sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

UM FELIZ ANO NOVO A TODOS,
E QUE A LUZ SEMPRE GUIE AS SUAS VIDAS.

FECHANDO A DÉCADA, MINHA SELEÇÃO DA DÉCADA

Há um pouco mais de um ano, li em um blog a escalação do autor da seleção da década. Discordei de muitas posições do time dele – por exemplo, a escalação de Nesta e de Figo –, mas sobretudo um detalhe técnico acabava com a seleção dele: A DÉCADA ACABA HOJE! Partindo da premissa deste autor, decidi fazer a minha seleção, e de bônus a seleção que imagino da década de 1990, que foi quando comecei a assistir futebol – minhas primeiras memórias futebolística de infância são imagens esparsas do título do BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS de 1989, e com mais propriedade dois jogos da copa de 1990: BRASIL-ARGENTINA e ARGENTINA-ALEMANHA –.

SELEÇÃO DA DÉCADA DE 90 (1991-2000)

ESQUEMA 4-2-2-2: Esquema tático utilizado pelas campeãs do mundo em 1994 e 1998, além de ter sido o mais comum nos grandes clubes pela América do Sul e Europa – depois de um início de década recheada de 3-5-2 –. Obviamente ficará de fora muita gente, eu mesmo senti falta do romeno Hagi, o “Maradona dos Cárpatos”. O próprio Maradona não foi incluído porque eu não me lembro de grandes conquistas suas antes da copa de 1994, e nesta copa não jogou muito não (em quantidade, foram duas partidas brilhantes e um fim deprimente por dopping) – e mesmo assim, acho difícil “el pibe”, NA DÉCADA DE 90, ter tido mais conquistas que Zidane, ou ter sido mais decisivo que Roberto Baggio –. Afinal, é o meu time, pode bater com o de muita gente, pode ser um pouco, muito ou totalmente diferente das equipes imaginadas por outras pessoas, mas é assim, principalmente quando se olha para quase 20 anos atrás.

1. PREUD’HOMME – Bélgica – goleiro: Escolhi-o principalmente pelo que ele fez na copa de 1994, o goleiro mais ágil e de melhores reflexos que eu já vi em ação.

2. THURAM – França – lateral-direito: Na minha vida toda vi poucos laterais-direito brilharem, na década de 90 os que me chamaram mais atenção foram Jorginho na copa de 94 e Thuram na copa de 98, eles foram decisivos em pelo menos 1 jogo das respectivas copas mundiais – Jorginho na semifinal contra a Suécia, num cruzamento magistral para Romário; e Thuram marcando os 2 gols da vitória por 2x1 sobre a Croácia também na semifinal –. Fiquei com o francês por achá-lo melhor defensor.

3. GAMARRA – Paraguai – zagueiro: Acabou uma copa do mundo (1998) sem cometer faltas, além de ter jogado muito nos clubes pelo Brasil.

4. MALDINI – Itália – zagueiro/lateral: Um dos melhores zagueiros que a Itália, a maior e melhor produtora de zagueiros do mundo, pode relegar. Titularíssimo em 4 copas do mundo – de 1990 a 2002 –, jogava tanto de zagueiro quanto lateral-esquerdo com a mesma qualidade inigualável lá atrás.

5. DUNGA – Brasil – volante: Marcado duplamente no Brasil pelas duas “eras-dungas” (1990, dirigida por Sebastião Lazzaroni; e 2010, dirigida por ele mesmo), as seleções que ganhavam todos os títulos sem expressão – salvo a exceção das Copas Américas – e quando chegavam às copas do mundo caíam. Mas fez uma copa de 94 corretíssima, e ao lado de Taffarel e Ronaldo, foi um dos poucos que se salvaram, em minha opinião, da seleção brasileira de 1998.

6. FRANCO BARESI – Itália – líbero: Zagueiro e líbero, um dos 4 melhores defensores de área do Século XX, na minha opinião. Campeão do mundo sem ter entrado em campo em 1982 – o que para mim não conta, pois, ao meu ver, para ser campeão, deveria ter entrado pelo menos 1 vez em jogo, com exceção dos goleiros –, titular absoluto em 90 e 94. Acho-o indiscutível em qualquer seleção dos anos 90.

7. LOTHAR MATTHÄUS – Alemanha – regista: Difícil foi escolher o segundo volante – aquele que ajuda na defesa, e faz a transição da bola desta para o ataque –, fiquei com Matthäus. Ele e Klinsmann foram o que ficaram mais bem guardados na minha memória da campeã do mundo de 1990 (que, por motivos cronológicos, não entra nesta seleção). Eleito em 1991 como o melhor jogador do mundo pela FIFA – na sua 1º eleição deste tipo –, iniciou a carreira como armador, e foi recuando com a idade, chegando na copa de 1998 (sua 5ª copa do mundo!) atuando como volante – caminho idêntico ao que fez Bastian Schweinsteiger na seleção alemã e no Bayern de Munique –. Por todos os motivos do mundo, deve estar numa seleção da década de 90!

8. ZIDANE – França – enganche: Motivos para pôr Zidane aqui? Eleito em 1998 melhor jogador do mundo. Campeão intercontinental de clubes pela Juventus de Turim em 1996. Campeão italiano pelo seu time e mundial pela sua seleção em 1998. E o mais importante, fez o que nem Platini nem Just Fontane – embora este último teve a infelicidade de bater contra o Brasil de Pelé-Garrincha-Didi, que além desta França, para mim a maior de todos os tempos, derrubou a outra candidata ao título, a União Soviética – conseguiram: levou a seleção francesa além de um 3º lugar numa copa do mundo, mais importante ainda fez de seu país campeão em casa, com uma campanha irretocável, sem ajudas de arbitragem, invicto e sendo a única seleção do mundo campeã com o melhor ataque e a melhor defesa em sempre, além duma Eurocopa em 00. Ainda há dúvidas sobre a presença de Zidane aqui?

9. RONALDO – Brasil – centro-avante: Eleito melhor do mundo em 1996 e 1997 – feito só repetido por Ronaldo Gaúcho nas temporadas 2004-05, e que poderá ser repetido por Lionel Messi que ganhou em 2009 e pode ganhá-lo novamente em 2010 –. Não ganhou alcunha de Fenômeno à toa: fenomenal arrancada, explosão e arremate – tanto na potência quanto no toque preciso –. Se, ao meu ver, falta-lhe uma técnica mais apurada – como a elegância de um Zidane, ou a exuberância de um Ronaldo Gaúcho, ou a magia de um Messi –, a habilidade natural, e principalmente a velocidade faziam a diferença: ao abaixar a cabeça e partir, era quase impossível pará-lo.

10. ROBERTO BAGGIO – Itália – ponta-de-lança: Melhor do Mundo em 1993, decidiu com Romário quem foi o melhor da copa, e do mundo nos pênaltis em 1994. O baixinho botou pra dentro, Baggio botou pra fora (uma das maiores injustiças da história, os deuses do futebol poderiam ter deixado a decisão nos pés de Bebeto). Em contrapartida foi mais importante para a Itália chegar nas finais do que o 11 brasileiro: Romário foi decisivo, Baggio levou o time nas costas. A Itália tinha uma defesa fenomenal com Baresi e Maldini e Paggliuca no gol, mas nada fazia na frente sem Baggio.

11. ROMÁRIO – Brasil – centro-avante: Melhor do mundo em 1994, melhor da copa de 1994, 1002 gols na carreira – na conta dele apenas –. Uma capacidade de salto e um tempo de bola incríveis, uma técnica impressionante para dribles curtos e secos para se mover com a bola dentro da grande área, um biquinho de pé mais mortal que a ponta de uma espada. Cruyff o definiu em 4 palavras: “gênio da grande área”.

DESENHO TÁTICO
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SELEÇÃO DA DÉCADA DE 00 (2001-2010)

ESQUEMA 4-2-3-1: Pela primeira vez, e provavelmente única, os dois finalistas de uma copa do mundo jogaram no 3-5-2. Logo após os times voltaram a jogar para frente, recuperando o futebol perdido dos fins dos anos 80 até o início dessa década, cheio de times retranqueiros, com um ou dois jogadores na frente que resolviam tudo sozinhos. Desta forma, os campeões do mundo de 06 e 10 já assimilavam uma mentalidade nova: um centro-avante de referência, um armador centralizado, e dois extremos que atacavam pelos lados e recompunham o meio de campo quando o time se defendia. Esta postura tática foi a escolhida por mim para tentar incluir tantos craques que surgiram do meio para frente. No entanto, infelizmente, eu não consegui incluir alguns jogadores que muitos sentirão falta: Kaká, principalmente pelo que jogou em 07; Cristiano Ronaldo, principal nome da tríplice coroa e do título mundial de clubes do Manchester United, abocanhando também o título de melhor do ano em 08, e hoje em dia, junto com Xavi, o único que joga um futebol a altura de Messi; mas principalmente por Ronaldo Gaúcho, sobretudo o Ronaldo de 04 – campeão espanhol e da Liga dos Campeões deste ano – e também o de 05, com toda a sua exuberância e sem títulos. Campeão do mundo pelo Brasil em 02, Ronaldo Gaúcho não teve uma atuação nesta copa que superasse a de Rivaldo, protagonista máximo da Copa-02 e que pelo que fez na mesma, e conjuntamente com Ronaldo e Kahn, estão presentes na minha lista – e, por outro lado, sempre o achei um “amarelão”: nos momentos mais decisivos sumia em campo – como nas finais da liga dos campeões ou na final do mundial de clubes da FIFA –, juntamente com o fato de que em jogos que só valiam 3 pontos ele jogava como um artista circense, ou com uma correção técnica quando era mero coadjuvante de luxo – como na copa de 02 –. Acabei por escolher o Messi, em crescente desde 06, campeão olímpico – junto com Mascherano e Di Maria – pela Argentina em 08, e decisivíssimo na tríplice coroa do Barcelona em 09, fazendo o gol do título mundial deste ano de peito! Se Ronaldo Gaúcho foi o melhor do mundo no meio da década, Messi vem entre os melhores nos últimos 4 anos. A partir de meu ponto de vista, o argentino foi levemente superior ao brasileiro (principalmente no quesito quantidade de gols marcados por temporada), sobretudo pela óbvia constatação de que ele se encaminha para uma nova década em franca ascendência, ao contrário do dentuço brasileiro.

1. OLIVER KAHN – Alemanha – goleiro: Levou a sua Alemanha a uma final de mundial (02), com defesas espetaculares, mesmo quando a sua seleção merecia uma bela goleada. No único lance em que falhou em todo o mundial, entregou um gol grátis para Ronaldo Fenômeno.

2. THURAM – França – lateral-direito: Pelo que fez pela Juventus durante a década, e pela copa que fez em 06.

3. LÚCIO – Brasil – zagueiro: Pela técnica, pela qualidade, eu colocaria Rio Ferdinand, ganhou muitas coisas pelo seu time. Mas da mesma forma que o Rio levou a tríplice coroa e o Mundial no mesmo ano pelo Manchester United, o Lúcio ganhou tudo também em 10, além de ter sido campeão do mundo pela seleção brasileira em 02. Neste sentido, incluo o brasileiro.

4. PIRLO – Itália – volante: Além de defender o craque do Milan que ganhou uma copa do mundo, uma liga dos campeões e um mundial de clubes, também é um dos melhores kickers do futebol atual. As suas últimas duas temporadas não foram as suas melhores, mas ainda é um dos donos do meio campo italiano.

5. CANNAVARO – Itália – líbero: Hoje, na minha zaga, colocaria o Samuel, da Internationale de Milão – que ganhou tudo em 2010 –, e da seleção argentina, mas como esquecer o que ele fez na copa de 06, e de ter sido o único defensor escolhido como melhor jogador do mundo, também em 2006 – o que para mim foi injusto pela temporada e pela Copa que Zidane fez neste ano –.

6. ROBERTO CARLOS – Brasil – lateral esquerdo: Para mim, o melhor lateral esquerdo do Brasil desde Júnior – até mesmo superior ao Branco –. E pelo que fez na copa de 02 e pelo Real Madrid até 2004 – ao meu ver, começou a cair de produção a partir de 05 – não tinha para ninguém com a 6 nas costas!

