"Sidarta, não sofrerás neste mundo"!
E o pai cumpriu sua promessa
E Sidarta fartou-se de manjares
De licores
E das coxas de sua prima.
Mas a fome e a sede que Sidarta sentia
Não poderia ser amainada por qualquer fruto, vinho ou carne
De princesa.
Era um insaciado insaciável.
Então Sidarta fez o que todos aqueles
Que têm desejos proibidos devem fazer:
Desobedecer
O pai.
E Sidarta foi às ruas e viu
A fome, a doença e a morte.
Tocado por seus olhos,
Abandonou tudo,
Jejuou,
Molestou o corpo até que seu umbigo,
Marca de nascido de mulher,
Tocasse a sua coluna ereta,
Como se seu sofrimento purificasse-o
De todo o gozo da juventude.
Mas o sofrimento não estrangulou
Os seus desejos
Não entendia que gozar não era o pecado
E que entender era a sua fome.
Viu, um dia, Sidarta, um menino que
Ao cortar a grama
Matou um grilo e chorou pela vida.
E debaixo da figueira Sidarta entendeu:
O seu pai padecia pelo seu sofrimento,
Por isso o trancafiou na prisão gozosa;
A visão do mundo encheu-lhe de dor,
Por isso se trancafiou na prisão penitente;
O menino compadeceu-se por outra vida,
Por isso foi libertado da prisão da culpa.
O sofrimento une o destino de tudo que vive,
Pois tudo o que vive deseja
O que não possui.
Olhai o hoje e amai teu irmão de dor.
Sidarta
Sob a figueira
Finalmente abriu os olhos,
Estava desperto.
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