeitinho" brasileiro acomodando o 4-2-3-1.
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Lucas, fará o lateral-base, aquele que nunca apoia, fazendo a basculação defensiva afim de propiciar o apoio do lateral oposto (Lucas).
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Isso é muito comum no futebol europeu, um lateral apoia e o zagueiro ocupa seu espaço para evitar o contra-golpe, o outro zagueiro centraliza, e o lateral que fica joga de 3º zagueiro.
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No Brasil não somos muito acostumados com a situação porque aqui - por culpa do problemático 442 em quadrado com 2 volantes e 2 meias - os laterais têm que apoiar ao mesmo tempo, com isso é o primeiro volante que recua para fazer o zagueiro central enquanto os dois zagueiros de origem abrem para cobrir os contra-ataques.
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Com um meia-extremo aberto por um lado, o primeiro volante permanece no meio-campo pra parar o enganche adversário.
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Outro ponto POSITIVO na escolha de Caio foi Lucas Zen, pra mim o jogador mais promissor da base e se tiver chances pode um dia sonhar alto na seleção jogando de LÍBERO.
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muito bom defensivamente, Zen tem passe preciso, sobretudo o longo, tanto que testa para ser um dos cobradores de falta o Botafogo, assim, partindo de trás, pode fazer aquilo que Arévalo não faz bem, que é dar a saída de bola. Como será o lateral esquerdo, provando sua extrema polivalência (2º volante, 1º volante, zagueiro e agora lateral), espero com o tempo fazendo inversões de jogo, de longa distância em busca de Lucas aberto do lado oposto, isso só deve sair com o tempo e MUITO treino, não pela qualidade dos jogadores, mas pelo entrosamento entre eles, contudo espero já ver as primeiras tentativas destas jogadas já no domingo.
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Outrossim, tivemos recentemente uma tentativa bastante promissora deste esquema de falso 4-2-2-2 no Botafogo, na fuga do rebaixamento em 2009, com Diego fazendo o falso lateral na esquerda, Renato fazendo o 3º atacante pela esquerda - sendo meia - e Jobson aberto na direita. MESMÍSSIMO desenho.
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Há, na verdade, três possibilidades táticas, num falso 4-2-2-2:
football formations

E esta aqui, no 4-2-3-1:
football formations


com a alternativa ainda de Caio jogar aberto na direita, como o Winger que é, e Maicosuel jogar de falso 9:
football formations





quinta-feira, 19 de maio de 2011

CINCO MAGIAS, SETE FANTASIAS

Há ainda alguma magia neste mundo, magia que teima em sua sutileza de fingir-se, anônima e invisível, de inexistente. Não, caro pagão, não ver a magia que há deveras neste mundo não a faz inexistente, logo o contrário, quanto mais arredia, quanto mais volátil, fugaz e tênue, mais excepcional é a magia na sua inacreditabilidade.

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Há algumas magias ainda neste mundo torto, feio, cheio de resultados frios, números e tabelas. E se há ainda alguma magia neste mundo ele se atreve sempre a aparecer em General Severiano, onde superstições e coincidências reinam escondidas nos seus cantos secretos.

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Números repetidos são uma mania icônica entre os alvinegros. Nada mais comentado do que os 21 do título de 1989. E como presságios estes números ressurgem ante os botafoguenses.

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Em 2009, um ponta-de-lança jovem, mas de certa rodagem, grande revelação no Paraná, de fraca passagem no Palmeiras, Maicosuel chega ao Botafogo de Futebol e Regatas, para ser o novo 10 do Glorioso. Resultado: artilheiro, melhor meia esquerda, melhor jogador do campeonato carioca. Venda para a Alemanha, uma boa passagem lá, para o primeiro ano, mas problemas internos acabam colocando-o fora dos planos do treinador. E depois de uma grande transação, ele volta, e de grande estilo, carregando a 7.