7. MESSI – Argentina – extremo-direito: A Argentina nos legou pelo menos dois gênios incontestáveis no futebol mundial: Di Stéfano (8) e Maradona (10). Sem falar de goleadores como Kempes e Batistuta. Mas o que Lionel Messi vem fazendo nos últimos quatro anos, fazendo hat-tricks a torto e a direito, me deixa impressionado. De certa forma, resguardando as devidas proporções, um cara que pode decidir um jogo tanto armando jogadas como Zidane ou finalizando como Ronaldo. Um monstro da meia-cancha, tanto como ponta-direita, quanto como ponta-de-lança. Sobre ele, eu, humildemente e guardando as devidas proporções, faço uma analogia com as palavras de dois gênios futebolísticos, Cruyff dentro das quatro linhas e Armando Nogueira fora delas, respectivamente a respeito de Romário e de Garrincha: Messi é o gênio do semi-círculo, aquela região para ele é um latifúndio.

8. VIEIRA – França – Regista: Campeão pela França em 98, ótima copa do mundo em 06, e ótimas temporadas pela grande Juventus do início da década.

9. RONALDO – Brasil – centro-avante: O cara do ano de 02, ganhando pela terceira vez o título de melhor do mundo – feito só igualado por Zidane –. Tornou-se, em 06, o maior artilheiro de copas do mundo de sempre. O que mais me surpreendeu nele foi a grande mudança. De atacante de explosão, após ter explodido os dois joelhos, tornou-se atacante de referência de área, até mesmo começando a fazer gols de cabeça. Junto com Zidane, os dois maiores craques das últimas duas décadas.

10. ZIDANE – França – enganche: Só pelo golaço da final das Champion’s League de 02 já seria o suficiente para figurar nesta lista, mas some-se a isso a glória de sagrar-se bicampeão do mundo de clubes, desta vez pelo Real Madrid, de ter sido eleito pela terceira vez melhor do mundo pela FIFA, ter levado o seu país pela segunda vez a uma final de Copa do Mundo... É necessário realmente explicar o porquê de Zidane de novo?

11. RIVALDO – Brasil – extremo-esquerdo: Pelo que fez na copa de 02 é o suficiente para entrar nesta seleção, infelizmente foi para times de pequeno escalão após o seu grande momento futebolístico, o que acabou apagando-o da memória de muitos, mesmo ainda tendo futebol para jogar em grandes clubes europeus.


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THIAGO FSR
31-12-2010.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

NAIVEGAÇÃO

Por que há tantas coisas no meu caminho?
Me parando,
.....................Me barrando,
............................................Me cortando,
Não se esqueçam que os ventos sopram.

.................................Sou pequeno barco,
Mas minhas velas se desfraldam enormes.

Eu barco à deriva?
Melhor que caravela acertada em maresia.

Errante, errante,
..........................errante barco
Contra todas as parantes coisas.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

UMA PROPOSTA INTERESSANTE

Na vitória – quase empate – contra o Dragão goiano, o BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS apareceu com uma proposta nova, mas parece-me que não de um planejamento prévio.
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Por mais estranho que pareça, Joel Natalino Santana insiste em usar o garoto Caio Canedo, maior revelação do time neste ano, atacante nato, extremo que possui grande ímpeto de jogadas de velocidade, que pode trabalhar tanto em projeção à linha de fundo quanto fazendo o “facão”, partindo em diagonal contra a zaga adversária – embora demonstre melhor qualidade na projeção, 5 dos seus 7 gols no ano (excetuando-se justamente o primeiro, uma arrancada do meio de campo, e o último, um voleio de fora da área, que marcou no campeonato carioca deste ano) foram entrando em diagonal, da direita ao centro, pelas costas dos zagueiros, como elemento surpresa –; como ala. Caio é uma tragédia defendendo.
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É notório que aprendeu, neste ano com papai Joel, a defender em linha, algo tão prezado nos extremos modernos na Europa – vide Real Madrid, Chelsea, Arsenal, Internazionale, entre outros –, mas perdeu o ímpeto, distanciando-se cada vez mais da área, o que fez amargar um jejum de Abril até Novembro sem marcar gols. Mas era algo lógico de ocorrer, haja vista que o menino jogou o ano todo praticamente de ala, atuando apenas como atacante quando substituía um avante titular. É claro, excetuo suas próprias bobeiras e falhas pessoais.
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Mas o seu mundo mudou, quando, só se importando em defender, quando vestia a camisa 2, o Joel mandou que ele atacasse. E num cruzamento perfeito de Marcelo Mattos – que se encontrou em General Severiano –, o menino sai da ponta direita, cruza na frente de dois zagueiros e cabeceia em cheio, o goleiro ainda toca na bola. Gol de 7 clássico, para eu rememorar os tantos tentos de Jairzinho Furacão que vi em vídeos – e o cruzamento honroso de um 8 botafoguense, camisa que foi de Didi e de Gérson –.
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Assim acabamos o primeiro tempo e assim começamos o segundo: bate rebate, Somália se estica e assiste – talvez intencionalmente ou não, mas assiste – a Jobson dentro da área, canhota nela, e é gol. O BFR ganhou o jogo aqui.
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Daí o rubro-negro goiano se desesperou, foi pra cima, deu espaço, Jobson entrou livre e chutou fraco, Lúcio Flávio foi tocado na área e mergulhou na grama sagrado do Engenhão, o juiz dá pênalti, não tão claro quanto aquele do primeiro tempo. Loco Abreu nela, e rede. Lúcio Sai ovacionado, para a entrada do ainda pior Edno – que joga um jogo brilhante e três decepcionantes –. Tentou neste jogo, mais do que o segundo semestre inteiro: correu, apareceu, deu opção, demonstrou inteligência e visão de jogo; errou tudo o que tentou. Simplesmente não lembro um passe certo do Lúcio, mas percebi que sempre tentou colocar os atacantes numa posição privilegiada, e SE tivesse conseguido, os avantes sairiam de cara com o goleiro, mas SE não ganha jogo. Muitas vezes quem fez o enganche no centro do campo foi o Loco Abreu, armando o time e girando-o, e acelerando-o com sua visão de jogo privilegiada e seu toque de primeira.
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Daí o time relaxa – novamente, hein Joel! –, bola sobrando na área, um chute despretensioso, a bola bate debaixo da canela de Danny Moraes, sobe e mata Jefferson. O bota ainda teve mais uma chance: Jobson cruza a bola na cabeça de Abreu que assim não perdoa, na testada no contrapé entorta o goleiro que fica rendido, mas um zagueiro salvador estava entre a bola e o gol, escanteio. E o time fica ainda mais relaxado, e num contragolpe besta, lento, o 7 goiano conduz a bola de sua intermediária até à frente da área do Fogão, e Fahel só acompanhando de longe, de muito longe, mas de muito longe mesmo, desde antes do círculo central, a bola vai para direita e volta, rolada, e sem marcação alguma, uma bomba indefensável. Ainda bem que eram 47 do segundo tempo, em 10 minutos o BFR perdeu uma vantagem de 3 gols que foi diminuída para um. Ainda bem que não tinha mais tempo...
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Desta vez posso dizer muito, mas muito aliviado, ainda bem que, no futebol GANHA QUEM FAZ MAIS GOLS, QUEM NÃO LEVA SÓ EMPATA, ainda bem, mesmo.
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Joel iniciou com o 3-4-1-2, com o gol, Caio se solta, e passa a jogar no 2º tempo mais como atacante voltando, numa espécie de 3-4-3. Aproveitando-se que o BFR não tinha marcador pela direita, René Simões põe um meia-atacante por aquele lado, nisto, Joel inverte as posições de Caio e Somália, o que faz com que o Talismã fique literalmente como extremo-esquerdo – o que é muito bom no aprendizado do menino destro que só jogou pela direita, jogar com a perna invertida, em diagonal, dando espaço para a ultrapassagem de um lateral, é a forma como os atacantes rápidos se portam hoje em dia na Europa, vide Pedro, do Barça (destro na esquerda), Messi (ano passado jogava na direita, sendo canhoto), di Maria (canhoto na direita) e C. Ronaldo (destro na esquerda), ambos do Real, e Robben (canhoto na direita), do Bayern de Munique –. Continuo ainda não gostando de Jobson muito mais na frente do que o Loco Abreu, o 9 não sabe sair de uma linha de impedimento, é incrível isto.
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ONDE: JEFFERSON 1, CAIO 2, ANTÔNIO CARLOS 3, MÁRCIO ROSÁRIO 4, LEANDRO GUERREIRO 5, FAHEL 6, SOMÁLIA 7, MARCELO MATTOS 8, JOBSON 9, LÚCIO FLÁVIO 10, EDNO 11, LOCO ABREU 13, DANNY MORAES 14, RENATO CAJÁ 17:
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1º tempo:
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------------3----------------4------------
---------------------5--------------------
2-------------6------------8------------7
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------------13----------------------------
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2º tempo (início):
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------------3----------------14----------
--------------------5---------------------
7-------------------6-------------------8
--------------------10-------------------
---------------13--------------------2--
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2º tempo (final):
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------------3----------------4------------
--------------------5---------------------
2---------17---------------6-----------8
--------------------11-------------------
---------------13------------------------
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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

BONÍSSIMO FILHO QUE PERDI

Boníssimo filho que perdi pra serpente
de veneno doce e entorpecente
Boníssimo filho que perdi pra serpente
após o doce, amargo adstringente
Boníssimo filho que perdi pra serpente
amargo que acende a sede ardente
Boníssimo filho que perdi pra serpente
sede que ebule o sangue fervente
Boníssimo filho que perdi pra serpente
sangue que move o brutal da gente - Boníssimo filho que perdi pra serpente, brutalidade que agride a mente, Boníssimo filho que perdi pra serpente, mente que se quebra rapidamente; Boníssimo filho que perdi pra serpente que à mãe matou com ferro quente
Boníssimo filho
........................que perdi pra serpente
trocou meu ossos por dose que mal se sente
Boníssimo filho
que perdi
pra serpente
por mais uma gota de veneno em busca eternamente

