quarta-feira, 16 de agosto de 2017

SONETO

Nós dissemos adeus, mas, para mim,
Fora de minha boca para fora.
E agora, sem os teus braços assim
          Não compreendo mais onde mora
          A paz do meu destino. Éramos sós,
          Só braços, bocas em longa demora.
Nem sombra nos sobrou do que foi Nós.
Como aceitar o teu perfume noutra
Pele que não a minha? Triste algoz
          Fui do meu prazer. Hoje nova potra
          Cavalgas. Busco por onde caminha
          A direção do odor na tua roupa
Mas me descubro sempre mais sozinha,
Pois me disseste "Adeus!" por culpa minha.

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