terça-feira, 2 de junho de 2015

SONETO

O salário da morte é o meu pecado:
Agoniado Ser, Ser solitário,
Nós somos bicho solto, atormentado.
                A vida é nosso bem prioritário!
                Já que o fim está na próxima esquina
                Procuramos o orgasmo sujo e vário.
A nós, os deuses deram mente fina
E uma urgência de vida sem porteira,
Porque ter curto tempo é nossa sina!
                O hedonismo virou nossa primeira
                Emergência: do gozo, partidário
                É o corpo, a alma, do medo prisioneira:
Ao temor, o prazer é solidário,
Pois, da morte, o pecado é o meu salário.

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