sábado, 30 de outubro de 2010

O QUE O LOCO ABREU PODE ENSINAR DE FUTEBOL

Na vitória de hoje do BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS sobre o Galo Mineiro o que mais me assusta é que este time do Botafogo pode, sim, ser campeão jogando deste jeito. E se perguntarem, e daí? O que há de mal em ser campeão? O que há de bom em ter um time que joga bonito como o de 07 e perder tudo e o que há de mal em ter um time que joga feio em 08 e ganhar tudo? Penso justamente o contrário, isto é um retrocesso, prefiro ser campeão jogando como os times espanhóis de Mourinho e Guardiola, do que chegar perto jogando como Muricy. Mas isto às favas, o que os 3 pontos tem a ver com isto?
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O que tem a ver é que, com o futebol apresentado, NADA GARANTE TÍTULO OU LIBERTADORES, pelo contrário, e num caso de libertadores, e a permanência de Joel e certos jogadores, provavelmente continuaremos sem ganhar um jogo internacional fora do Brasil desde 1996 – o Teresa Herrera -, ou 1993 – Conmebol, atual Sulamericana, que é “oficial”.
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Outrossim, marcação implacável e forte atrás, e velocidade nos ataques pelas extremas, são uns dos segredos para sagrar-se campeão sulamericano– embora não garanta o título mundial.
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Mas há esperança. No 2º tempo, Joel assumiu o 3-4-3, em detrimento ao 3-4-1-2, que iniciou a partida e novamente foi feliz. Edno entrou no lugar de Lúcio Flávio – que até procurou jogo no primeiro tempo, e jogou bastante, embora não tenha sido efetivo, mas no segundo simplesmente sumiu –, e diferentemente das últimas 3 partidas que fez, esta foi muito bem, mais em virtude do que fez o Loco, do que ao seu próprio desempenho – na entrada em campo se enrolou muitas vezes com a bola –.
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Defensivamente, no segundo tempo, Joel recuou o seu primeiro volante, Marcelo Mattos, para a zaga, fechou o time em duas linhas, praticamente dentro da área, e recuava os atacantes, o último homem na frente era Jobson, por isso mesmo muito apagado – Joel deveria assistir aos jogos do Real Madrid e vê o que Mourinho fez com o C. Ronaldo, o que se aplica a um pode-se muito bem ser aplicado ao outro, Mourinho deveria fazer escola, não o Muricy –. Com tanta gente na frente da área, o jeito era o chuveirinho, haja vista que a linha de fundo também era impossível, pois dois homens impediam a progressão pelas extremidades – Alessandro e Marcelo pela direita, Somália, de ala hoje, e Márcio pela esquerda –. Em tese o chuveirinho favorece os defensores do BFR, especialistas em jogadas aéreas. Mesmo com todo o congestionamento à frente da meta, e da qualidade aérea dos vários jogadores, os atacantes do alvinegro mineiro conseguiram entrar algumas vezes em diagonal da área do Botafogo – algo que preocupa, já que Joel escolhe se defender com QUANTIDADE de defensores, ao invés de QUALIDADE de posse de bola –.
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Já Edno entrou, no segundo tempo, como um ponta de lança clássico – um atacante recuado que parte para a área vindo de trás – ora caindo pelo centro, ora caindo pela esquerda. No primeiro tempo, o Lúcio Flávio também flutuava entre o meio e uma ala, mas não surtia efeito porque tencionava passe em profundidade para o Jobson, que posicionado erradamente pelo Joel, muito à frente – até mais á frente do que o Abreu, que deveria ser o último homem –, não funcionava. Não à toa, o único lance brilhante de Jobson, foi, perto de sair de campo, recebeu na extrema esquerda, pedalou, livrou um, dois zagueiros e bateu pro gol, meio fraquinho, poderia ter cruzado.
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As enfiadas de bola só foram funcionar após a saída de Jobson, aí Abreu assumiu o posto lá na frente, e pode arquitetar as jogadas de gol junto ao Edno porque PARTIA EM DIAGONAL, evitando, assim, tanto o impedimento quanto a marcação.
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No primeiro grande momento de Edno no jogo, conduzindo a bola pelo centro, entre os zagueiros percebeu Abreu passando livre pela meia-esquerda, mandou uma boa bola, um pouco atrás, Abreu mata no peito, coloca-a no devido lugar, avança em velocidade, levanta a cabeça, espera o goleiro se decidir, e toca no meio, para Edno que já se apresentava e só tem o trabalho de empurrar pras redes – note-se que Jobson já estava em impedimento, e quase invalidou o gol, se tivesse tocado na bola –. O gol animou Edno, que começou a dar dribles e partir em velocidade contra o adversário.
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Numa dessas arrancadas, percebe de longe a movimentação em diagonal do Abreu – que imediatamente corre da meia-direita para a meia-esquerda quando percebe esta zona livre e a localização privilegiada do companheiro na lateral esquerda –, que passa, livre de impedimento, na frente de seu zagueiro marcador, nas costas dos volantes e dos outros zagueiros, e numa velocidade incrível recebe na frente a bola esticada. A primeira reação do matador, é levantar a cabeça pra área para perceber se vinha um companheiro melhor qualificado para finalizar sem goleiro. Sem esta opção, el Loco justifica o seu nome e desacelera, o zagueiro se aproxima perigosamente, o goleiro sai. É esta a opção que el 13 dá à Renan: ou fica no gol e é fuzilado, ou sai e é driblado. Renan sai. El Loco nem vai de A nem de B. El Loco, mostrando porque é mortal na área, frio e temerário diante do goleiro, comete outra cavadinha, agora com a bola em movimento, encobre Renan e faz um dos gols mais bonitos da rodada – o primeiro de Conca fica com a medalha desta vez –.
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El Loco cala, novamente os críticos, que diz que não tem técnica – se não tem como é que dá um toque destes, tão calculado, ao invés de uma pancada certeira –, cala quem diz que não tem velocidade – afinal seu gol e sua assistência nasceram do que aquelas enormes pernas podem produzir de passadas –, e dá uma lição para os seus companheiros.
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Mesmo estando em posição privilegiada nos dois lances do gol, Abreu procura primeiro por um companheiro, levantando a cabeça, depois procura o gol, e mesmo assim Loco Abreu é artilheiro: artilheiro e jogador do e pelo time. É uma lição para os Caios, os Somálias, os Herreras, e os Jobsons – que por sinal esteve péssimo hoje, e foi devidamente substituído pelo Caio, que até se apresentou melhor do que de costume, pois não foi obrigado a jogar de ala – da vida: antes do arremate, levante a cabeça e pense primeiro no grupo, não no golaço ou nas suas estatísticas, é assim que se faz um ídolo e um craque.
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DESENHO TÁTICO, ONDE: JÉFFERSON 1, ALESSANDRO 2, DANNY MORAES 3, MÁRCIO ROSÁRIO 4, LEANDRO GUERREIRO 5, FAHEL 6, SOMÁLIA 7, MARCELO MATTOS 8, JOBSON 9, LÚCIO FLÁVIO 10, EDNO 11, LOCO ABREU 13, CAIO 18.
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1º tempo: o velho 3-4-1-2 ineficiente de Joel, esquema que trava a qualidade de passe de Lúcio Flávio, obrigando-o a conduzir demais a bola, e, principalmente, correr:
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-------3------------------4-------
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2---------8-----------6---------7
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--------------------------13------
---------------9-------------------
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2º Tempo: algo em torno do 3-4-3 e do 4-3-3.
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------8------3--------5-----4-----
2----------------6----------------7
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---------------------11------------
------------------------------18---
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Só um aviso a todos: NO FUTEBOL, GANHA QUEM FAZ MAIS GOLS, QUEM NÃO LEVA SÓ EMPATA!
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P.S.: gente, mil desculpas, voltei a desenhar os esquemas nos “tracinhos” porque a minha demo do tatical pad expirou e o site da clansoft só apresenta comercial, nem para baixar outra demo ou para comprar o programa...

domingo, 24 de outubro de 2010

Por que Lúcio Flávio trava o Botafogo

texto escrito por André Rocha, no seu blog "olho tático", de quem sou fiel seguidor, pode-se encontrar o texto na íntegra neste sítio: http://globoesporte.globo.com/platb/olhotatico/2010/10/24/por-que-lucio-flavio-trava-o-botafogo/

Quando o Botafogo confirmou a contratação da dupla Jóbson e Maicosuel em agosto, este blogueiro postou uma sugestão de escalação alvinegra no 4-2-3-1. Choveram críticas de leitores pela presença de Lúcio Flávio entre os titulares.

À época, a defesa do aproveitamento do meia na articulação central se baseava na capacidade de fazer os companheiros girarem e se apresentarem ao ataque com seu toque simples e boa visão periférica. Lúcio seria o homem das bolas paradas e também do passe fácil para tabelas e ultrapassagens que compensaria a já conhecida lentidão.

O Botafogo se aprumou com a manutenção do 3-4-1-2 que ganhou poder de marcação no meio-campo com a chegada de Marcelo Mattos e velocidade alucinante com Maicosuel na ligação e Jóbson na frente ao lado de Herrera. Mas quando o time embalou e Joel começava a encontrar uma fórmula que garantisse forte pegada e combinasse rapidez com a bola no chão e as jogadas aéreas para Abreu, as sérias contusões de Marcelo Mattos e Maicosuel (joelho esquerdo) e os “problemas pessoais” de Jóbson minaram as forças da equipe.

O treinador, então, se viu obrigado a resgatar a estratégia e a base da formação que funcionaram na conquista do Estadual, mas limitam demais as ações ofensivas: alas mais espetados e muitos centros procurando Abreu e Herrera.

As entradas de Caio, Edno e Renato Cajá no segundo tempo costumam dar mais rapidez ao ataque – mesmo quando a revelação alvinegra ia para a ala direita, numa estranha improvisação de Joel que nada acrescentou e ainda criou uma relação tensa entre Caio e a torcida. No entanto, a presença de Fahel no meio-campo não mantinha a combatividade e prejudicava a saída de bola, despertando a ira do torcedor. E a impaciência pelos nove jogos sem vitória teria que atingir também o perseguido Lúcio Flávio.

O antigo titular e substituto de Maicosuel tem dificuldades para se adaptar ao esquema de Joel porque é notório que um meia que cadencia o jogo precisa de jogadores que deem opção, que ultrapassem para que o seu passe acelere o jogo, ainda que ele caminhe pelo gramado. Sem comparações, obviamente, era o que fazia Zidane e o que faz Xavi Hernández e Paulo Henrique Ganso com maestria e Douglas com correção e inteligência no Corinthians e agora no Grêmio. É o facilitador.

Por isso Lúcio viveu sua melhor fase em 2007, com Cuca. No 3-4-3 móvel que chegou a ser chamado de “Carrossel”, o meia tinha companheiros em constante movimentação: Túlio e Joílson pela direita e Jorge Henrique à esquerda procurando as combinações e Zé Roberto e Dodô recuando para fazer as tabelas. Um jogo mais técnico que encontrava eco no estilo do então camisa onze.



No 3-4-3 móvel de Cuca em 2007, Lúcio Flávio encontrava companhia para as tabelas e opções para os lançamentos.

A questão é que o Botafogo atual só tem troca de passes e progressão em velocidade em torno de Lúcio Flávio pelo centro com os volantes Somália e Marcelo Mattos, este de volta à equipe. Os alas já esperam o lançamento bem abertos e avançados e os atacantes se mandam para a área em busca dos cruzamentos. Resultado: o camisa dez tem um espaço grande demais para ocupar e seu trabalho exige dribles e velocidade para fazer a bola chegar à frente. Não funciona.

Por isso as vaias, mesmo com o suado triunfo sobre o Vitória no Engenhão por 1 a 0 que acabou com jejum e colocou o time temporariamente na zona de classificação para a Libertadores. Nem nas bolas paradas, seu grande trunfo, ele conseguiu se destacar. Foi de Marcelo Cordeiro a cobrança de falta que decidiu a partida. E o chute partiu do lado esquerdo, que pede um destro calibrado. Lúcio Flávio só ajeitou a bola.

Não por acaso o meia não está entre os cinco principais passadores e lançadores da equipe. Seu único fundamento de destaque é o cruzamento, com 17 centros. E ele é apenas o terceiro. Atrás de Alessandro e Marcelo Cordeiro, obviamente.




No triunfo sofrido sobre o Vitória, o 3-4-1-2 de Joel novamente prejudicou Lúcio Flávio, que precisa correr com a bola e só encontra nos volantes parcerias para as tabelas.

Na entrevista pós-jogo, ainda no gramado e abalado pelos apupos, Lúcio deu a entender que deixa o Botafogo no final da temporada. A decisão parece acertada porque as críticas já se transformaram em implicância de boa parte da torcida. A manutenção de Joel Santana no comando técnico também sugere sua saída, já que o esquema necessita de um meia mais dinâmico e incisivo para fazer a bola chegar aos atacantes. E o jogador também não faz muito para mudar a situação.

O fato é que o Botafogo atrapalha Lúcio Flávio. E ele trava o jogo alvinegro. A validade da parceria do jogador de 31 anos com o clube expirou. É hora de mudar de ares.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A QUEDA TÁTICA E ESTRATÉGICA DE JOEL NO COMANDO DO BFR

Averiguando o que houve com o time do BOTAFOGO no último mês de setembro, entre o período de lesão de Marcelo Mattos, na última vitória alvinegra por 2x0 sobre o tricolor paulista até o seu retorno – ainda fora de forma – no empate sem gols contra o tricolor carioca; fui obrigado a perceber um retrocesso tático no time de Joel se comparado ao mesmíssimo time que fora campeão carioca neste ano.
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O primeiro retrocesso ocorreu justamente durante a parada para a copa do mundo da FIFA da África do Sul. Para não desfazer o 3-4-1-2 de seu coração, Joel desistiu do esquema 4-2-4 que adotava no 2º tempo do carioca. Assim, Alessandro (2) fica fixo como um 3º zagueiro, adianta-se o volante-zagueiro da vez para a linha de meio de campo, e transforma o Caio num ala. Caio não tem cacoete para servir de ala, de defensor, ele é um ponta puro, clássico, no máximo um winger como sir Alex Fergusson utiliza no Manchester United. O resultado é claro: em 30 rodadas, um dos jogadores que mais entraram em campo, não fez nenhum gol, assim como a maioria dos defensores do time.
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Esquema base de Joel no 1º tempo de TODOS OS JOGOS do carioca (3-4-1-2):
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2----------5------------7----------6
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-------17-------------13------------
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Onde: JEFFERSON (1); ANTÔNIO CARLOS (3), FÁBIO FERREIRA (4), FAHEL (8); ALESSANDRO (2), LEANDRO GUERREIRO (5), SOMÁLIA (7), MARCELO CORDEIRO (6), LÚCIO FLÁVIO (10); HERRERA (17), LOCO ABREU (13).
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Esquema base de Joel no 2º tempo dos jogos do carioca (4-2-4):
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------------3-------------4----------
2-----------------------------------6
---------------5---------------------
-------------------------7-----------
9------------------17------------11
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Onde: CAIO (9), EDNO (11).
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No 4-2-4 carioca, Herrera se movimenta como um ponta de lança clássico, partindo de trás para atacar em velocidade, e servindo de “garçom”; Edno e Caio indo pelas pontas até a linha de fundo; todos os três buscando a tabela ou a assistência ao Loco Abreu, sempre ótimo pivô, com os laterais chegando também para apoiar, e defendendo em duas linhas de 4, bem ao estilo inglês de Fergusson e dos seus Red Devils, este time sim, chegava a encantar, com velocidade, agressividade, e penetrações.
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Durante a parada da copa, chegaram dois ÓTIMOS reforços para Joel, JOBSON (9) e MAICOSUEL (7), além do inesperado e MARAVILHOSO Marcelo Mattos (8). O time tinha tudo para voar, num provável 4-2-3-1, mais do que imaginável neste esquema, mas Joel manteve a mentalidade, e como já discutimos, conseguiu um jeito de “destruir” o futebol do menino de aço, Caio.
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O segundo grande erro de Joel foi repensar o time SEM LOCO ABREU, foi nítido durante o retorno do uruguaio o quanto ele foi deixado de lado, tempo demais para uma simples recuperação física de alguém que acabara de disputar uma copa do mundo. O time estava rápido, incisivo, mas faltava referência na área; os dois pontas do time procuravam sempre o cruzamento para o centro vazio; Maicosuel chegava, mas faltava o pivô para a ultrapassagem. Mesmo assim, o time voava, fazia muitos gols com o poder ofensivo de Jobson – o time chegou a fazer 10 gols em 4 jogos. Logo após parou, o time começou a fazer apenas 1 gol por jogo, sem o Marcelo Mattos o time começou a levar também, e Loco Abreu se firmou como titular no time, enquanto o salvava de derrotas certas.
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A presença do 13 traz um outro problema tático: num 3-5-2, joga-se com 3 zagueiros para os alas terem liberdade total de apoiar e atacar, o que não ocorre no Botafogo: Alessandro não apóia nunca e Marcelo Cordeiro não chega a linha de fundo, além de dever um bom cruzamento, pelo menos um decente, há mais de dois meses. As jogadas de fundo são feitas apenas por Jobson, e quando estão em bons dias, por Caio e Edno – todavia o único que soube botar bolas na cabeça do uruguaio foi o argentino Herrera, provando que há uma ótima química entre eles.
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Time do retorno da copa, 1º tempo (3-4-1-2):
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2----------8------------10----------6
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Onde: JEFFERSON (1); ANTÔNIO CARLOS (3), FÁBIO FERREIRA (4), LEANDRO GUERREIRO (5); ALESSANDRO (2), SOMÁLIA (10), MAICOSUEL (7), MARCELO MATTOS (8), MARCELO CORDEIRO (6); HERRERA (17), JOBSON (9).
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No 2º tempo, o que variava era quem saía para a entrada de Caio (18) e Edno (11). Normalmente saía um volante, Marcelo Mattos ou Somália, e um da frente, ou Herrera ou Maicosuel. Criava-se um problema tático enorme, quem centralizava em busca da área: Edno ou Herrera? Quem apoiava pela ponta esquerda: Edno ou Herrera? Quem criava: Edno ou Herrera? O time passou a ter um problema crônico na frente, sem homem de referência na área, porém com três, até quatro atacantes em campo, era necessário uma definição maior de quem fazia o quê na frente.
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O time ideal talvez para a felicidade de Joel, após a séria lesão do Mago, seria próximo daquele que venceu o São Paulo:
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-------3----------------4-----------
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2-----------8----------10--------6
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--9--------------13---------------
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Onde: JEFFERSON (1); ANTÔNIO CARLOS (3), FÁBIO FERREIRA (4), LEANDRO GUERREIRO (5); ALESSANDRO (2), SOMÁLIA (7), LÚCIO FLÁVIO (10), MARCELO MATTOS (8), MARCELO CORDEIRO (6); LOCO ABREU (13), JOBSON (9).
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Joel não promove nenhuma mudança tática no time, conhecidíssimo pelos adversários. O problema no entanto, não é ter um time conhecido, mas ter um time incapaz de se impor, de impor seu modo de jogo.
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O pior são as mudanças de 2º tempo de Joel, que não são feitas para mudar o panorama do jogo, mas para botar os seus dois “queridos” em campo: Edno e Caio. Ele – Joel – não é movido por nenhuma necessidade tática, para abrir o adversário, para tentar destruir a defesa oposta, ou para manter o resultado conseguido em campo, mas apenas para pôr os seus 13 titulares. Esse sim, ao meu ver, é o maior problema tático de Joel.
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Para piorar a situação e opções táticas do técnico, o elenco deste ano perdeu 2 peças importantíssimas: Fábio Ferreira, o líder de desarmes do time e uma das seguranças pelo alto na defesa, e Maiocosuel, importantíssimo na defesa – era o 2º roubador de bola do time, atrás do próprio Fábio, e o maior desarmador entre os homens de frente do brasileirão –, e que podia ser, taticamente, tanto um ponta-de-lança quanto um enganche, e de grande qualidade técnica e muita velocidade. Sem contar com o variável Herrera que arrasava em 1 jogo e passava 3 jogando muito ruim.
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Eu montaria o time, segundo as preferências de Joel, assim – já levando em conta a ausência de Antônio Carlos por 3 semanas –:
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-----------3----------------4----------
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2-------------8-----------7----------6
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---------9-------------13-------------
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Basicamente, apenas trocando Lúcio Flávio por Renato Cajá.
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O meu time, neste momento, no entanto, seria um 4-3-1-2, taticamente, recuava Alessandro e Marcelo Cordeiro para a linha de defesa, e avançado Leandro Guerreiro para o meio campo, mudava o time inteiro, simplesmente sem mudar nada:
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2----------3------------4-----------6
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------------8------------7-----------
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--9---------------13----------------
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Onde: JEFFERSON (1); ALESSANDRO (2), DANNY MORAES (3), MÁRCIO ROSÁRIO (4), MARCELO CORDEIRO (6); LEANDRO GUERREIRO (5), SOMÁLIA (7), RENATO CAJÁ (10), MARCELO MATTOS (8); LOCO ABREU (13), JOBSON (9).
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Pensando nas opções do time – doravante sem mexer mais nos números dos jogadores –: CAIO (18), EDNO (11), TÚLIO SOUZA (15), FAHEL (14), LÚCIO FLÁVIO (19); o time acima poderia ser modificado de várias maneiras:
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1. Saída de um dos meia-volantes (8 ou 7) do losango para a entrada de um dos pontas (18 ou 11), do mesmo lado do volante que saiu; com isso o time passaria de 4-3-1-2 para 4-2-3-1. Essa mudança se daria numa necessidade de abrir o time e jogar mais pelas pontas, principalmente porque Jobson joga afunilando, fazendo o “facão”, e tanto Edno quanto Caio podem fazer a linha de fundo por um dos dois lados – lado no qual o adversário mostrasse mais deficiência técnica.
2. Troca de Loco Abreu por um atacante de velocidade, perdendo a referência na frente, mas aumentando a velocidade e uma movimentação constante. O time perderia o definidor, aquele cara que poderia matar o jogo num lance aos 47 do 2º tempo – como já fez algumas vezes nesse campeonato –, mas deixava um time muito difícil de marcar. O time permaneceria no papel no 4-3-1-2.
3. Saída de Renato por um ponta, abrindo o time, mantendo a pegada. Sem criação, o escrete dependeria da velociade de Jobson, e das jogadas aérias com o Loco Abreu – na verdade o time já se encontra assim, mas não de forma pensada, e sim por inépcia de algumas peças titulares –. O time sairia do 4-3-1-2 para o 4-3-2-1. Os volantes pelos lados teriam que sair mais ainda para o jogo.
4. Contra um time totalmente fechado na retranca, não se faz necessário 3 volantes, assim poder-se-ia trocar 1 deles por 1 armador e outro por 1 ponta, abrindo o time, num 4-3-3 clássico dos anos 70, com 2 meias, ao invés dos 2 volantes que se vê hoje em dia. Joel poderia escolher entre Marcelo Mattos e Leandro Guerreiro para ficar como volante fixo, com Renato mais atrás e Lúcio mais próximo do gol, permitindo que o 19 possa trabalhar como kicker, já que haveria pouca agressão do adversário.
5. A última opção, com o time perdendo, lançar mão do 4-2-4 usado no campeonato carioca, que deu certo lá e pode ainda dar certo em qualquer momento, principalmente pela grande posse de bola e agressividade do time, diminuindo o perigo adversário, que ficaria obrigado a pensar mais em defender do que atacar. Com isso, sairia Somália e Renato, deixando os dois volantes mais defensivos em campo (5 e 8), para a entrada de Caio e Edno, este último fazendo a função de ponta-de-lança que era de Herrera no início do ano, com o 9 bem aberto pela esquerda e o 18 aberto pela direita.
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Desta forma, sim, as mexidas de 2º tempo surtiriam efeito, mudando o panorama do jogo de acordo COM O ADVERSÁRIO, podendo fazer um “nó tático” nos mesmos, que teriam que se preparar para jogar contra 6 times diferentes. É aí que se vê a qualidade de um treinador: a sua forma de ler o jogo e mudá-lo com uma ordem tática ou uma mexida simples do banco. TODAS ESTAS MUDANÇAS devem ser treinadas constantemente, não adianta testar em campo, o jogador, como todo ser humano, tende a repetir o que treina.
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É uma mudança simples que eu proponho, Joel fez Marcelo Cordeiro começar a defender, mostrando-lhe o banco e Somália com o 6 nas costas, porque não conseguiria fazer o time jogar um pouco mais para frente?
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Fica, então, o meu mote, que por algum tempo não usei: No futebol, ganha quem faz mais gols, quem não leva SÓ EMPATA...

