sexta-feira, 22 de abril de 2011

Coluna analisa ano do Botafogo e vê 'quadro medonho''

Nas próximas semanas, diminuirá o espaço destinado ao Botafogo pela imprensa esportiva, em todos os meios. Não é necessário bola de cristal ou teoria conspiratória para explicar o fenômeno. Pelo contrário, as coisas são muito simples. Só existem duas maneiras de um time que não tem a maior torcida de um estado — o que garante ibope, chova ou faça sol — se manter em evidência: vencer ou fazer grandes contratações.
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No Campeonato Carioca de 2011, o meu alvinegro não fez nem uma coisa nem outra. Perdeu nas semifinais da Taça Guanabara. Nem chegou a se classificar para as semifinais da Taça Rio. Como resultado, pela primeira vez desde 2006, ficou fora da decisão do título estadual, que conquistou duas vezes no período. Tinha de acontecer mais cedo ou mais tarde, claro, mas não
precisava acontecer de modo tão resignado.
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Olhando em retrospecto a preparação para aquela que deveria ser a campanha do bicampeonato
2010-2011, é óbvio que não tinha como dar certo. Fica a impressão, quase certeza, de que a diretoria simplesmente abdicou da conquista do título. Porque só ganha quem ataca e, do ano passado para cá, o time desidratou do meio para a frente: devolveu Edno, emprestou Jóbson, vendeu Lúcio Flávio e Renato Cajá.
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Se tivesse havido reidratação... Todavia, em troca, a diretoria contratou apenas um jogador mais ofensivo: Fabrício, meia que não atuava há um ano pelo Juventude, de Caxias do Sul. Ah, essas transações estranhas do mercado da bola... Em compensação, trouxe para General Severiano um zagueiro, dois laterais e três cabeças de área. Bem na tática acovardada do ex-técnico Joel Santana. Nenhum cartola desconfiou de nada?
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Por isso, soa como piada ler no “Panorama Esportivo” que o digno presidente Maurício Assumpção detectou o “excesso de volantes” no elenco alvinegro como outro problema, além da falta de meias. Sim, há oito no elenco: Araruama, Arévalo, Bruno Thiago, Fahel, Lucas Zen, Marcelo Mattos, Rodrigo Mancha e Somália. Ora, sete (a exceção é Lucas Zen, da base) foram contratados na gestão do próprio Assumpção e de seu vice André Silva, seis deles (a outra exceção é Fahel) enquanto Joel foi técnico.
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Dias depois, o presidente do Botafogo deu uma palestra na Casa do Saber. Nela, entre outras coisas, declarou: “Não estou satisfeito com o time. (...) Talvez tenha havido um erro estratégico para o Carioca, mas foi baseado no que alcançamos no Brasileiro. Talvez o erro tenha sido o de não trazer um meia.” Talvez? Talvez? Maicosuel contundiu-se gravemente no joelho esquerdo em setembro do ano passado, ainda durante o Campeonato Nacional. De cara, a previsão era de que não voltasse a jogar antes de oito meses. Ou seja, com sorte, apenas nas finais do Carioca.
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O Botafogo, porém, nunca chegaria às finais. Perdeu o omisso Lúcio Flávio e o irregular Renato Cajá, que ao menos eram armadores de verdade. Trouxe e improvisou o ala Everton, sumidaço em campo, além de Fabrício, que disputou uma única partida como titular. Ao apagar das luzes da Taça Rio, anunciou Thiago Galhardo, do Bangu. Para o Brasileirão, fala-se em Gilberto (Cruzeiro), Ricardinho (ex-Atlético MG), Andrezinho (Internacional) e, discreta e esperançosamente, Diego (Wolfsburg).
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Falta dinheiro, decerto, e a desclassificação no Carioca não vai ajudar. O fato de o Botafogo também não ter se classificado para a Libertadores da América deste ano criou o círculo vicioso. No Brasileirão 2010, o time esteve perto de conseguir a vaga continental. Não conseguiu por uma combinação perversa entre uma onda de contusões — na qual a de Maicosuel foi a “rainha” — e o espírito retranqueiro de Joel. Na derradeira partida, contra o Grêmio, no Olímpico, a classificação ainda estava à mão, bastava vencer. Contudo, ele escalou três zagueiros e três volantes. Perdemos de três. Foi pouco.
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Joel não é um mau técnico, longe disso, mas não é versátil. Capaz de motivar um elenco como ninguém, incapaz de transformar elenco motivado em elenco superior. Contrata do meio para trás, é paternalista, escala muita gente na defesa. Por isso, agora Caio Júnior está administrando a “herança maldita”: plantel desequilibrado, grupo inseguro, time que só sabe se defender. A estreia no Brasileirão será fora de casa, contra o Palmeiras, daqui a um mês. Haverá tempo hábil para reverter esse quadro medonho?
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Caio Júnior precisa que a diretoria faça a sua parte, como fez em 2010, senão o Botafogo desponta como sério candidato ao rebaixamento.O técnico também tem de se ajudar.Não adianta criticar a torcida por vaiar Alessandro aos 15 minutos de um jogo. Como comentou Paulo César Vasconcellos, do Sportv, durante a primeira partida contra o Avaí, o veterano lateral-direito estava sendo vaiado “pelo conjunto da obra”. Como Caio Júnior espera que torcedores manifestem a sua insatisfação? Com cartas seladas?
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Claro, na vida tudo sempre pode ficar pior. Como o Botafogo empatara a primeira partida com o Avaí em 2 a 2, no Engenhão, precisava vencer ou empatar em 3 a 3 ou mais, na Ressacada, na noite de quarta-feira. Jogou bem, mas empatou em 1 a 1, sendo eliminado por um pênalti caseiro. Esse fracasso também na Copa do Brasil foi catastrófico. Na última vez em que escrevi sobre o Botafogo, em dezembro passado, ousei prever que nosso 2011 seria melhor que nosso 2010. Acho que errei.
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Fonte: Coluna do Arthur Dapieve - Segundo Caderno - O Globo
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fonte:
http://www.fogaonet.com/noticia.asp?n=17176&t=vale+ler+coluna+analisa+ano+do+botafogo+e+ve+quadro+medonho

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Botafogo: cadê a base?

Mozart Maragno - 25/02/2008
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Todos já ouvimos sobre a “seca” na formação de jogadores no Botafogo nos últimos tempos. Vamos tentar analisar alguns pontos para entender um pouco do que houve nesse processo, bem como as perspectivas diante do atual quadro. Em 2007, por exemplo, grandes nomes da história do clube se manifestaram acerca do momento vivido e, sobretudo, a situação das categorias de base. As observações de Roberto Miranda e Jairzinho – campeões mundiais em 1970 – para o Diário Lance! , serão os pontos de partida para nossa reflexão sobre essa situação:
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"Antigamente o Botafogo revelava muitos jogadores. Hoje está difícil. Quando o Botafogo revela um ou dois jogadores hoje em dia já é muito. O problema são os empresários. Mas o clube que quer ser o grande não pode deixar isso acontecer. Precisa segurar os jogadores. Eu fui feito dentro do Botafogo. Tanto eu como o Jairzinho, Rogério, Carlos Roberto e tantos outros. Naquela época o Botafogo formou um grande time. Se continuasse assim, o clube hoje estaria melhor." (Roberto Miranda)
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"Eu sou um dos grandes exemplos do que é investir na categoria de base. Não custei nada e dei muito ao Botafogo na década de 60. Eu venho ao longo dos anos sempre falando que o Botafogo e deve olhar com muito carinho as divisões de base. O futebol é uma renovação. Recentemente tinha uns cinco garotos do meu centro treinando no Botafogo. Mas entrou uma comissão de divisões de base e mandaram os garotos embora. Hoje eles estão em outros clubes porque o Botafogo fechou as portas. Tomei conhecimento de que, quando souberam que eram jogadores indicados pelo Jairzinho ou por qualquer ex-jogador, não iriam aproveitar." (Jairzinho)
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Embora sejam depoimentos de figuras importantes, não entram no ponto nevrálgico do problema. É apenas uma amostragem da média de avaliação sobre a base botafoguense, isto é, não revela gente de peso, oferece uma estrutura carente e erra nas escolhas dos profissionais. Os ídolos fazem propaganda pessoal e, evidentemente, estão longe de ser a solução. O fato é que Marechal Hermes, o centro da base, foi bastante maltratado (e o torcedor é quem sofre com isso). Vejamos, então, com mais detalhes, como o descaso e a falta de tato para com os novos tempos do futebol acabaram fustigando as categorias de base do Botafogo.
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História gloriosa
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Foram 46 jogadores do Botafogo convocados para Copas do Mundo. O maior fornecedor da história do futebol brasileiro. A maioria com atletas formados no próprio clube. Claro que, com o enorme êxodo, nas últimas Copas acabaram diminuindo os representantes de times nacionais. Porém, dentre os brasileiros, o Botafogo pouco contribuiria numa seleção caseira, por exemplo. O dado inquestionável é que havia revelação qualificada e não há mais (com regularidade).
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As seleções de base podem oferecer um quadro mais atual. Em 20 anos, quais foram os destaques botafoguenses? No Pan de 63 (em São Paulo), Jairzinho era o grande nome. Em 68, o Botafogo pode lançar mão de um garoto para surpreender o Flamengo numa final de campeonato: era Paulo César Lima. Além do prejuízo esportivo, hoje a falta de revelações qualificadas gera prejuízo financeiro. Um grande jogador revelado pode garantir uma boa venda e tranqüilidade orçamentária, especialmente em clubes mais combalidos. Temos vários exemplos recentes desse tipo.
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Mazelas
