terça-feira, 29 de dezembro de 2015
CULPA E ENFADO
terça-feira, 24 de novembro de 2015
SUPERMAN: O ÚLTIMO FILHO - RESENHA CRÍTICA
Como transfiguração da ética ocidental, Superman torna-se sempre uma bússola moral, achincalhado por todos: "escoteiro" etc. Mas a verdade é que aqueles que veem o S, sabem que cá é o certo. Daí, talvez, a preferência de muitos pelo Batman e suas estórias cheias de matizes acinzentadas, de seu caráter quase de anti-herói andando na linha tênue da moralidade (embora o Batman realmente nunca deslize de seu próprio código ético, ele é completamente incorruptível, assim como o Superman), com suas grandes estórias tendendo sempre para o caracteres fascistas. O Superman, ao contrário, tem seus diálogos tendendo para a confirmação de um código de ética moralizante: ele é o pai (não o patriarca, neste caso) ensinando as crianças (ou adultos, ou vilões enquanto discutem com ele trocando sopapos): "não importa, o certo não se enverga". Poucas vezes, em suas estórias, Kal-El, é lançado a um jogo moral insolúvel, do tipo: salvo o menino e deixo o trem descarrilhar, salvo o trem, deixo o menino morrer. E normalmente quando isso acontece, a estória falha porque aqui não há escolha moral aceitável, não há como ser Superman (a não ser que ele salve os dois).
Mais do que o próprio S escancarado no peito, a figura de Clark Kent é aquela a quem Kal-El deseja salvar. Como representante típico do working classman (classe trabalhadora), que cresceu numa fazenda numa pequena cidade do interior, trabalhando com o pai e alimentando a nação, Kent é o caipirão, que chegou a universidade com bolsa paga pelo futebol, aquele desajustado na grande cidade, invisível, mas respeitoso e trabalhador, que mantém tudo funcionando para que as grandes para que aqueles de cima continuem ganhando milhões com seus belos ternos no alto dos grande edifícios das grandes metrópoles. Clark, o nerd de óculos de fundo de garrafa, cabelo desgrenhado, terno barato, desajustado entre os colegas da grande empresa, profissional liberal sempre em busca da verdade: o jornalista, professor, o jovem advogado, o jovem médico. Uma fala de Lex Luthor para Lois Lane - uma das personagens feministas mais libertárias e empoderadas da arte sequencial, desde o seu nascimento nos 40 - demonstra bem a visão do grande capitalista sobre quem é Clark Kent:
"Terá que me perdoar. Ainda estou tentando aceitar o casamento da impetuosa e corajosa repórter do Planeta Diário com... como foi que o Estrela Diária chamou o sr. Kent em sua recente coluna sobre a equipe do Planeta... 'Um parvo pacato, desastrado e caipira. Com mau gosto para ternos'. Sabe, minha oferta para salvá-la do sr. Kent ainda vale".
Neste sentido, Último filho funciona perfeitamente. Há a perfeita compreensão de que o Homem-de-Aço representa a moralidade do Ocidente: não se aprisionam e não se fazem testes em crianças; não se aprisionam inocentes; não se matam crianças; pais não machucam os filhos; crianças tomem todo o seu suco de laranja.
Ora, o que seria de um herói sem sua galeria de vilões? Se o Superman é a configuração da ética Ocidental, quem são os seus vilões? Eles são a realidade do Ocidente. A luta do Superman é o confronto quer ser, ou antes, acredita que é, contra aquilo que realmente é. Tomemos seus 4 maiores vilões: Lex Luthor, Gal. Zod (os dois nêmesis do enredo, este último sendo o principal), Brainiac (citado na estória) e Darkseid. Eles representam a realia Ocidental. Fiquemos com os dois primeiros por fidelidade à narrativa.
Luthor é o que o Capital e a Democracia acreditam que são: empreendedores, inteligentes, avançados, capazes, líderes. Diz Lex ao Superman: "Se não ficasse sempre no meu caminho, Superman, eu já teria feito muito mais pela humanidade. Teria ajudado aqueles que não andam a andar de novo. Teria curado o câncer. Teria salvado o mundo do poço imundo da sua lânguida existência". Diz o Capital para a ética. Ninguém duvida que o Capital é capaz de curar o câncer - frase que Luther vira e mexe diz ser capaz -, mas é muito mais lucrativo remediar os sintomas. Presidente Luthor (da LexCorp e dos EUA) é a face verdadeira do Ocidente: rica, empreendedora, sagaz, e com uma desculpa para não salvar o mundo.