IGREJA APLAUDE PADRE E VAIA SERRA

http://www.youtube.com/watch?v=3vuebps_weo&feature=player_embedded

o padre está certíssimo, ISSO NÃO É FORMA DE SE FAZER POLÍTICA

sábado, 11 de setembro de 2010

DIÁLOGOS DE DOIS GOLS E DOIS GOLEIROS

O futebol tem destas coisas engenhosas, que nos marcam, que nos estranham, que nos faz acreditar em ilogicidades que, no mais das vezes, inexistem.
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Olhemos para um caso típico, o mais típico de todos, quando se fala em ilogicidades, em beleza, em superstições, em estranhesas e milagres, enfim, quando se fala do futebol: o BOTAFOGO.
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Alguns personagens neste ano de 2010 estão se demonstrando imagéticos no quesito estrela, e não é da magia do Maicosuel, da capetice do Jobson, da velocidade do Caio, da garra do Leandro, ou do sorriso gigantescamente branco do pretinho Somália e da sorte de Joel. Não, muitas vezes a estrela solitária resolve fulgir nas mãos de um certo goleiro ou nos pés de um certo cabeceador, por mais que a quantidade de cabelos ateste a diferença entre os dois, e que lhes pese a frieza no momento decisivo como a principal qualidade em ambos.
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Imaginemo-nos então, transportados ao passado, na final estadual do campeonanto fluminense, que provavelmente ficará na mente de muita gente, muito mais do que o título de 2006, 1997 e outros tantos, talvez, quiçá, seja quase tão lembrado quanto o de 1989: este estadual que muitas coisas estranhas aconteceram, como um placar fantasioso, que muita gente gosta de lembrar e eu de nem perceber que existiu, na nossa própria casa, na estreia de um certo gigante da grande área.
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Imaginemo-nos então, neste jogo, dentro daquelas quatro linhas, que momentos levaríamos na memória? Num jogo decidido em pênaltis, para os dois lados, será que há mais justiça do que isso: um duelo quase de cinema de faroeste italiano, com seus matadores, seus gunfighters, com suas enormes e pesadas colts, esperando a batida do meio-dia para o tiro fatal, rápido, com a tensão toda construída no intervalo, no antes, na espera, daí o tiro, daí o fim, daí o garbo eletrizado de quem vence e sobrevive, com os pelos arrepiados ao redor do braço, a nuca eriçada, uma descarga de adrenalina que desce, desce, desce, enquanto se estravasa a alegria conquistada!
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Duas situações idênticas: os dois atacantes de área, frente a frente com dois goleiros reconhecidos por pegar pênaltis, e que no ano já fizeram algumas dessas defesas máximas do esporte bretão. Um, cujo estilo já havera sido estudado a fundo, desenhado, desvendado, saltando antes, para o lado contrário do pé do batedor; outro, conhecido pela sua frieza, que sempre espera o chute mal batido: no gol eram ímpeto contra frieza.
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Os donos das ações, que controlam tudo eram dois gigantes da área, notórios fazedores de gols, ídolos de suas torcidas de origem, titulares das seleções de suas pátrias, um voltando para a casa depois de um momento turbulento lá fora, procurando no conforto do verdadeiro lar o retorno ao triunfo e com o qual ajudou o seu time a ir ao título nacional, o outro, recém chegado, com uma bagagem de títulos e gols bem maior que o adversário, mas menos estrelar, menos badalado, menos caro, menos conhecido. Altos, fortes, cabeceadores, canhotos: um com um canhão no pé, com seus chutes potentes, sobretudo de longe, o outro com um lépido passe preciso de primeira: diante da bola a potência contra a sutileza.
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A história conta-se pela parábola de uma bola, cuja sutileza do atacante menos badalado destruiu a impávida couraça de muralha do impetuoso goleiro mais badalado.Eu no entanto talvez lembrarei mais de como a frieza do homem de azul barrou a potência do homem que dali para diante entraria num parafuso sem fim de problemas e mais problemas, assim como, infelizmento ocorrou com o goleiro adversário. Depois daquele chute, poucos gols, distância da seleção, saída do time do coração pelas portas dos fundos, volta conturbada para a Europa.
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Uma maravilhosa viagem no tempo, um conto que poderia terminar com "FELIZES PARA SEMPRE", mas a vida segue sempre-sempre, temos mais histórias para contar, agora no presente.
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Quis o Deus esférico que comanda o futebol - talvez também o basquete - que o primeiro duelo do Campeonato Brasileiro 2010 (BR10) foi entre os campeões dos estados que dentém, cada, a maior quantidade de títulos brasileiros: São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. Um jogo de muita vontade, movimentação e gols: 3 x 3, relembrando os grandes confrontos das dácadas de 1950-60!
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Mas o presente - temporal e textual - é para falar do último confronto, um frio, seco, gelado e FEIO 1 x 0! A crônica do jogo poderia ser relatada pelos feitos de dois jogadores recém elevados ao nível de "SELEÇÃO BRASILEIRA": Jéfferson, o homem de gelo que parou a potência de Adriano, e o garoto sensação do momento, a talvez maior revelação do futebol brasileiro dos últimos 3 anos a 5 anos (não ao meu ver, prefiro o companheiro dele que veste a 10): Neymar. Um duelo que se travou do início ao fim do jogo, quantas vezes, três, quatro? Todas firmemente aparadas pelo goleiro - agora de verde -.
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Além de mais duas bolas incríveis: um petardo no primeiro tempo, prontamente afastado com vigor, e um chute que é o sonho de 11 entre 9 centro-avantes: cruzada na área, a dois, três metros do gol, com o goleiro se movimentando: só o que se precisa é enfiar o pé e empurrá-la para dentro, pois, mesmo que a bola seja em cima do goleiro, a distância é tão curta que é praticamente impossível de pegá-la. Praticamente-virtualmente-teoricamente-imaginariamente impossível: Jefferson pegou, só esse movimento deveria ser suficiente para que se lhe escrevessem um soneto!
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Não o digo, todavia que nada lhe passou incólume, uma bola, uma única bola, daquelas de manual, adorada por 9 entre 10 atacantes (estou muito de estatística hoje?), uma bola rápida, rolada por um bom meia por entre os zagueiros, com o ponta entrando em diagonal, com espaço-tempo-perícia para o chute: MORTAL. Seria se não fosse... Jéfferson. Neymar tinha tudo para fazer, chutando com força e precisão por baixo do goleiro, e o não fez porque o pé de Jéfferson - talvez por iluminação divina ou por um daqueles reflexos fantásticos que o permitem antecipar e parar bolas como a anteriormente narradas -, este pé que lhe impulsiona em seus voos, este mesmo pé que... que... às vezes servem errado saídas de bola e que deu um drible de fleuma enorme, em um atacante, sozinho, dentro da área, sim, este pé, que não deixa a bola passar limpa, desvia-a e a coloca lentamente em direção à saída do campo, ao lado da trave; não, a bola não teria entrado, os deuses não permitiriam que Neymar vencesse Jéfferson, e o traçado da bola mostra que não se encaminhava mais para dentro, só que nesta chegava um companheiro do rapaz de branco para empurrá-la para dentro, sem o seu maior defensor, mas o alvinegro Marcelo Mattos bota-a para fora antes que um pecado ocorresse à autação perfeita do 1.
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Mas, infelizmente, o jogo não se contará pela imensa capacidade técnica de um homem que nasceu com reflexos tão apurados. De novo, em outro extremo um outro mestre da área teria que mostrar porque foi escolhido com estrela desde o dia que nasceu, e veio para brilhar mais ainda para o mundo na maior estrela que este planeta possui: BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS.
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Contará a história, que neste dia nove de Setembro de dois mil e dez, aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, também conhecido como o minuto final, nonagésimo momento e de pentelho de sapo, neste exato momento: Renato cobra distante e despretensiosa falta no grande círculo, Caio, bom menino, mata no peito e tira um zagueiro num lance magistral de talento puro e faz um cruzamento perfeito, de cabeça erguita, de trivela, sem esticar a perna, mandando uma bola sem peso, a preferida de dez entre dez cabeceadores (lá vou eu novamente com estatísticas falsas), e Edno não faz o certo, não faz o óbvio, não faz o que deveria ser feito: cabecear uma bola desta, açucarada como estava, para o gol; não, ele não o faz, ele age justamente como Abreu faria numa situação desta, e como fez várias vezes este ano, ajeita de cabeça para o outro companheiro melhor posicionado, ou simplesmente com o intuito de matar toda a marcação, e se o matou, foi como um tiro de canhão, deixando Abreu só, para o seu único duelo mano-a-mano com o goleiro santista.
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Esta cena carece, não, merece, parágrafo próprio: A bola não vem tão boa, cai atrás do gigante botafoguense, que - não me perguntem como, afinal ele é achincalhado por não ter "técnica" (na verdade deveria deizer-se HABILIDADE, pois técnica é aquilo que pode ser treinado, e habilidade é inerente) - faz a matada de bola mais difícil que existe no mundo futebolístico: a bola a meia altura com o peito do pé: nós, a ralé, mal conseguiríamos erguer a perna àquela altura, a maioria detentora de tal elasticidade canelaria sumariamente a coitada da deusa esférica, e isso inclui a grande parte dos futebolistas profissionais, mas ele a mata, da forma como ela gosta de ser morta: com calma, parcimônia quase, do jeito certo: com delicadeza, para que ela possa desfalecer obediente ao mestre. Antes de virar, Abreu percebe, com a maior qualidade que alguém pode herdar de jogar basquete - a visão periférica apurada - que o goleiro saía, diga-se de passagem, perfeito do gol. Com o que falo agora, seria a mesma frieza e o mesmo toque qualificado na bola que mataram Bruno meses antes, não sei se o fora, mas foi isso mesmo: a frieza de coração digno de um personagem de Clint num filme de Leoni. Com a destra - e olhe que o "homem-sem-técnica" é canhoto - encobre (deixem-me soletrar de forma bem afetada e melodramática agora, e com letras capitais é claro, o momento pede, precisa, bem na verdade só o permite, eu poderia ser bem mais límpido no texto, mas, às vezes, sobretudo no futebol, quando vemos gols como este, limpidez não é bom o bastante) MI-LI-ME-TRI-CA-MEN-TE o goleiro, nem alto demais que a bola se perdesse no céu, nem ao chão que a mão certeira e alongada do goleiro a tiraria, só o exato, o certo, o preciso, o economicamente apurado...; e então, um chute seco, forte, potente, poderoso, uma bomba clássica, como um tiro de um pistoleiro, como um relâmpago, para impedir que o zagueiro chegasse nela: REDE ESTUFADA. Gol grito galera, companheiros saltados em cima, expectadores embasbacados, um estádio calado, narrador, comentarista exaltados, nós em lágrimas, eu, bem, eu erguido, braços para cima, calado, como que, inconscientemente mimetizasse a pose de Hécules-vencedor, de Perseu com a cabeça de Meduza ou David com a cabeça de Golias... eu, calado, olhos vermelhos, braços para cima, de pé, parado, parado, sem poder gritar, sem falar coisa alguma, eu devo ter visto Abreu perder aquele gol quatro vezes: no toque um pouco forte demais, na matada difícil, no "banho" no goleiro, no chute forte antes que a bola tocasse o chão, o chão que talvez sujasse a bola deste homem que nasceu para os ares, para as estrelas, para A ESTRELA, e eu... e eu mortificado, até a agonia final dos últimos três minutos... os últimos três minutos mais arrepiantes que me lembro de ter passado...
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Há, no último instante de jogo, Abreu ainda afasta de cabeça uma bola alçada na área contra o gol do Botafogo.
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O futebol tem destas coisas, de nos impressionar com estes mínimos, como um golzinho perdido num jogo qualquer de meio de campeonato...

sábado, 28 de agosto de 2010

NOTAS BFR X CEARÁ, E PRÉVIA BFR X INTER

De novo, diante de outra retranca, o BOTAFOGO não se saiu tão bem assim, é o eterno problema da falta do centro-avante de referência na área: todos estão muito longe do gol, além disso os zagueiros jogam com mais liberdade.
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Mas o maior defeito do Botafogo nos últimos dois jogos em que fez apenas 1 gol e que com isso perdeu o posto de melhor ataque do BR-10, é justamente o não apoio dos alas. O time melhorou muito com a entrada de Caio na ala direita, dando alguns dribles secos e cruzando boas bolas para a área que não tinha ninguém. Esta mexida de Caio no lugar de Alessandro tem dado certo porque foi treinada durante a pausa da COPA-10, e está sendo testada e têm dado muito certo, primeiramente com a saída do Fahel e o deslocamento do 2 para a linha de zaga, agora com a saída do próprio “presidente” do elenco.
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O problema desta mudança é o leve deslocamento de Somália para a direita, para suprir os buracos defensivos que o ponta de ofício Caio deixa em suas costas. No entanto, o “pretinho do General” rende muito melhor no meio, atuando quase como os antigos “pontas-de-lança”, saindo do meio e chegando ao ataque. Mas até aí tudo bem, afinal com Alessandro em campo ele tem que cair para a direita para suprir as deficiências ofensivas do lateral botafoguense.
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Marcelo Cordeiro também está num mau momento, aparecendo menos no ataque do que na defesa. Também as deficiências ofensivas por este lado são supridas quando, no segundo tempo, entra o Edno de ponta-esquerda.
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Assim, sem os laterais, o Botafogo que atacava com 5 homens: o trio da frente (Jobson, Mago e Herrera), Somália chegando de trás e o apoio de um dos laterais; passa a atacar só com 4, e todos pelo meio, permitindo uma efetiva marcação no sistema de ataque, pois nestes três últimos jogos, os técnicos botaram um volante em jobson e outro em Maicosuel, a fim de pará-los. Além de, muitas vezes, o ataque ser reduzido apenas ao trio ofensivo, quando Somália não apoia ao ataque. Por isso, o ataque do Botafogo produziu tão pouco ultimamente, afinal, em dois jogos fez apenas 1 gol – o outro foi de um zagueiro –.
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Por isso acredito que o Botafogo deva jogar com 3 atacantes, a minha preferência seria a dupla Mercosul do estadual mais o possesso Jobson, mas pelo mau momento do argentino Herrera, e pelo sistema tático já treinado e testado, talvez a melhor opção seja o jovem Caio pela direita, fazendo a ala completa, da meia à linha de fundo.
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Para quem não se lembra, o BFR jogou assim em 2009, na arrancado, junto com Jobson e Jefferson, para fugirmos do rebaixamento. Ao lado destes dois, um jogador foi muito importante, o zagueiro Diego (6), atuando como lateral esquerdo, mas na verdade, formando um trio de zaga forte, com Wellington (4) pela direita e Juninho (3) pelo centro. No meio um par de volantes (Fahel, 11; e Leandro Guerreiro, 5) e um par de meias (Lúcio Flávio, 10; e Renato, 8), na frente um par de atacantes (Jobson 9; e mais um, normalmente André Lima, 19; mas também apareciam o Reinaldo, 7; e o Victor Simões, 18). Em tese um 4-2-2-2, que na prática variava de 4-2-3-1, pois o Renato jogava mais como terceiro atacante pela esquerda, voltando mais para compor o meio campo (o que quase nunca fazia), que se transformava em um 3-3-3-1, já que Diego só subir ao ataque pela esquerda em raríssimas vezes, sempre fazendo um bom trabalho:
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---------4--------3--------------6-
2----------11-----------5---------
-------------------10--------8-----
-------9-----------19--------------
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Joel poderia armar o mesmo 3-3-3-1, com Herrera fazendo o 1 de referência ou o atacante pela direita. Minha preferência, PELO MOMENTO, são, respectivamente, Abreu e o Caio, que pode atuar taticamente como este meia do 4-2-2-2 que avançava pela direita e voltava para fechar o meio. Com só um lateral de ofício (desta vez o esquerdo), um trio de zagueiros, com Somália como volante pela direita, Marcelo Mattos pelo centro, Jobson caindo pela esquerda, centralizando, como fazia pela direita ano passado:
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-------3-----------5-----------4----
---------10-------8---------------6
--18--------------7----------------
-------------------13---------9----
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Joel, contra o fortíssimo Inter de Porto Alegre, Joel tem 2 problemas gravíssimos: Marcelo Cordeiro e Marcelo Mattos não atuarão, o primeiro por força contratual (é jogador do Inter emprestado ao BFR), o segundo por força legal (3 cartões amarelos, que ele levou em 5 jogos, Joel tem que olhar isso, é muito cartão para pouco jogo). O que eu faria? Túlio Souza como volante e Edno no lugar da ala esquerda, para fazer, desde o início do jogo, o que faz só no 2º tempo das partidas. Joel? Com certeza mandará Fahel e Renato à campo, e deslocará o Somália para a direita. Eu rezarei pelo meu time...

