Difícil é o amanhã
Acostuma-se tão lentamente
Tão completamente
A essa presença usual
O cheiro no travesseiro
A marca na cama
O lugar no sofá
A vida é um bem que se gasta
Às vezes quebra-se rápido
Mas não foi inventada para durar
E quando chegar o amanhã
Aquela vida que se gastou
Não terá mais a presença costumeira
E olhando o vazio que deixaste
Minha presença tão adorada
Nesse amanhã tão bandido
Vejo que não há arestas
Além dessa saudade tão ferina
De uma vida bem gasta
14/02/2015
A A. Marcone Siqueira
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