quarta-feira, 8 de novembro de 2017

SONETO

Sou poeta, meu bem, tu bem o sabes,
De palavras eu vivo e sensações:
Teu corpo é uma ideia e nela cabes.
         Amamo-nos na carne e nas ações,
        Mas sem palavras tudo fica feio,
        Por isso nos traduzo nas canções.
Nosso corpo é só tão somente o meio
Do Amor. Palavras são, em si, o seu fim,
Virando quase autônomas, eu creio.
        Não faço apologia deste, assim,
        Amor sem corpo, sem carne e tesão,
        Mas faço um elogio das almas, sim.
Há Amor que se faz Carne, mas que não
Foi Verbo. Amor sem vida, sem razão.

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