domingo, 22 de agosto de 2010

NOTAS DO FRACO BFR X AVAÍ

O time não pareceu o mesmo, com a mesma de pegada e incisividade, Jobson e Maicosuel foram marcados incansavelmente por Diogo e Bruno, respectivamente, no esquema de três volantes montado por professor Antônio Lopes, Joel não soube desfazer o bloqueio individual que 2 dos 3 volantes do Avaí faziam sobre os dois principais jogadores alvinegros. Pode ter sido a presença de Mano, pois no jogo passado tanto Jobson quanto Mago conseguiram fugir destas marcações, e contra o Avaí, na única vez que escaparam, o bandeirinha marca impedimento inexistente - quanto erraram no jogo de ontem! - e o árbitro ainda dá amarelo para Jobson por ter continuado a jogada. Tudo bem, pelo que os dois vêm jogando, e pelo que o BOTAFOGO está jogando, acho que serão bem observados por este técnico de seleção que assiste a jogos.
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Quando você tem seus homens de frente com marcação individual, é necessário que o segundo-volante avance com a bola dominada, chamando marcação, aí você solta os atacantes, pois um dos marcadores tem que ir pra cima, o que não ocorreu. O Renato, ao contrário dos outros jogos, dando sempre velocidade e qualidade pela esquerda, também não foi bem.
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E o que foi, que acabou funcionando no time? A famigerada jogada aérea do BOTAFOGO! Embora pareça que temos vergonha dela, parece que ninguém quer mais vê-la em campo. Mas um lembrete: nos 8 gols da final de 180 minutos da Libertadores da América, foram 6 gols de bola alçada na área. Na copa do mundo-10, muitos jogos foram resolvidos assim, que digam o Brasil, a Holanda, Espanha, Argentina e Alemanha!
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Joel está colocando o time sem atacante referência, acho aí um erro, num jogo travado como de ontem, um cara que segure a bola e faça o pivô, é importantíssimo, até mesmo para garantir alguma forma de ataque, pois o jogo foi tão travado no meio de campo que a quantidade de chutes a gol foi baixíssima!
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O que há de mal com jogada aérea? quando o time era ruim, todo mundo batia no peito dizendo que era o estilo do time, enquanto os detratores chamavam o time de "inglês" e de uma só jogada. Agora que temos qualidade individual, ninguém quer mais a jogada aérea? Por quê? ficaram com vergonha de "jogo feio". Já perceberam que NENHUM comentarista quer a volta de Loco Abreu ao time, mesmo TODOS falando da má fase de Herrera? Em jogos travados, é uma diferença do time. Ainda bem que temos zagueiros: Antônio Carlos, Danny Moraes, e agora Fábio Ferreira, já fizeram os seus de bola parada.
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Todavia, com o Loco no campo, com 1 volante nos homens mais técnicos e criativos, teríamos não só a bola aérea como também o pivô, pois o Loco sabe segurar a bola e rolar para trás, o que nem Herrera nem o Edno fazem: na única bola que recebeu, Abreu segurou, parou, olhou e ajeitou para a batida de Marcelo Matos para longe do gol.
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Como ponto de referência para tabelas e assistências, segurando 1 zagueiro dentro da área, você mataria a montagem defensiva dos adversários, pois perderia 3 marcadores (2 volantes com Jobson e Mago e 1 zagueiro com Loco), não perderia velocidade, e ganharia em estatura e presença de área.
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Faltou Joel desmontar o time adversário, no duelo de técnicos venceu Antônio Lopes, que perdeu o jogo porque não tinha um Mago para cruzar bolas paradas, nem paredões de zagueiros para fazer o gol. E quando teve a chance do empate, bateu de frente com uma Muralha Santa, um goleiro de Seleção Brasileira, dois alvamentos em um único lance: Salvo São Jefferson, operador de milagres!
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TÁTICA: BOTAFOGO no seu esquema clássico, variando de 4-3-3-0 defendendo e 3-4-3-0 atacando - o 0 é a ausência de homem de área, que Herrera nem Edon fazem, jogando mais pelos lados do campo -. E o Avaí de Antônio Lopes que hoje não jogou no seu tradicional 4-2-2-2, mas no 4-3-1-2.
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1º TEMPO:
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2º TEMPO:
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ILUSTRAÇÕES: TATICAL PAD

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

INTERNACIONAL, DONO DA RUBRAMÉRICA

Na raça, na vontade, na técnica, O Internacional de Porto alegre é campeão da América. Por um motivo ou outro, sinto o título da Libertadores mais importante do que o Mundial de clubes, o que não é, assim como me parece mais festejado o título da Liga dos Campeões. Assim, me seria injusto ver este maravilhoso time do Inter não ser campeão americano e sê-lo do mundial, como foi o alvinegro paulista. Talvbez seja assim, porque por muitas décadas, o título mundial era um jogo entre o campeão sulamericano contra o campeão europeu, lá no Japão - e todo mundo dizia, menos a FIFA, que o vitorioso era o melhor do mundo, e com toda a justiça, afinal, hoje, nos Emirados Árabes, não mais no Japão, em que o mundial tornou-se um torneio dos campeões das confederações, as finais são sempre entre o sulamericano e o europeu -.
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O que faltou a este Inter, na noite de ontem? Tranquilidade para cozinhar o jogo no primeiro tempo. Um time que se dá ao luxo de ter Sóbis no comando, D'Alessandro na direita, Taison na esquerda, e um trio de volantes como Guiñazu-Sandro-Tinga, e um lateral esquerdo - que há muito deveria estar na seleção brasileira - do naipe de Kléber, pode muito bem se dar ao luxo de tocar a bola de um lado para o outro sem ser incomodado. Não foi o que se viu, o que houve foi um primeiro tempo de chutões para o comando, o que facilitou o serviço do Chivas, tecnicamente inferior, aguerrido, brigador e faltoso - como mando o manual de final de libertadores da América!- E, para sorte do Inter, Fabian (8) fez um gol para o time de Guadalajara, no finalzinho do primeiro tempo, assim como assistiu ao gol de Bautista (7) na semana anterior, lá no México.
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Muita sorte do Inter, mas muita sorte mesmo! Porque agora precisava atacar, atacar e atacar, pois teria que refazer o empate, não há gol qualificado na finalíssima, caso contrário, o Inter, mesmo perdendo de 1, ainda assim seria campeão pois fizera 2 na casa do inimigo. Precisando atacar, o time ficou incrivelmente tranquilo e foi pra cima, do jeito que sabe, mostrando porque é um dos melhores times do Brasil e com talvez o melhor elenco. Até que Kléber - sempre ele, o melhor em campo - assistiu Sóbis, que com as travas da chuteira, antes da chegada do goleiro mexicano, empurra, levemente para dentro das redes. Poderia ter sido o gol do título, assim como em 2006, mas não foi. Sóbis voltou, seu primeiro gol foi numa final da Libertadores, deixando sua marca em duas finalíssimas.
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Não foi o gol do título porque Sóbis machucou o ombro no momento do gol. Na precisão de sair, entrou um menino que nem me lembro de ter sido relacionado anteriormente para qualquer partida da Libertadores: Damião. Em uma das sua primeiras jogadas, pega a bola no seu campo, arranca, ninguém chega nele, na linha da grande área chuta muito forte, em cima do goleiro, a bola bate no braço do arqueiro e sai quicando devagar para as redes. Este sim, o gol do título, o primeiro gol deste garoto na competição, salvo engano, os seus únicos momentos da Libertadores da América, e que momentos!!!!
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Daí, Tinga precisou sair porque tivera a cabeça aberta numa disputa de bola na área. Entrou o iluminado, o santificado, o escolhido pelo divino para este copa Libertadores, um rapaz que não só libertou o grito de "É CAMPEÃO" dos peitos colorados, como libertou o Inter de várias enrascadas - contra o São Paulo, em Porto Alegre, contra o chivas no México, contra o Estudiantes - fazendo gols decisivos. Por algum motivo de justiça comecei a torcer pelo gol deste rapaz, seria a sua coroação, e a coroação deste time: um garoto da base, que sai do banco e resolve com gols decisivos - mal comparando com as importâncias dos gols e dos títulos, como Caio no RJ-10! -. Seu nome: Giuliano, seu número: 11. Assim como o outro rapaz da base, Damião (22), uma de sua primeiras participações foi uma pintura, gol belíssimo: parou de frente a dois zagueiros (2,4), passou por eles, e antes da chegada do volante (5) e do goleiro, dá um totozinho e encobre os dois na sua cavadinha, quase como um Loco Abreu no pênalti!!! Merecidamente correu para a sua torcida, para que pudesse gritar-lhe o nome e ser imortalizado por ela, ele, ali, mais Inter do que todos, mas tão Inter quanto todos os inters naquele maravilhoso Centenário lotado, lotado-lotado!
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Pouco importa, se no fim do jogo, Bautista acerta um pertado no travessão numa cobrança de falta, e Reynoso completa para as redes, teria o gol do Damião para compensar, teria o gol de Giuliano para abrir vantagem.
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O Inter foi campeão porque não se contentou com a regra, ser campeão com ela sobre os braços, sendo ele mesmo, o Inter, o mais beneficiado com o gol qualificado. Foi campeão, porque, quando Sóbis garantiu o título foi para cima para garanti-lo mais ainda, e fez margem e pôde descansar com a torcida. Saldo final: Inter 5 x Chivas 3. Além de 5 gols de jogadas aéreas: todos os 3 do primeiro jogo, e os dois primeiro deste, mostrando a importância deste fundamento em jogos decisivos, e, em principalmente, ter homens cruzadores de bola como Kléber em campo.
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Parabéns, Sport Club Internacional de Porto Alegre, a América é sua.
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TÁTICA: no primeiro tempo o Chivas veio no 4-2-3-1, usando o bom atacante Bofo Bautista de enganche; já o Inter veio de 4-3-2-1, com Tinga livre para chegar bem na frente, o 16 colorado virava, no segundo tempo, praticamente um homem de área, ao lado de Sóbis.
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No segundo tempo, com a vantagem do placar, o técnico mexicano cometeu o mesmíssimo erro de Guadalajara, segurou o lateral direito, liberou o esquerdo, colocou o atacante mais de área na ala direita, e montou o time no 3-4-1-2. O Inter só fez mudanças pontuais, por contusões, acabou permanecendo no 4-2-3-1, com Giuliano - mais iluminado do que nunca - no lugar de Tinga; porém as mudanças pontuais deram muito certo, foram os garotos da base que entraram e mataram o jogo!
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ANIMAÇÃO: GOL DE GIULIANO


. IMAGENS E ANIMAÇÕES: TATICAL PAD

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

FINAL LIBERTADORES INTER X CHIVAS: ANTES

Eu aposto no Internacional de Porto Alegre ponto final
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Por quê? Porque o Inter é mais time, D'Alessandro é mais talentoso, Guiñazu é mais raçudo, a defesa - tirante o goleiro - é mais inteira, Alecsandro faz gol se tiver chance, Kléber apoia muito pela esquerda, Taison, Tinga, Sandro estão no fino da bola.
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Por quê? Porque o Inter é mais elenco: Sóbis - fora de ritmo - ainda é Sóbis, decidiu para o Inter da última vez, com dois gols no Morumbi, e pode jogar de ponta ou de centro-avante; Giuliano está iluminado, no último jogo, como titular, foi mal, reclamei da permanência dele em campo, chamei Roth de "pessoa-não-inteligente", e ele pode ter feito o 1º gol do título!.
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Uma coleção de jogadores que podem decidir na frente e garantir atrás, ou vice-versa: o gol da virada, lá no México foi obra de dois zagueiros: os ótimos e constantes Bolívar e Índio. Se o lateral direito e o goleiro destoam do resto do time, jogando abaixo do esperado, a equipe compensa em experiência, garra e, sobretudo, vontade - mormente deste Celso Roth que está a um passe de deixar de ser um Roth e se tornar o Roth!!!
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O time tem defeitos? É claro que tem! O goleirão entregou o ouro duas vezes seguidas, em jogadas aéreas, contra o São Paulo no Morumbi, e contra o Chivas, em Guadalajara! Mas, acima de tudo, tem qualidades, e muitas, e todas superiores ao boníssimo time mexicano - que não é melhor que o São Paulo, se organizado taticamente; que o Cruzeiro; e, principalmente, que o Estudiantes!-.
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Roth deve montar o time no seu 4-3-2-1, com 3 volantes, tendo Tinga saindo mais para o jogo, D'Alessandro aberto como ponta-direita e Taison pelo outro lado, e Alecsandro no comando.