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A crise financeira atingiu ao Botafogo como um todo a partir da década de 90. A base, claro, virou a última das opções no investimento dos parcos recursos. O pouco veio da ajuda de conselheiros mais abastados que procuraram não deixar Marechal Hermes morrer. Há, além da falta de dinheiro, negligência de quem passou pela diretoria. Não houve preocupação em longo prazo. Um erro estratégico fatal. A crise financeira atingiu a maioria dos grandes clubes brasileiros. Não foi privilégio do Botafogo. A reestruturação da base foi a alternativa de muitos, ainda que lentamente, em alguns casos.
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O advento de Bebeto de Freitas deu maior qualidade e credibilidade à gestão do clube. Foi um avanço significativo para quem teve o bicheiro Emil Pinheiro como máximo dirigente (tempos de “vacas gordas”; e nem suspeito o motivo). Só que a base continuou deixada de lado. O discurso anti-empresário imprimido não resolveu problema algum. A vitimização muito menos. Era preciso investir algo, de fato, em Marechal Hermes. Carlos Alberto Lancetta, renomado profissional na preparação física e botafoguense ilustre, foi uma importante figura na base. Ajudou muito ao clube angariando donativos.
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O desentendimento com Bebeto acabou causando sua saída. Acusações de que o presidente poderia inclusive extinguir a base surgiram. Entretanto, o ex-jogador Afonsinho foi contratado. Sua passagem foi bizarra. Sem qualquer preparação e qualificação para o cargo, ficou pouco tempo. Mas nem tudo está perdido, para usar um dito popular.
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Esperanças
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Dé Aranha conseguiu ótimos resultados com o time júnior do Botafogo entre 1996 e 2001. Léo Moura pode ser considerado a grande revelação desse período. Nenhum foi adequadamente aproveitado. Depois disso os resultados foram pífios. Digno de nota, apenas Hugo, atacante que foi campeão Mundial sub-17, em 2003 (desapareceu). Rodrigo Fernandes, lateral-direito que foi ao Mundial sub-17 de 2001, sumiu igualmente. Nos últimos dois anos, alguns bons nomes apareceram, mas a falta de estrutura e o estilo tacanho dos diretores dificultaram o aproveitamento. Fellipe, ótimo volante, não resistiu ao assédio e está no Benfica (após PSV). Simões, zagueiro, foi para o Cruzeiro.
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A culpa é sempre do empresário, do clube que assedia. O Internacional, por exemplo, foi acusado recentemente de aliciar garotos alvinegros. O Botafogo poderia largar esse discurso e se preparar para o mercado do futebol, que ficou muito mais complexo do que era na época do passe. Vários outros conseguem se virar melhor com a Lei Pelé. Não adianta fugir do óbivio: é necessário melhorar a estrutura, pois os meninos saem mesmo ao encontrar maior qualidade em outros lugares. A falta de jogo de cintura dos diretores fica clara a cada dia também em outros episódios que não apenas os da base.
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Alguns nomes dão esperança de um futuro de mais e melhores revelações. Rodrigo Dantas, meia, foi convocado para a sub-18, em 2007. Júnior, atacante, foi ao Mundial sub-17 do ano passado e marcou até gol. Os goleiros Renan e Luis Guilherme podem ser os titulares da sub-17 e sub-20 do ano que vem. Em boa hora, para quem teve muitos problemas na posição recentemente. Algumas coisas melhoraram no clube. Conseguiu um estádio novo, tem gente bem intencionada querendo o bem da agremiação (e não os bens). O que pode atrapalhar é uma possível postura centralizadora, pouco flexível, que precisa adequar a realidade para melhorar a formação. Ela é fundamental e esses possíveis frutos podem provar isso.
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fonte:
http://www.olheiros.net/artigo/ler/276

Botafogo/99: talentos desperdiçados

Pedro Venancio - 17/04/2009

O ano é 2002 e o Botafogo acaba de ser rebaixado no Campeonato Brasileiro após perder para os reservas do São Paulo, em Caio Martins, por 1 a 0. O time, repleto de apostas malsucedidas, convivia com problemas extra-campo que cercavam o clube há pelo menos três temporadas. Os meninos da base, após conquistarem três títulos cariocas em quatro anos, se viam desprezados em meio ao caos que marcava o clube na administração Mauro Nei Palmeiro.

Na Alemanha e com a carreira estabelecida, o zagueiro Juan declarou que tinha curiosidade para saber onde estavam seus adversários da base botafoguense. “Simplesmente não conseguíamos ganhar deles. O Botafogo tinha um time fantástico e fico surpreso com o não aproveitamento dos garotos no profissional”. E o zagueiro não foi o único a enxergar o desperdício de uma geração inteira.

O início

O período de ouro dos juniores do Fogão começou em 1997, com a conquista do título estadual. O clube ainda vivia resquícios de euforia da conquista do Brasileirão de 1995 e também levou o Cariocão entre os profissionais. A base, porém, era pouco aproveitada e poucos jogadores tiveram chances durante a disputa, que teve três turnos e quase não terminou.

A tendência era que os meninos entrassem no time durante o Campeonato Brasileiro, mas uma campanha abaixo da média acabou queimando promessas como Marcos Aurélio, meia apontado como uma das revelações daquela geração. Dos que subiram, o atacante Zé Carlos foi o único a se firmar nos profissionais e conseguir relativo sucesso. Aos outros, restou voltar aos juniores ou ser emprestado a um clube pequeno para a disputa do estadual do ano seguinte.