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A 7 de Heleno de Freitas, o Divino;

A 7 de Mané Garrincha, o maior de todos;

A 7 de Jair, o Furacão;

A 7 de Maurício, que libertou o Botafogo de duas décadas sem títulos;

A 7 de Túlio, o Maravilha.

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Cinco Setes que encantaram botafoguenses, brasileiros, o mundo inteiro. E não à toa estes dois números (5-7) se repetiram tanto para o retorno do novo 7 do Glorioso: no dia sete de Maio (7/5), depois de longos sete (7) meses de recuperação, de uma lesão ocorrido no mês de Sete-mbro, aos 15 (1-5) minutos do segundo tempo, o 7 reestreia, e, em 55 segundos em campo, ele faz o gol.

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Não foi um gol qualquer, eu que estava no carro, ainda ouvindo comentários de sua volta sou surpreendido pelo grito de gol, eu fico sem entender, meu filho de 4 anos no banco de trás grita gol também, me arrepio, será verdade?, será possível?, meus olhos enchem-se, estou arrepiado, em êxtase, gritando dentro do carro, era eu, ou o mundo era mais estranho, mais mágico?

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No seu primeiro toque na bola – esqueça-se, História, daquele encostão na bola que o Mago deu assim que entrou em campo na cobrança dum lateral qualquer deste mundo sem magia – Maicosuel mata e gira num só movimento de letra a bola fortíssima do passe de Alex, num giro magistral que relembrou os melhores dias de Zidane, escapando de dois zagueiros ao mesmo tempo que o cercavam, e com o mesmo pé direito tira o goleiro num sutil movimento, e com o pé esquerdo – desta perna cujo joelho o tirou do futebol por tanto tempo – empurra gentilmente para as redes.

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Ajoelhado, apontando para o Céu, é cercado por todo elenco, inclusive pelo técnico, todos emocionados, um momento lindo que nunca me esquecerei.

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A posição “meia” os italianos chamam de “trequartista”, pois joga nos ¾ do campo. Mas ninguém melhor que eles acharam um nome apropriado para os diferenciados da terceira linha do campo: FANTASISTA.

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E nesta noite estranha, que nada valia, valeu o momento de fantasia para as retinas nossas, tão fatigadas de retrancas duras, tão sem poesia.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