A segunda alternativa é a troca de Tinga por Giuliano, como ocorreu na última partida, o time entraria assim no 4-2-3-1. Giuliano pode jogar pelo meio e deixar D'Alessandro aberto - como montado por Roth -, ou com Giuliano aberto e D'Alessandro criando mais centralizado - minha preferência, pois acelera o ataque, e permite melhor movimentação do 10 argentino.



A terceira alternativa é a entrada de Rafael Sóbis, ou no lugar de Alecsandro ou numa ponta, de preferência no lugar de Taison, ou no lugar de Tinga, deslocando D'Alessandro para o meio.



sábado, 14 de agosto de 2010

SEGUNDA VITÓRIA GLORIOSA SEGUIDA

O jogo deste sábado, contra o Dragão de Goiás, mostrou novamente a força ofensiva do BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS, que completou, nesta quinta-feira, 12 de Agosto, 106 anos de futebol arte. A veia ofensiva do BFR está em seu DNA, é dele a maior goleada do futebol brasileiro, e por muitos anos a maior do futebol mundial, 24 X 0 contra o Mangueira, que depois foi só fazer samba - ainda bem -, e recebeu a alcunha de O GLORIOSO pelas goleadas seguidas no campeonato vitorioso de 1910, imortalizado no hino - lembrando que o primeiro título do futebol do Botafogo foi em 1907 -. Esta apoteose ofensiva é tamanha que é praticamente impossível montar um time dos sonhos do BOTAFOGO: quem botar na linha frente? Garrincha é a única unanimidade - porque ele é unanimidade no futebol mundial -, e discordando do grande Nelson Rodrigues: esta inteligentíssima! Quem botar ao lado do ANJO? Só na ponta-direita teríamos que escolher entre Heleno de Freitas, o Divino; e Jair, o Furacão; no comando do ataque Amarildo, o Possesso; Quarentinha; Túlio, o Maravilha? Alguém teria que sobrar, se no ainda útil 4-3-3, no 4-2-4 da década de 60, no 2-3-5 das décadas iniciáticas do futebol até os meios de 50! É muita gente boa lá na frente, muita gente boa para encantar, golear, destruir adversários!!!!


Por isso não espanta o Botafogo-10 ter o melhor ataque do BR-10! Não espanta porque é obrigação da Estrela Solitária perseguir o gol a todo custo! E nesta noite não foi diferente. O futebol não foi o mesmo apresnetado em casa contra o galo mineiro, o que eu chamei, sem medo de errar e do exagero, dO MELHOR FUTEBOL DO CAMPEONATO BRASILEIRO!!!! Desta vez o ataque continuou infernal, meteu "apenas" 2, e se deu ao luxo de perder tentos que foi uma barbaridade, exatos 4 gols feitos!


Mas desta vez o time deixou a desejar. Pela segunda vez seguida, e apenas a terceira em 14 jogos, a retaguarda saíu ilesa, o que dei méritos para o sistema defensivo no jogo passado, hoje dou mais desméritos ao adversário. Pelo menos 1 vez o time rubronegro goiano fez a mesmíssima jogada pela esquerda que resoltou no gol do rubronegro carioca, neste ano, e que, no jogo seguinte, contra o alviverde de Campinas se repetiu. Desta vez, não saiu o gol, desmérito deles, e mérito para a calma de JEFFERSON para buscar a bola viva na pequena área. O goleiro selecionável foi tranquilo, não foi ameaçado, e qualquer lance de perigo era prontamente morto por ele, seja socando pelo alto, seja encaixando, seja nunca dando rebote, seja impedindo um cruzamento rasteiro no chão, mortal de qualquer forma, e que normalmente os goleiros esperam no gol, para evitar o que ocorreu com Barbosa x Ghiggia no Maracanazzo de 1950!


O ataque poderia ter sido melhor se os alas tivessem apoiado mais efetivamente. René Simões, um dos melhores técnicos do Brasil, embora pouco prestigiado, ao meu ver, que entende muito de tática e, principalmente, de motivação d atletas; tentou matar o time do BOTAFOGO naquilo que tem de melhor. Tão inteligente fora o René que botou 1 homem em Maicosuel (7), outro em Jobson (9), e outro no Somália (10). Normalmente não se bota marcação individual em um volante, mas René percebeu, no seu dever de casa, que a saída de bola se dá, prioritariamente, com Somália pela esquerda, que corre muito, com suas pernas compridíssimas. O time alvinegro ficou sem saída pelo meio de campo, e faltou justamente os alas saírem para o jogo, afinal, o time joga com 3 zagueiros para que os laterais subam sempre e sempre! Não subiram, e se não fosse o Jobson, sempre enfiado pela extrema direita, o time praticamente não chegaria ao ataque. E por falar em marcação individual, Joel errou, não pôs Marcelo Matos (8) ou Leandro Guerreiro (5) em cima de Carlinhos Bala, que ponteiro por natureza, fazia o homem do meio da trinca do 4-2-3-1, montado por René, e meio torto, já que muita gente marcava individualmente, mas que falhou principalmente na troca de passes - é a falta de qualidade técnica pesando nas costas táticas de René!!!!! -; o baixinho, embora fora de forma, e apagado completamente na segunda etapa, armou umas bolas que passaram pela linha de 3 zagueiros do BFR, faltando - justamente - qualidade técnica para os 3 atacantes do seu time matarem o jogo.


Mas como marcar o Mago e o Possesso? como parar Somália e suas pernas longas, como borracha, como molas? Este moleque outro do Botafogo - o time está cheio deles, que parece correr em câmera lenta, meio desengonçado, mas velocíssimo, parece que corre saltando, com suas pernas longas, cobrindo mais campo em 1 passo, ou antes um salto, do que muitos com dez e se esforçando, por isso parece se multiplicar em campo, parece ter mais fôlego que os demais: o campo é pequeno para as suas pernas longas, na sua corrida de antílope africano! Era a grande pergunta, a grã-dúvida, existencial de René - e que por conseguinte passa a ser a de todos os treinadores que enfrente este brilhante BOTAFOGO de Joel Santana, que varia constantemente de 3-4-2-1 para 4-3-2-1, e sempre termina em campo numa espécie de 4-2-1-2-1 - Simões: como parar Maicosuel, Jobson e Somália? Os dois primeiros não têm medo de encarar três adversários, de ir pra cima, de driblar, de driblar, de driblar - desconcertantes -, de passarem a bola - precisos como relógios -, de rodarem, de correrem o campo, de cair pelas extremas, de buscar e roubar bolas, de partir em velocidade - que zagueiro, que volante acompanham o Mago e o Possesso na corrida, quais, qual? -! E Somália, então, que vem lá atrás, que é o primeiro a chegar, tanto na defesa quanto no ataque; como marcar o garoto que rouba a bola atrás e a vem carregando; e que sempre parece estar lá para o rebote - tanto na frente quanto atrás -; que parece se multiplar, que parece transladar-se, como um fantasma pretinho! O 10 de sorriso brilhante, largo, feliz - com mil motivos para sê-lo -, fez seu segundo gol seguido, esticando uma bola praticamente perdida, metendo-a no cantinho direito do goleiro, uma bola que parecia andar com a mesma lentidão e cobrindo as mesmas largas distâncias quanto o seu dono; este memso 10 - ainda me dói as vistas vê-lo com a 10, ao invés de deixar esta camisa com o Lúcio Flávio mesmo, ou com o Jobson, que é quem mais a merece no momento - correu tanto que teve cãibras - e entrou Fahel, quanta diferença!


O melhor em campo, foi sem dúvida o Jobson*, fez um golaço, além de ter dado dois cruzamentos dignos dos melhores pontas-direitas de todos os tempos, dignos de estarem felicitando o imortal ANJO DE PERNAS TORTAS. No primeiro tempo, imitando Garrincha, entortou um zagueiro e cruzou na medida para Herrera, livre de marcação, de frente para o gol, cabecear para longe - primeiro dos gols feitos perdidos por ele. Alguém duvida que o Loco Abreu, especialista em cabeçadas, marcaria este gol? Poderia até perdê-lo, mas com Herrera, o quasi-gol, está virando crônico; o argentino, pode até ser o artilheiro do time - é o atacante titular e que mais jogou - mas a maioria dos gols foram de pênaltis. No segundo tempo, num ótimo cruzamento pela direita, Herrera faz o mais difícil, a jogada típica do matador, saíu de trás de dois zagueiros e, de carrinho, finaliza para o gol, com o goleiro batido no lance, resultado: quase gol? Eu vi o Loco Abreu fazer um gol destes, este ano, até mais difícil, pois foi antes do primeiro pau, e o Herrera pegou de frente ao gol, no seu segundo Hat-Trick no BOTAFOGO, este com os pés, apenas. Depois, em ótima saída de bola de Fábio Ferreira, que foi bem, apesar de alguns deslises menores, correu, no contra-ataque, parou, girou, e meteu a bola entre três defensores, para ter certeza que o Jobson, novamente na extrema direita, não ficasse em impedimento. O capeta, o possesso, o furacão, pegou a bola na lateral, correu como um louco, e meteu, outro cruzamento perfeito na medida, de manual de ponta-de-lança, para a alegria geral de São Garrincha, e para o desespero de São Heleno e São Quarentinha, Edno (11), sozinho, desacompanhado, sem ninguém, isoladamente, com todo o tempo e espaço do mundo, na marca da cal do pênalti, chuta no meio, de primeira, para a defesa, agradecida, do bom goleiro do Dragão. Goleiro que logo, porém, teria que encarar o Jobgol frente-a-frente, mano-a-mano, cara-a-cara: num contra-ataque, também de manual, o Mago faz de suas magias, e no limite do impedimento, lança a bola para o Jobson, passe perfeito, milimétrico, exato, para este endiabrado que sabe correr em vertical e em diagonal para escapar dos impedimentos e dos zagueiros, o garoto vai em direção ao gol, ignora solenemente Edno que entrava sozinho e gritava na centro-esquerda - quase que como dissesse: "já te dei um, tá na hora de mostrar como se faz gol!" -, samba, balança, sem tocar na bola, o goleiro treme, Jobson* dá um toquinho pra frente e frente e empurra para as redes, com o goleiro no chão, a la Romário-93 nas eliminatórias para a COPA FIFA USA-94, contra o Uruguai. É bem verdade que perdeu um gol de cabeça incrível - 4º gol desperdiçado pelo BFR, que contra alguns times farão e já fizeram falta -, um gol que outro atacante do time, especialista de área não perderia jamais; mas ele tem crédito, e muito, na verdade, para mim, ele poderia perder um gol deste por jogo, desde que acerte dois cruzamentos daqueles que fez hoje, e se ainda marcar gol, pode até perder mais outro!