Zod é o conto do que aconteceria com Superman se ele não tivesse sido criado pelos Kent. Ele é a resposta para a pergunta: o que acontece com quem tem poderes ilimitado? Corrompe-se ilimitadamente. A não ser que você seja a imagem pura da ética. Por isso Superman não titubeia, não pode duvidar, não pode ter achismos morais, ele é um deus, deuses são tiranos ou justos, mas são confiáveis. Se Kal-El usasse seus poderes para nos governar, para controlar os seres humanos porque somos inferiores a ele e ele poderia conduzir-nos melhor: ao invés de deixar políticos discutindo na ONU, chutar o pau da barraca e dizer: "Agora farão como eu mandar".
Quando um vilão diz que a "humanidade" (leia ética) do Superman é sua maior fraqueza, ele está completamente enganado (Batman sabe que esta é a maior qualidade de Clark Kent). Esta qualidade o define e por isso vence no final (Superman é um conto moralista, no final de tudo). Zod, no entanto é o general que manda armas para Bin Laden nos anos 1980 e depois reclama do terrorismo nos anos 2000; é o general que derruba os "ditadores" do oriente médio e não entende quando vê surgir o Estado Islâmico; é o general que ataca um país afirmando que este tem armas de destruição em massa, destrói, ocupa, arrasa, mata, perde jovens soldados e depois diz: "desculpe, estávamos engandos". General Zod é a força sem ética, também conhecida como O Mal.
Terminamos a estória como Chris, porque escolhemos ser ele, não Lor-Zod, gritando: "Para o alto e avante".
terça-feira, 17 de novembro de 2015
TEZ DO DESEJO
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
PAI DE FAMÍLIA
Bom mesmo era na escravatura
Não tinha bolsa-família
Nem desemprego ou Cota escura
Vagabundo não vivia
Do imposto do trabalhador
Bebendo a cana do nosso suor
Bom mesmo era na ditadura
Moral, Deus, bens e família
Bandido era na bala dura
E a gente nunca via
Político roubar na maior
A pátria do nosso amor
Hoje é outra cultura
Bater, um pai de família,
Não pode no filho, que cura
Terá da droga que vicia?
A mulher não respeita o senhor,
Até dois machos a lei casou.
domingo, 1 de novembro de 2015
A METAFÍSICA DE DEUS
sábado, 24 de outubro de 2015
EL-REI DE HAITI
terça-feira, 15 de setembro de 2015
RIO TAMBAY
esgoto
exposto a correr ligeiro
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
CANÇÃO DO MEU PRÓPRIO UMBIGO
domingo, 6 de setembro de 2015
O RAPTO DE GANIMEDES
AMORES
sábado, 29 de agosto de 2015
FLUIDOS
domingo, 16 de agosto de 2015
QUADRINHAS PARA MANIFESTAÇÕES DE COXINHAS
terça-feira, 11 de agosto de 2015
NÃO SE AMA COM O CORPO
Não posso amar com este
Sólido, rijo, inflexível corpo
Amo com esta boca donde
Líquidas
Melífluas
Canoras
Palavras derramam-se
E dissolvem
Diluem
Amolecem os corpos
Estes corpos tão fixos e tão limitados no espaço
Não se ama no espaço
Mas através do tempo
Entre os entes em relações interafetivas
Mas corpos não se conversam, não se multiplicam
Não transcendem de seus próprios gozos
Mas ama-se quando se diz
Quando palavras de um ente transcende-o
Atravessa
Completa
Preenche o outro ser
Com o seu próprio gozo
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
quarta-feira, 22 de julho de 2015
PRECONCEITO DISCENTE
sexta-feira, 19 de junho de 2015
DEPRESSÃO
quinta-feira, 18 de junho de 2015
DA MORAL E DOS BONS COSTUMES
I - DA MORAL
desconfie dum homem que não é movido
por alto valores:
Honra
Honestidade
Justiça
$1000000
II - DOS BONS COSTUMES
é de lei:
um homem deve ser
empreendedor
mesmo quando empregado
um grande Chefe de família
onde se reproduz
e ter
poupança
filhos
casa/carro/cartão
é bom costume
respeitar a sua Mulher em casa
e A de fora
melhor ainda
quinta-feira, 11 de junho de 2015
O REAL E A VIDA