FUTURO TÁTICO DO FUTEBOL

Escrevi este texto como comentário ao ótimo texto analítico de Eduardo Cecconi. Este autor é diferenciado porque não se basta apenas COMENTANDO os jogos que já ocorreram, mas cria verdadeiros debates táticos, juntos com lições de história e evolução tática, normalmente pautado pelo grande Jonathan Wilson. Cecconi remonta a origem do 4-2-3-1 e levanta a hipótese do recuo do 1, criando um 4-6-0, ou no caso um 4-2-4-0, ou até mesmo o 4-3-3-0, formação tática do Real Madrid de Mourinho contra o Barcelona de Guardiola, Xavi, Iniesta e Messi. Aqui você pode ler o ótimo texto de Cecconi: http://globoesporte.globo.com/platb/tabuleiro/category/teoria-tatica/
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DISCORDO 1: Jonathan wilson, em seu blog, postula sua tese de origem DUPLA do 4-2-3-1, uma sulamericana - no caso brasileira, que é o seu estudo de caso -, e a europeia (aqui). Os europeus realmente evoluíram do four-four-two, podemos ver isso HOJE no Man. United, Ronney, em teoria second striker (o camisa dez dos ingleses), recua DEMAIS e joga DENTRO do círculo central, recebendo o 2º passe e armando as jgoadas em frente, Wilson dedica um texto exclusivo sobre o novo posicionamento de Rooney e questiona qual seria sua função - afinal, Rooney destaca-se TAMBÉM, pelos desarmes no meio: começa de atacante, arma como meia, desarma como volante.(aqui) -.
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Já nós, brasileiros, particularmente, evoluímos do 4-2-2-2. Eis o momento de análise tática que diferencia as escolas. O 4-4-2 surigu no Liverpool em 1973, mas já em 1966 seu embrião se encontrava ali - muita gente hoje, inclusive André Rocha, já perguntei a ele via blog -, indica a formação do English Team-66 no four-four-two (doravante FFT). Então, o FFT inglês surgiu justamente do recuo dos ponteiros do 4-2-4, os ponteiros continuavam - e continuam ali, em qualquer movimento de ataque percebe-se isso -, mas agora partiam do meio, defendendo pelo lado do campo, ao invés de ficarem lá na frente paradões, esperando a metida de bola.
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Já o nosso 4-4-2 em quadrado veio do recuo de 1 dos pontas no 4-3-3. Assim, jogamos normalmente com uma dupla de meias sendo um mais de posse e passador, e outro mais de velocidade e condunção, que normalmente abre por um lado do campo. O que nós fizemos foi recuar o 2º atacante, que sempre se movimentou mais do que o centro-avante.
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De todo modo, o 4-2-3-1 surge do recuo de um second striker, seja para a função de playmaker - europeu - seja para a função de winger - sulamericano -.
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DISCORDO 2: Outro ponto relevante são as possibilidades de leitura que um 4-2-3-1 fornece. Minha primeira lembrança do 4-5-1 foi a Noruega vencendo o Brasil para a preparação da copa de 1998 (então, ANTES do Real Madrid de 99). Fomos vencidos antes da copa, e DURANTE a copa pela mesma Noruega, que jogava numa espécie de 4-4-1-1 levantando bola para Tore Andre Flo, que variava justamente para um 4-2-3-1 atacando. A campeã mundial, França, começou a primeira fase num quadrado no meio (Barthez; Thuran, Lebouef, Desailly, Lizarazu; Dechamps, Petit, Djorkaeff, Zidane; Henry, Guivar'ch), mas ainda na primeira fase trocou Henry por mais um volante, fazendo um 4-5-1 com meio em M (4-3-2-1) (Dechamps, Petit, Karembeu, Djorkaeff, Zidane), mas Petit tinha tanta liberdade para avançar pela esquerda que muitas vezes poderia ser confundido com um 4-5-1 com meio em W (4-2-3-1) - essa era minha opinião por muitos anos, sobretudo por causa do gol que Petit marcou sobre o Brasil, partindo nas costas de Cafu como um verdadeiro winger.
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Meu ponto é: Como realmente saber de onde veio o 4-2-3-1, já que sua leitura efetiva depende de tantas e tantas variantes? Por exemplo a seleção de Dunga, poderia ser um 4-3-1-2, vendo Robinho como 2º atacante e Elano (ou Ramires) como Volante pela direita com muita liberdade para apoiar (comentado por Wilson ainda aqui, e aqui por Valdir Espinosa que viu a seleção de Dunga desta forma). Mas esta mesma seleção de Dunga, foi vista pelos especialistas brasileiros - ao meu ver, seguindo a leitura europeia do nosso time -, já na época da Copa, como um 4-2-3-1 com a linha de 3 totalmente assimética, com Elano como winger direita MUTIO RECUADO E CENTRALIZADO, Kaká no meio e Robinho como winger esquerdo ADIANTADO E ABERTO. Eu, particularmente, via a seleção de Dunga (não A BRASILEIRA) como um 4-3-2-1, com Elano como volante com muita liberdade para a subida - EXATAMENTE COMO JOGA HOJE NO SANTOS, não vejo NENHUMA diferença de POSICIONAMENTO e/ou FUNÇÃO do camisa 8 -, assim como Petit tinha na França-98, e Robinho como winger por causo do seu acentuado recuo marcando o lateral adversário.