Tirante a assistência de peito de Herrera para o gol de Somália, em outra bola cruzada pela direita, o argentino foi muito mal, tanto que fora substituído logo após dar uma assistência, o que normalmente dá sobrevida a alguns jogadores em campo. O 17 matou contra-ataques, não completou ataques. Vinha mal há alguns jogos, enquanto Edno - sempre criticado por mim - vem subindo, constantemente, de produção. Taticamente, acredito que Joel ainda prefira o 17 ao 11 para ter mais presença de área, embora não esteja funcionando tão bem, porque Herrera está mais fora do que dentro dela, mas tecnicamente, Edno esteja bem melhor, em forma, com ritmo. Acreditei que com o gol - de pênalti mal cobrado novamente - ele voltaria a subir de produção, não voltou. Ainda corre muito, ainda briga muito, ainda perde muito a bola, na verdade creio que ainda é titular pelo que fez no CARIOCA-10, que mesmo sendo o cobrador oficial de pênaltis do time - fez 5 gols de penalidade máximas, Abreu só 2 - e jogando mais vezes, foi o vice artilheiro do GLORIOSO na competição. Edno está em melhor condição técnica, mas também perde gols que é brincadeira, deve ganhar a titularidade em cima do argentino, embora pareça a sobra - enorme - do uruguaio sobre os dois, a aura de goleador de Loco Abreu deve pesar muito para que volte ao time depressa.


ADENDO: provavelmente é o único jogador que foi à copa e não voltou ao campo. Joel diz que não está em perfeita forma, igual a quando saíu, mas está em forma suficiente para ser titular da Celeste Olímpica? Acho que aí tem gato! Melhor dizendo, é a desculpa de Joel para matê-lo fora do time e não ter a "dor de cabeça" de ter que tirar Herrera do time, ou mudar o esquema tático para o 4-2-3-1, tirando um dos defensores (preferencialmente Alessandro) para ter a dupla sulamericana na frente novamente. O certo é que, não importa o esquema tático, tem que ter os 4 "pretinhos" do time: JEFFERSON-SOMÁLIA-MAICOSUEL-JOBSON, o resto só completa o prato, é como se diz: monta-se um time ao redor de alguns jogadores.

TÁTICA: Joel fez uma mudança significativa entre o time que venceu o galo mineiro semana passada e o que bateu o dragão goiano hoje: inverteu a posição de Jobson e de Maicosuel. Parece pouco, mas não é. No jogo passado foi visível o crescimento defensivo de Alessandro, jogando com o Caio (18) de ponta-direita à sua frente, correndo a ala inteira. Quando entrou em campo hoje, o menino fez o mesmo taticamente, jogando Jobson para o meio, deslocando Edno para a ponta-esquerda. O que isso acarreta: notemos que TODOS os lances descritos de perigo do BOTAFOGO foram pela direita, onde jogava Jobson*. O Mago, caindo pela esquerda, mas afunilando, afinal era o armador do time, não dava a mesma força na extrema esquerda, e Marcelo Cordeiro estava muito mal hoje, não apoiou direito. Se o Mago armou, criou, correu, driblou, lançou, e se Jobson* correu, driblou, cruzou perfeitamente, o time perdeu justamente o "facão" de Jobson, que caindo pela esquerda, trazendo para o meio, a la Robben, a la Messi - se bem que o 9 GLORIOSO é bem melhor que o 11 holandês -, chutando na marca do semi-círculo da grande área, é sempre um perigo ao gol. Mas que não fez tanta falta assim, porque a dupla 7-9 deu certo de novo. Com as mudanças do 2] tempo, o Botafogo perde a linha de três zagueiros e defende em duas linhas de 4, praticamente um 4-2-2-2, mas que não é um 4-4-2, mas um 4-2-4, como nos anos 60, porém com a volta dos pontas, que jogam quase de alas.


1º ARMAÇÃO DO TIME, ENTRADA DE TODOS OS JOGOS

3-4-2-1: JEFFERSON (1); ANTÔNIO CARLOS (3), FÁBIO FERREIRA (4), LEANDRO GUERREIRO (5); ALESSANDRO (2), MARCELO MATOS (8), SOMÁLIA (10), MARCELO CORDEIRO (6); MAICOSUEL (7), JOBSON (9); HERRERA (17)

--------1-----------
--3----------4------
--------5-----------
2-----8------------6
----------10--------
-------------7------
-9------17----------





2º ARMAÇÃO, TIME QUE TERMINA O JOGO


4-2-1-3: JEFFERSON (1); ANTÔNIO CARLOS (3), FÁBIO FERREIRA (4), LEANDRO GUERREIRO (5); ALESSANDRO (2), FAHEL (14), MARCELO CORDEIRO (6); CAIO (18), MAICOSUEL (7), JOBSON (9), EDNO (11)

--------1-----------
-----3------4-------
2------------------6
-----5--------------
-------------14-----
-------7------------
18--------9-------11






sexta-feira, 13 de agosto de 2010

HAIKAI

No meio do nada, 
              Você procura por tudo. 
Eis da vida o ciclo.

sábado, 7 de agosto de 2010

VITÓRIA GLORIOSA!



O BOTAFOGO apresentou, hoje, o melhor futebol do Brasil. Com uma ofensividade e velocidade que lembra muito o que o alvinegro praiano apresentou entre Março e Abril, e com uma pegada, uma volúpia defensiva tão impressionante quanto vistosa. O BOTAFOGO, até os 30' do 2º tempo, não deixava jogar, como o Barcelona que quando está sem a bola faz marcação avançada, com pressão ininterrupta, com, no mínimo, dois homens em cima do adversário - belíssimo sistema defensivo montado pelo Natalino. E o GLORIOSO não defendia só com os volantes, laterais e zagueiros, mas o Maicosuel e o Jobson também sempre em cima, sempre em cima, sem parar!


O que definiu a partida foi justamente esta pressão, mas principalmente a brutalidade com a qual o BOTAFOGO partia para cima do alvinegro mineiro. Digo brutalidade pois havia sempre uma incinsividade, uma vontade de vencer, de bater, de massacrar o adversário, mas sempre jogando bola - o jogo hoje foi limpo, de poucas faltas, e poucos cartões, muito mais pontuais por uma entrada mais dura e isolada.


O Mago voltou! Voltou para casa. Notadamente estava sem ritmo de jogo, ainda, estava lento, não era o driblador implacável, mas a visão de jogo, e os passes continuam afiados. Um dos seus últimos lances em campo foi uma inversão de bola, da intermediária direita para a ponta-esquerda, nos pés do Marcelo Cordeiro que emendou muito mal o cruzamento de primeira. Mas O MAGO voltou!, e num lampejo de sua magia, dribla dois atleticanos, e no meio de mais uns três pelo menos, assiste PRIMOROSAMENTE Herrera, que chuta mal, Fábio Costa defende pior ainda, e o Mago que não tem nada haver com isso, faz o que lhe é mais característico, como diriam os argentinos, o "toco y voy"! Sempre, quando faz estas jogadas próximas a área, o Mago entra, meio que na surdina, entre os zagueiros, esperando estes rebotes ou um toque do pivô, assim fez alguns gols no Carioca-09!


E por falar em Herrera, o argentino tem estrela, consagrou-se o artilheiro do GLORIOSO, com 5 gols, num pênalti sofrido pelo, ótimo como sempre, Jobson, O POSSESSO. E bateu muito mal, e o Fábio Costa foi pior ainda na bola. Mas o argentino tem estrela, participou, decisivamente dos três gols, batendo o pênalti, dando o chute que acarretou o rebote do gol na belíssima jogada do MAGO, e no gol de Somália, foi a "mano de Dios"!


Somália foi outro monstro, os "pretinhos" do FOGÃO estão demais: JEFFERSON-SOMÁLIA-JOBSON-MAICOSUEL! O seu gol, em outro chute bisonho, corou uma partidaça quase perfeita desse garoto! O "10" - meu Deus, dói nos olhos ver o Somália com este número nas costas, a "10", na minha opinião, deveria ir para o Jobson, ou ficar o Lúcio Flávio mesmo, afinal, o 11 não é cativo do Edno, que é banco - chutou (e provavelmente iria para fora), a bola desvia no antebraço do argentino botafoguense e entra, matando o arqueiro 13 atleticano! Concordo com o Gaciba - muitíssimo bem hoje, correto em 99% -: a câmera focalizou bem o juiz, quando este disse para o Diego Souza: "a bola BATEU no braço dele!" Isto mesmo, o Herrera estava no chão e de costas, usando os braços para se levantar, quando viu a bola vindo, tentou tirar o braço, mas não deu tempo: "bola na mão" clássico, pois a lei do futebol não fala da importância do toque, mas se foi intencional ou não. O Argentino foi inteligente também, logo depois de a bola bater nele, levantar os braços, avisando a falta de intenção, e depois sair comemorando o gol como do Somália, se comemorasse como dele, indicaria a intenção de desviar para o gol.


Joel mexeu muitíssimo bem hoje, na verdade montou um time quase perfeito, eu só trocaria o Herrera pelo Abreu e o Alessandro pelo Somália, com isso surgiria mais um espaço no meio ou no ataque. Alessandro, como de costume, foi um dos mais criticados por mim no primeiro tempo e no começo do segundo, eu pedia insistentemente a entrado do Abreu em seu lugar. Com a saída do Marcelo Matos para a entrada de Caio, o time continuou bem - menino jogou muito bem hoje, tanto ofensivamente, com muita movimentação, quanto defensivamente, apresentando-se sempre lá atrás! -, mas quem cresceu com a mudança foi Alessandro, que se tornou uma fera lá atrás, um verdadeiro leão de chácara limpando tudo: sem a obrigação de apoiar, que passou a ser função de Caio, e talvez o medo de ir pro banco fizeram dele um verdadeiro bastião na defesa. Com o cansasso, do ainda fora de ritmo Maicosuel, e a entrada do Abreu, mais para fazer uma média do que relmente fazer alguma coisa, pois o time já não atacava e os ninguém ter acertado um único cruzamento no jogo de hoje, fez com que o time levasse sufoco. Edno, que não foi tão bem como nos últimos jogos, ficou na posição de Maicosuel, para criar as jogadas, como não conseguiu desempenhar a função, o time recuou demais, o que foi o maior erro dos jogos anteriores, deixou o adversário crescer, e teve 1 único chute perigoso contra a sua meta, o que foi rechaçada perfeitamente por JEFFERSON, que provou, mais uma vez porquê é seleção - não é todo goleiro que pega uma bola daquela. Em outro lance, um gol certo do Ricardinho se não fosse a trave.



Taticamente, o BOTAFOGO jogou com um esquema que variava entre o 3-5-2 (na verdade um 3-4-2-1) eo 4-3-2-1, com o Leandro Guerreiro fazendo um líbero, um pouco à frente da zaga, com os laterais bem atrás, defensivamente, mas no momento do ataque, ficava preso, praticamente um zagueiro, para os laterais apoiarem com vontade. Somália apoiava muito pela esquerda, Marcelo Matos ficava mais preso, mas com o bom passe, ajudou muito o time ofensivamente. Com a saída de um volante - Marcelo Matos - para a entrada de um ponta, Alessandro ficou preso pela direita. Herrera ficava mais na frente, embora, por caracterísitca própria, não fique preso, Jobson bem aberto pela esquerda, Maicosuel aberto pela direita, como dois pontas, e muitas vezes, os dois invertiam a posição para donfundir o adversário.


O time mineiro jogou num 4-2-2-2, com Diego Souza armando sozinho, pois Serginho foi apagado no jogo - sua única boa jogada foi, devidamente, morta pelo Jefferson -. A entrada de Ricardinho melhorou muito o time atleticano, pois ajudou a armação, quase fazendo um golaço, sendo o BOTAFOGO salvo pela trave. Obina fixo no ataque, e o Tardelli flutuando pelos dois lados - jogou muito, mostrou porque foi pra seleção, logo, logo, será o Jobson! -.

1º TEMPO:
















2º TEMPO, 1ºS MUDANÇAS:

















2º TEMPO, ÚLTIMAS MUDANÇAS:

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Só um adendo pra quem chamava o Engenhão de "Vazião", talvez o maior público do Brasileirão hoje, mais de 24 mil pagantes, e mais de 27 mil presentes, para presenciar o jogo do melhor ataque do Brasileirão-10, que só perderá o posto se o Corínitans ou o Avaí fizerem 3 ou mais gols nos seus jogos neste domingo.