Em 1998, enquanto o time principal claudicava, os garotos seguiam em frente. A missão, porém, era mais espinhosa do que no ano anterior, pela qualidade dos times na disputa. O Flamengo contava com uma geração vencedora, composta por Juan, Fernando, Júlio César, Reinaldo, Alessandro, Cássio e Lê, entre outros. O Vasco tinha Hélton e Géder, além de um conjunto muito forte que acabou como vice-campeão da Copa São Paulo no início do ano seguinte.

Os cruzmaltinos conquistaram o primeiro turno após tropeço do Botafogo contra o Bangu, e venceram o Glorioso nas duas vezes em que se encontraram antes das finais, por 1 a 0 e WO, respectivamente. Mesmo com o não comparecimento, o Fogão faturou o returno e garantiu o direito de disputar a final. A redenção veio com duas vitórias por 1 a 0 e o bicampeonato garantido. O meia Léo, artilheiro da equipe com 13 gols, era apontado como o “novo Zico” pelo técnico Dé, comandante da equipe. Sua estréia nos profissionais foi ainda no Brasileirão daquele ano, contra o São Paulo.

A apoteose

Se o ano de 1998 já marcava a consolidação de uma geração vitoriosa, a temporada seguinte acabou mostrando que os juniores do Fogão não eram bons apenas em campeonatos estaduais. O clube tentou o tri, mas foi impedido pelo Flamengo, que contava com Juan e Fernando na defesa e os promissores atacantes Lê e Reinaldo, que no fim do ano viriam a ser decisivos na conquista rubro-negra da Copa Mercosul diante do Palmeiras.

Os meninos de Dé encararam a perda do tricampeonato como um acidente de percurso e sabiam que o troco estava por vir. Afinal, a disputa da Taça Belo Horizonte era logo mais, no mês de julho. Os botafoguenses fizeram uma bela campanha, passando sem dificuldades pelas primeiras fases e aplicando 3 a 0 no Paraná Clube nas semifinais. A decisão, contra o Flamengo, era uma grande oportunidade de ir à forra.

E a vingança não poderia ser melhor: 8 a 3, com direito a gritos de olé da torcida presente em Itabirito, interior de Minas Gerais, local da final. O atacante Daniel, com dois gols e duas assistências, foi considerado o melhor jogador em campo. Tal atuação lhe rendeu uma promoção imediata para os profissionais, que vinham de um vice-campeonato da Copa do Brasil e nutriam boas expectativas para o Brasileirão. A campanha, no entanto, foi desastrosa, e o alvinegro só não foi rebaixado porque ganhou, no tapetão, os pontos do jogo contra o São Paulo, que havia perdido em campo por 6 a 1.

Com o estouro do limite de idade dos jogadores, o time já se desfazia em 2000, quando conquistou novamente o título carioca de juniores com uma campanha irretocável: em 20 jogos, 18 vitórias, um empate e apenas uma derrota. Era o canto do cisne de uma geração que o técnico Dé classificava como fantástica. “Das duas, uma: ou esse time é muito bom ou então eu sou um técnico de outro planeta”, afirmava.

Velocidade e técnica

O time mudou sua configuração durante o período, mas era claro que a aposta de Dé era sempre por um futebol ofensivo, com estratégias simples e vitoriosas. O ataque começava na defesa, com laterais agressivos como Leandro Eugênio e Leandro Teodoro fazendo ultrapassagens freqüentes e dando opções aos meias Leozinho e Renatinho (posteriormente Geraldo) para a tabela.

Os atacantes Felipe e Daniel se revezavam na área, saindo para buscar jogo e, com isso, confundindo os zagueiros adversários. A movimentação constante era uma marca registrada daquela equipe, que fazia muitos gols de contra-ataque ou em triangulações rápidas. O fato de todos os jogadores serem muito leves certamente ajudou na composição do time, que também era equilibrado defensivamente.

