Depois de três
empates seguidos, faz-se necessário um olhar mais criterioso das qualidades e
defeitos do Botafogo de Futebol e Regatas.
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Na fase
defensiva do jogo, o Botafogo monta-se num forte 4-1-4-1: Jéfferson; Lucas,
Antônio Carlos, Fábio Ferreira, Márcio Azevedo; Marcelo Mattos; Maicosuel,
Renato, Andrezinho, Elkeson; Loco Abreu. Com essa estrutura, o time de Gal.
Severiano é capaz de aplicar pressão na saída de bola do adversário.
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Por isso,
mesmo com os buracos deixados pelos laterais – sobretudo o esquerdo –, motivo pelo
qual o time levou seu três gols na competição estadual, o time já não enfrenta
mais problemas defensivos tão sérios como antigamente.
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Essa é a
primeira qualidade da equipe de Oswaldo Oliveira: bom posicionamento tático,
ocupação inteligente dos espaços a partir da intermediária adversária,
estrutura forte, marcação pressão média sobre a bola dos 5 atacantes – os defensores
marcam zona –, posse de bola superior a 60% na maioria dos jogos.
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O lado
negativo de se exercer pressão sobre a bola pelos homens de frente, é que isso
obriga os zagueiros a fazerem uma linha de impedimento muito alta. Nos dois
primeiros jogos, era visível que os defensores não sabiam exatamente o que
fazer, o que permitiu lançamentos nas costas de Azevedo. Jéfferson também se
posiciona ainda muito dentro da área, ora, se meus zagueiros estão na linha de
meio-campo – observem por exemplo o impedimento de Ronaldo Assis, ele está com
apenas um pé além da linha divisória do campo –, eu (o goleiro) deve
adiantar-me para impedir que os lançamentos dos zagueiros adversários caiam nas
costas dos meus zagueiros. É simples isso, mas deve ser assustador para um
goleiro ficar fora da sua zona de conforto e jogar onde não possa pegar a bola com
a mão.
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Nas transições
defensivas, o esquadrão nunca é pego de “calças curtas”, pois a base fica muito
bem montada, com os dois zagueiros, Mattos na frente, e com a alternância
constante e alternada do apoio dos laterais, ficando um sempre na defesa. O
sistema ainda não está perfeito, pois a basculação ainda não está tão afinada
quanto deveria ser.
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Apesar destas
qualidades defensivas, o time de Oswaldo não demonstra muitas habilidades
ofensivas. Acima de tudo, falta criatividade. Andrezinho vem sendo um dos
melhores do time, mas ainda não é um 10 que ganhe jogo – a não ser nas cobranças
de falta –, que deixa os atacantes na cara do gol duas ou três vezes por jogo.
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Também falta
mobilidade. Com a equipe estática do jeito que se apresenta, obviamente não criará
chances de gol. Daí a necessidade da profusão de jogadas aéreas para um Loco
Abreu que ainda não se encontra 100% fisicamente. Mas com um time que não se
movimenta – e que perdeu o que tinha de melhor na época de Caio Jr., a
ultrapassagem dos laterais, sobretudo da dupla Maicosuel-Cortêz –, não há
jogadas de linha de fundo, e com cruzamentos da intermediária, nem que Abreu
tivesse 3m de altura, ele conseguiria vencer essas jogadas, principalmente no
meio da região do pênalti (sem contar que, o único cruzamento que realmente
funcionou no jogo contra o Flamengo, caindo atrás da pequena área, foi o de
Renato).
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Se os meias-extremos
do 4-1-4-1 não avançam e viram ponteiros, o time fica assim mesmo, sem
penetração, sem profundidade, sem criação. Se o centro-avante fica estático,
não abre espaço para a penetração dos quatro homens que vêm de trás, e fica
marcado muito facilmente dentro da área. Se os laterais não vão à linha de
fundo, acabam fazendo vinte a trinta cruzamentos inúteis para a grande área adversária!
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Eis mais um
motivo ainda para que Herrera não volte a ser titular no esquete botafoguense,
não sabe se posicionar defensivamente numa linha de quatro meias e não tem
capacidade de resolver jogos, o que abriria caminho para a sua presença obrigatória
em campo. Por outro lado, será muito mais fácil tirar o Elkeson do time para a
entrada do Jobson do que um cara mais amado pela torcida como o Herrera. Jobson
este que parece ser titular absoluto na cabeça de The Oz! Jobson, que pelo que está
fazendo nos treinos – e se finalmente tiver a cabeça no lugar, pois não terá mais
chances e com ninguém – pode realmente chegar e resolver os jogos, um jogador
que com ele o time fica muito mais perigoso, no drible, na velocidade, na
impetuosidade; mas fica bem menos criativo, o que será um problema se
Andrezinho não crescer, ou se não chegar um outro meia capaz de criar condições
de gol, o time talvez fique refém da correria de Jobson pela esquerda, e a
força física de Abreu dentro da área.
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