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DISCORDO 3: Qual nada! O primeiro 4-2-3-1 foi no meu timinho de várzea/bairro de infância - que se chamava Barcelona! - de 1991-3 (eu joguei neste time entre os 8 e 10 anos). Eu era o único centro-avante, e voltava bastante fazendo o pivô para a ultrapassagem dos meias. - Huhuhauahu, só trollando, mas é verdade -!
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Quanto às questões do futuro tático. Parreira previu o futuro do 4-6-0, ele tinha um estudo de caso no Roma de Totti como falso 9. o Man United e Real Madrid de Mourinho já flertaram com esta possibilidade usando Cr7 como falso 9. Bem, seguindo o raciocínio de Jonathan Wilson, eu concordo que o futuro será: A) o retorno ao 4-3-3 em 4 linhas, um 4-2-1-3, pois, graças à maravilhosa lei de impedimento atual, jogar em 3 linhas é suicídio graças às interpretações de "mesma linha" e de "impedimento passivo", mas com os pontas com funções bem defensivas (aqui). Mas como o próprio Wilson coloca: "Now clearly the distinction between 4‑2‑3‑1 and 4‑2‑1‑3 is minimal." (Agora aclaramente a distinção entre 4-2-3-1 e 4-2-1-3 é mínima). A "questão" serira a presença de um "camisa 10", com ele em campo, os pontas tem funções de ataque aberto e marcar os laterais, se o time não possui este tipo de jogador ele pode ser o "1", senão, os pontas tem que ajudar na ARMAÇÃO de jogadas, com isso, eles descem mais para o meio de campo, perdendo seu posicionamento inicial tão avançado.
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B) A outra opção é outro retorno, ao WW italiano da década de 30 (2-3-2-3). Este seria o default do Barcelona (aqui). Dani Alves e o lateral esquerdo (seja ele Adriano ou Abidal), jogam mais no meio, quase à frente de Busquet, que joga mais à frente dos dois zagueiros, uma linha de 3 clássica. À frente desses "halves" uma linha de dois playmakers (Xavi-Iniesta) e por fim os 3 atacantes. Mas isso só é possível porque: 1. é o Barça, a posse de bola deles NORMALMENTE impede o contra-ataque; 2. Com o advento do 1 no ataque, é irrelevante mais do que 2 na defesa, assim, NATURALMENTE os laterais sobem, viram alas, para se baterem com os wingers do adversário no 4-2-3-1.
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Então, qual é a minha opinião: a maioria dos times adotará um 2-4-3-1 fluido, com o jogo no meio altamene marcado pelo vai-vem na lateral do campo. o triângulo de base baixa será o defalt, com 1 na frente e 2 atrás, assim: 2-2-1-1. E teremos 4 jogadores que jogarão mais avançado ou mais recuado de acordo com a demanda, REAGINDO a um adversário mais ativo. Assim, se os wingers dos adversário avançam mais, transformando o 1 na frente em 3, os alas recuam e transformas o 2 atrás em 4. E também é possível que um winger avança e outro se conserve mais, o que fará que um ala recue - fazendo uma linha de 3 na zaga, e 3 no meio, na prática um 3-4-3).
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Eis o futuro, o 2-4-3-1 cuja leitura tática se dará nas laterais, onde ficará toda a complexidade do jogo tentando fugir à amarração central (2 zagueiros contra 1 atacante, 2 volantes contra 1 enganche), e combates individuais de mano-a-mano (ponta marca individualmente o lateral e vice-versa).
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Uma solução para tudo isto? Talvez a reinvenção do LÍBERO. O time que souber aproveitar melhor suas sobras no meio - tanto na zaga, quanto o 2º volante "box-to-box" - fará a diferença.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

CULPA

Minha mãe, me perdoe,
eu não sei assim como me dói
essa coisa estranha assinada Culpa

Eu não tenho o direito de estar feliz?
Esse escavocamento nunca me deixa,
me ataca atado sempre nas lembranças
dos meus passados erros antigos.

Mas não me perdoe
minha mãe
minha mulher

Eu não escolho meus erros
mas os cumpro
cabe a mim sofrê-los

Na escuridão do estômago deste monstro
assinado Culpa.