FELICIDADE UTILITÁRIA
quinta-feira, 4 de junho de 2015
VOLÚVEL
é tão volúvel o meu amor
por ti
quanto o vento que passa:
ele sopra teu cabelo
teu cangote
acaricia tua pele
teu perfume
teu batom
faz as folhas das árvores cantarem
para ti
para ti
dançarem
faz
as ondas das marés
quarta-feira, 3 de junho de 2015
(16*2)*2
agradeço à Divindade
por ter tido um corpo de 16 anos
com uma mente de 16 anos
sem nenhum ranço de sabedoria
ou experiência
a mais
e hoje, aos 32, ostente 18 mentais
o que deve significar
que aos 64 anos do corpo
eu não tenha a mínima ideia de quantos anos
minhas ideias terão
pois já desaprendi a calcular
e espero
sinceramente
de que, até lá,
eu tenha aprendido a versejar
terça-feira, 2 de junho de 2015
SONETO
domingo, 31 de maio de 2015
sexta-feira, 29 de maio de 2015
PROFESSOR DE POESIA
BEBEDEIRA
sábado, 16 de maio de 2015
AFORISMO, OU PEQUENA MORAL
domingo, 10 de maio de 2015
INSÓLITO ASSOMBRO
eu sou
o verso que me convém
que me contém
que me detém
refém
além
o verso que conversa comigo
e diz: ei eu sou gente
o verso que me enamora
agora
afora
mas por ora
confunde-se comigo
e na sua tontice acha conforto
porto
no que resta de meu insólito assombro
segunda-feira, 4 de maio de 2015
AULA DE HOJE
segunda-feira, 30 de março de 2015
RODA DAS VICISSITUDES
segunda-feira, 16 de março de 2015
O DILEMA DA PERFEIÇÃO
segunda-feira, 2 de março de 2015
LISTA DE POEMAS - AULAS PORTUGUÊS DO ENSINO MÉDIO DO ANTONIO GOMES
Não, não tem vírus, não tem pegadinha, é só bobalhagem de seu computador (ou seu mesmo): não brinco com poesia ou com meu trabalho ou com meu blog.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
REAL DOS REAIS
Falaram-me palavras de Paixão
De Amor
Mas só há Carne
É nela que Gozo
E Sofro
O Real dos reais
O resto é invenção de ideias
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
SEGREDO DA FELICIDADE
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
AXÉ MUSIC E O ANTI-CARNAVAL BAIANO
sábado, 14 de fevereiro de 2015
DIFÍCIL É O AMANHÃ
Difícil é o amanhã
Acostuma-se tão lentamente
Tão completamente
A essa presença usual
O cheiro no travesseiro
A marca na cama
O lugar no sofá
A vida é um bem que se gasta
Às vezes quebra-se rápido
Mas não foi inventada para durar
E quando chegar o amanhã
Aquela vida que se gastou
Não terá mais a presença costumeira
E olhando o vazio que deixaste
Minha presença tão adorada
Nesse amanhã tão bandido
Vejo que não há arestas
Além dessa saudade tão ferina
De uma vida bem gasta
14/02/2015
A A. Marcone Siqueira
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
PRECIPÍCIO DE ESPERANÇAS
TODA TELEOLOGIA RESUME-SE A UM BEIJO
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
QUERO TUDO
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
NOITE
O véu translúcido da noite derrama-se
Como cabelos presos que se desprendem
Dos olhos que então veem
E no seu barco soturno
A noite albina
Vestida de Luas e estrela
Descobre-se atenta
É como uma menina que inventou o espelho
E se desvenda linda
A noite tem um cheiro diferente
A noite só pode amar com a carne
E cheira a viço e libido
Como um panteão de sabores
De coitos vinhos e amores
A noite desaprendeu a sentir
O que não é medo desejo ou enganação
Porque através de seu manto translúcido
O que se desperta é ilusão
O que vemos é o desejo da noite
Sua canção erótica e desesperada
Que um miserável atende
Esperando saciar o frio da noite
No fio da carne
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
LEGIÃO DOS DESACORDADOS
Legião dos desacordados
Bêbados da noite
Dançarinos de todas as curvas
Que se perdem em todas as luas
Abram vossas viciosas bocas
E chupem tudo
Sorvam
O que vos resta desta vida
É o pouquinho de humanidade
Ainda a ser vomitado