sábado, 2 de dezembro de 2017

SONETO

Somos, amor, poetas. Eis a nossa
Mazela. Nós gozamos nossos versos
Diversos. Sós, curtimos nossa fossa. 
Ficamos nas palavras nus, imersos,
Criando novos ritmos, novas rimas,
Ludibriando os nossos vis avessos.
À noite, tu me dás um mote e cismas,
Eu monto e te completo neste embalo,
Regozijando as nossas obras primas.
O tempo está cruel no seu badalo, 
Manda acordar e não vai dar acordo,
Matando o teu tesão quando eu me calo. 
Somos poetas, sempre a nós recordo
Que amar palavras não nos mata o corpo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário