eu remendo os meus abismos
não me perderei
nem no Paraíso de Borges
que é mais místico do que o de Dante
em cada borda destes precipícios
está Eu
tentando ouvir do fundo
as vozes que me escapam
mas não me perderei
mesmo flertando com os meus abismos
mesmo sem ouvir as vozes de mim mesmo
ainda assim vejo o Outro Eu
um ao outro se apontam
como bússolas de braços fendidos
guiando o que me sobrar de vozes
neste mapa de remendos de abismos
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