Minha língua
Teu mamilo
Comunicam-se
Em segredo inviolável
Minha língua
Teu sexo
Comunicam-se
Num mistério cósmico
Minha
Teu
Mágica comunicação
Indecifrável
Interpenetráveis
Minha língua
Teu mamilo
Comunicam-se
Em segredo inviolável
Minha língua
Teu sexo
Comunicam-se
Num mistério cósmico
Minha
Teu
Mágica comunicação
Indecifrável
Interpenetráveis
"É mais, que a asa da graúna,
Negro o cabelo de Iracema";
É mais forte que a reiúna
Carabina, o que nos una
Na vida, não o que se tema.
É mais segura a esperança
Que a sensação de fracasso.
"É a vida quem me afiança":
O segredo da bonança
É não perder por cansaço.
Pois ser feliz é o que faço:
Voo com a asa da graúna.
Só há segundo passo,
Primeiro é no nosso espaço,
Antes que a Vida nos puna.
cursou duas habilidades
ele fora licenciado
fez mestrado e fez doutorado
nas nossas universidades
por Notório Saber trocado
25/11/2016
Não se esquecerá da Rua,
Minha mente ingênua.
Esta Luta continua!
A nossa voz chama a Tua
À Luta Contínua
Por que toda esta tristeza
Quando vê o quê tua mão
Frutificou? Tem certeza:
Merecemos nosso pão!
É a vida quem afiança:
Uma lição de esperança.
Não distribua sorriso
Vazio para o desespero.
Tu pisa onde também piso
Pra frente, juntos, com esmero.
É a vida quem afiança:
Uma lição de esperança.
Se furtam nossos direitos
Se compram tua vontade
São sempre os mesmos suspeitos
É a vida quem afiança:
Uma lição de esperança.
É preciso ter coragem
Para não perder de vista
Da vida esta aprendizagem
Tão certa quanto imprevista.
É a vida quem afiança:
Uma lição de esperança.
Thiago Ribeiro
02/09/2016
Ponta de Sabre
é curva
Ponta de Sabre
lambe as carnes
em lépidos
talhes
Ponta de Sabre
fende racha quebra
crânios
encalacrados
Ponta de Sabre
é minha
língua
Ser amado é permitir
A si ser transfigurado
Por Outrem sem se partir.
Só o tolo fica apegado,
Neste mundo do Devir,
Ao que era no seu passado.
Tudo muda, há de cair,
Este é o verdadeiro fado:
O que é corpo vai sumir.
Amar, por exemplo dado
Nos gestos, palavras: pôr
Em evolução o Amado.
Ama quem dá do melhor
Pro Outrem também melhor for.
05/06/2016
teu lábio RUGE
de tesão
quando bate em ti
minha boca
teu lábio ROUGE
em tensão
quando toca em mim
tua pele
teu lábio
fera carmim
que em mim
tem toca
"Sidarta, não sofrerás neste mundo"!
E o pai cumpriu sua promessa
E Sidarta fartou-se de manjares
De licores
E das coxas de sua prima.
Mas a fome e a sede que Sidarta sentia
Não poderia ser amainada por qualquer fruto, vinho ou carne
De princesa.
Era um insaciado insaciável.
Então Sidarta fez o que todos aqueles
Que têm desejos proibidos devem fazer:
Desobedecer
O pai.
E Sidarta foi às ruas e viu
A fome, a doença e a morte.
Tocado por seus olhos,
Abandonou tudo,
Jejuou,
Molestou o corpo até que seu umbigo,
Marca de nascido de mulher,
Tocasse a sua coluna ereta,
Como se seu sofrimento purificasse-o
De todo o gozo da juventude.
Mas o sofrimento não estrangulou
Os seus desejos
Não entendia que gozar não era o pecado
E que entender era a sua fome.
Viu, um dia, Sidarta, um menino que
Ao cortar a grama
Matou um grilo e chorou pela vida.
E debaixo da figueira Sidarta entendeu:
O seu pai padecia pelo seu sofrimento,
Por isso o trancafiou na prisão gozosa;
A visão do mundo encheu-lhe de dor,
Por isso se trancafiou na prisão penitente;
O menino compadeceu-se por outra vida,
Por isso foi libertado da prisão da culpa.
O sofrimento une o destino de tudo que vive,
Pois tudo o que vive deseja
O que não possui.
Olhai o hoje e amai teu irmão de dor.
Sidarta
Sob a figueira
Finalmente abriu os olhos,
Estava desperto.
o poeta é um estivador
encarregado das palavras por todos os lados
cada uma é sua cruz
tem cada peso que, a depender da hora,
equilibra-se com nova medida
o poeta é um estivador
carregado pelas palavras para todos os lados
mas não como diagrama:
projeto burguês;
tampouco como mapa:
trajeto aventureiro;
mas pelo cadencial pulsar dos seus ouvidos
pelo diferencial do seu olhar do comum olhar
o poeta é um estivador
emparedado nas palavras em todos os lados
fazem-no ponte suspensa
cordame solto
para que possam se entender
As Pessoas
O Mundo
Petista petralha
Esquerdista esquerdopata
Da revista a calúnia inventada
Me vista o que me valha:
Bolivarista, pão com mortadela,
Artista da Rouanet, um Favela,
Sou
Mas
Fascista, cara de canalha;
Elitista que bate a panela
(Golpista) sorrindo da janela;
Jurista com a bandeira de mortalha;
Integralista pra quem a justiça amarela;
Financista colhendo os juros da cangalha;
Jamais
13/04/2016