Ostracismo

Quase dez anos depois, pode-se constatar facilmente que praticamente todos os jogadores dessa geração vencedora não vingaram, e não deram lucro nenhum ao clube. A exceção fica por conta de Léo Moura, meia reserva do time em 1998, que teve que ir à Bélgica e voltar como lateral-direito para tanto. Fez um belo Campeonato Brasileiro em 2001, mas não resistiu ao caos administrativo do clube e arrumou as malas. Hoje, é ídolo do Flamengo e, curiosamente, voltou a atuar como meia.

O centroavante Felipe, apontado como um dos melhores da equipe, chegou a ter brilharecos nos profissionais, mas não resistiu a uma seqüência de lesões e acabou saindo do clube para conseguir uma seqüência. Passou por Juventude, América-MG, Cabofriense, Tupi e hoje tenta a sorte no Pontevedra, da segunda divisão espanhola. Outro que teve relativo sucesso foi Márcio Gomes, destaque da campanha do vice-campeonato da Série B em 2003, que hoje é reserva do Resende.

Quem também atua no Resende é Leozinho, que teve pouquíssimas oportunidades na equipe profissional e não conseguiu corresponder às expectativas criadas em torno de seu futebol. Daniel, craque da final da Taça BH, teve chances, mas sucumbiu à crise alvinegra e atualmente defende o Kalmar, da Suécia, onde é reserva. O lateral Leandro Eugênio, outra grande promessa, passou pelos quatro grandes do Rio sem empolgar e, recentemente, foi dispensado do Barueri.

No início de 2001, vários desses jogadores foram promovidos aos profissionais, mas pereceram diante da completa desordem que vivia o clube naquele momento. A péssima campanha no Estadual teve como ápice a goleada por 7 a 0 sofrida para o Vasco. O revés acabou “queimando” jogadores como o zagueiro Bruno e o volante Serginho, além de ter causado o pedido de demissão de Dé, que dirigia os profissionais à época. A degola, no ano seguinte, foi apenas o tiro de misericórdia e serviu para sepultar a mais vitoriosa geração que surgiu na base de General Severiano nos últimos 40 anos.

Ficha técnica

Clube/Seleção: Botafogo

Técnico: Dé

Competição: Taça Belo Horizonte

Ano: 1999

Escalação: Igor, Leandro Teodoro, Edimar, Bruno e Leandro Eugênio. Cléber, Sidicley, Geraldo e Leozinho. Felipe e Daniel

fonte:

POEMA

Quanto de mim são só lágrimas
para que eu as chova só por ti?
Quanto de mim são só sorrisos
constelação de estrela inteira
para que de ti jamais me aparta?

Quanto de mim é esta paixão, este desatino,
para que nunca veja os desalentos e desenganos,
para que nunca saiba das dores e dos desassossegos,
para que nunca me conforme com os adeuses,
com as perdas e os desganhos?

Quanto de mim é só ilusão, por ti,
amor puro,
quanto de mim é só vulcão,
fogo eterno do meu peito...?

terça-feira, 12 de abril de 2011

pré-jogo Botafogo x Avaí

football formations


A primeira leitura do time é um 4-2-2-2.

Caio Canedo - ponta natural - jogará como um ponta de lança, i.e., o armador, como no primeiro jogo do Botafogo dirigido por Caio Jr.

Com a descida de from éVerton - ala esquerdo - e o avanço natural de Caio para a esquerda, nós teríamos um 4-3-3, que é a forma natural dos jogadores em cmapo.

Defendendo, o time agiria como um 4-2-3-1, com o Argentino Herrera bloqueando o lado esquerdo do adversário.

o gigante Uruguaio, Loco Abreu, fará o papel de pivô, caindo pelo meio do campo, ajudando na criação de jogada com seus passes precisos e visão de jogo inteligente.

football formations

Silas, técnico do Avaí, pretende formar seus 11 num 3-5-2, mas que no Brasil significa: 5-3-2.

Silas tentará parar o time do Botafogo pela vantagem numérica na defesa, com 3 zagueiros e 2 volantes no meio.

