Era uma vez lá longe em
País de São Saruê
Um juiz que condenou
Com tanta convicção
Que a pena aumentou do réu.
Assim, disse esse juiz
Ao seu destemido réu:
"Solto-te amanhã se tu
Me prometer, com papel
Assinado e carimbado,
Com esse povinho jamais
Tu nem sequer se meter
E nunca mais liderá-los."
Sem precisar nem pensar:
"Sentenciou, o Magistrado,
Num tribunal de seus pares,
Não num júri popular.
E não quer que eu me submeta
Ao siso dos meu iguais?
Mas se o Sr. Magistrado
Tem provas de qualquer crime
Por que negociaria comigo?
Fatos não se negociam.
Se comigo faz acordo
É porque vê o criminoso
Aprisionado nas barras
Da moldura especular.
Se sabes que sou bandido
Aprisiona-me e me deixe
Na câmara de tortura
Da solitária de teus
Inimigos, desafetos,
A apodrecer como queres.
Se tem dúvidas do crime
Ou, como muitos já creem,
A certeza da inocência,
Ao meu Povo me libertas
Ou ao julgamento Dele
Tu serás assujeitado."
Quem julga o maior juiz?
Quem dele nos salva quando
Ele é o máximo corrupto?
Quando as leis para os iguais
Tornar-se-á para todos?
Quando a classe dos juízes
Deixará de ser a classe
Dos sobrenomes muitos
Poderosos para ser
A classe dos humanistas?
MORAL:
Quem faz as leis, para quem?
12/06/2018
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