À primeira vista, seu time teria alguma superioridade contra uma formação em 4-2-2-2.

TODAVIA, o time do Botafogo parece jogar bem aberto, o que é incomum nesta formação. Herrera e Éverton como extremos mudariam a posição dos defensores.

Se o Botafogo defende em 4-2-3-1, parará a progressão dos alas do Avaí.

A formação mais perigosa para o Avaí seria quando Caio Canedo vira um terceiro atacante, atuando bem aberto. O 4-3-3 quebraria completamente a formação 3-5-2.

Mas a superioridade em tática deve ser assegurada na técnica e no campo, jogando o jogo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

COISAS DO ESPÍRITO

Bela,
sou poeta.
Não me importo com tua alma
o teu sorriso é toda alma que vejo.
Os teus olhos é toda divindade que sinto.

Não me importam coisas do espírito,
o espírito é a certeza do que vejo,
e é certo que te vejo
Bela
e jamais me esqueço
de rezar todos os dias
para que olhos não me faltem,
nem que tua beleza encontre a velhice.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

OLHO RÁPIDO: JOGOS DO FIM DE SEMANA

Na partida que provavelmente indicaria o campeão da Serie A do Calcio, o segundo maior time da Itália bateu o 3º maior time italiano no derby de Milão. Uma vitória maiúscula, uma goleada para deixar em termos claros quem seria o campeão, um jogo irretocável de Seedorf, carillero pela esquerda do losango rossonero, o 10 produziu uma série incrível de passes entre os zagueiros nerazzuri – atuando num irreconhecível 4-2-3-1 muitíssimo preso, onde a linha de 3 não marcava nada! –, e um jogo brilhante do Pato. Além de ter causado a expulsão de Chivu, o 7 fez dois gols, mostrando incrível senso de oportunismo, digno de um 9! Talvez acabe sendo Pato a solução dos problemas de área da seleção brasileira. Infelizmente Pato não foi premiado com o hat-trick, pois o pênalti que definiu a partida ocorreu após a sua saída. Vale salientar também o duelo entre Júlio César e Robinho. Com a saída de Chivu a esquerda da defesa nerazzura virou uma avenida, de lá saiu o chute fortíssimo que Pato consertou com uma cabeçada para dentro do gol, e naquele ponto Robson teve várias chances sozinho contra o 1 interista. Mas o senso de 9 possuído por Pato não esteve presente no 70: parece que fazer gol não é o bastante para o Robson, tem que enfeitar. Nesses adornos desnecessários para fazer seus gols de “perua”, Júlio César sempre conseguiu tempo para impedir os possíveis gols do sempre coadjuvante Robinho. Um Pato ou um Ibrahimovicth naquela situação e o Milan teria enfiado pelo menos 5 gols na Internationale.

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Porto e Benfica. Salvo pequeno engano, estavam em campo 4 títulos da Champions League, e os dois matematicamente classificados para a próxima League. Os encarnados últimos campeões nacionais interrompendo uma série de 4 títulos seguidos da Liga Zon Sagres dos azuis. Na casa da Águia – o belíssimo Estádio da Luz – os Dragões tentavam impor duas escritas, pela primeira vez serem campeões na casa do adversário – algo que só acontecera na década de 40, no antigo estádio de Lisboa – e repetir um feito dos lisboetas da década de 70: vencer a liga de forma invicta. Num jogo em que o juiz foi protagonista, e o craque do campeonato, Hulk, nada jogou – mas fez o gol do título –, o cheiro de rivalidade foi ao auge. Villas-Boas, técnico do Porto e aprendiz de Mourinho, armou seu 4-3-3 super-vencedor para cima de um Benfica num 4-3-1-2 irreconhecível – Di Maria e Ramires fazem muita falta mesmo a este time –, o resultado óbvio deu-se, um Porto que só deixou de vencer duas vezes, e que agora, com o título na mão, só precisa não perder para ser campeão invicto, e continuar sua perseguição ao número de títulos dos encarnados – são 32 títulos para o time da capital contra agora 28 para os adversários –. Deve-se registrar: aos 91” o Benfica teve a chance de impedir a comemoração do Porto em sua casa, num lançamento de Luisão ainda de seu campo, a bola sobra para um atacante, que só contra Elton perde o gol, no rebote o Benfica joga a bola na trave, jogada de deixar todo mundo em pé, e seria uma punição para um Porto que deixou de jogar bola no 2º tempo, e que perdeu um gol incrível, em que o seu camisa 9 teve medo de enfrentar o goleiro benfiquista e chutou antes da entrada da área, tendo tempo suficiente para entrar, tentar driblar o goleiro, encobri-lo a La Loco Abreu, etc. E um final típico de rivalidade histórica: para evitar a comemoração do maior rival dentro de sua casa, as luzes da Luz foram apagadas, e a irrigação ligada. Foi, enfim, um jogo fraco, mas melhor que a maioria absoluta dos jogos no Brasil.

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Parece sacanagem comigo, mas quando não assisto ao jogo do maior time da Itália, a Juventus de Turim, afinal Porto X Benfica era mais importante, não é que a Juve vence – e bem – a pequenina Roma! Acho que sou eu quem dá azar aos bianconeri!!!

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O Botafogo de Futebol e Regatas enfrentou neste domingo o time da estrela negra, o Resende, em busca da primeira colocação do grupo B. O empate deixou o time dA Estrela Solitária em maus lençóis. Tendo, no próximo domingo, o clássico contra o rubro-negro da Gávea, e em segundo lugar no saldo de gols com o tricolor das Laranjeiras – que já cumpriu os seus dois duelos principais desta fase do campeonato – o Botafogo é obrigado a vence-lo para manter-se na briga para a segunda fase da Taça Rio (TR). Um primeiro tempo apagadíssimo, com o Resende muitíssimo bem fechado, de organização exemplar para os grandes, e que achou um gol aos 44” do primeiro tempo. O BFR ainda tentou se impor, jogar como grande todo o tempo, mas só no segundo, com a saída do irremediável Alessandro, e com a retirada de Somália do setor de criação, além da entrada da nossa pérola da base, Bruno Tiago, o time jogou para vencer, encolheu o pequeno, que não se recolheu, foi obrigado a. Quando o time saiu do 4-4-2 em duas linhas para o 4-3-3, com a entrada de Caio na esquerda – não mais na direita, como jogava com Natalino –, aí sim a predominância foi extrema. O goleiro do Resende ainda fez um milagre defendendo uma cabeçada à queima-roupa do Abreu – e foi merecidamente congratulado pelo El 13 –, mas numa bola parada o Antônio Carlos empatou. Constatação ruim: em dois jogos com o comando de Caio Jr. o time levou dois gols de escanteio. Constatação boa: em dois jogos com o comando de Caio Jr. o time fez dois gols de bola parada com o zagueiro-artilheiro Antônio Carlos. Será que a bola parada do Botafogo, depois de uma ano inteiro, está voltando a ser mortal? Mas ainda peca, o BFR, na criação, o time não produz pelo meio, gostei muito de Caio ter colocado o Abreu para a articulação COMO PIVÔ, mas ainda falta o homem que meta bola para a área, talvez um 4-3-3 com o Bruno Tiago fazendo o apoio possa resolver isto, puxando alguns contra-ataques o garoto teve a chance de passar tanto para o Abreu quanto para o Herrera que abriam a defesa, mas exagerava na hora do último passe, segurando demasiadamente a bola – há um problema sério em Marechal Hermes, os meninos que vêm de lá nenhum quer passar bola, pretendem, todos, fazerem o gol e se consagrar, ao invés de ganhar a consagração com o passe final –.