Em pouco mais de 24 horas o atual
time do Santos enfrentará o jogo de sua vida: final do mundial de clubes contra
o já mítico time do Barcelona. Todos os jogadores, comissão técnica e torcedores
estão voltados para este confronto. Para dois indivíduos, no entanto, este
embate é crucial.
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Para Neymar é a chance de provar
que já é um world class. Que pode ser
colocado no mesmo patamar de Messi, Cristiano Ronaldo, Xavi – e hoje, pelo que
está fazendo em campo pelo combalido time do Arsenal, Robin van Persie –.
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Para Muricy Ramalho, é a chance
de mostrar que é um dos melhores técnicos do mundo. Ganhou 3 ligas nacionais –
uma das top 5 da FIFA – seguidas, além de uma Copa Libertadores, a única
competição com o mesmo nível – pelo menos de importância – da UEFA Champions League.
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Estranhamente, talvez aquilo que
possa mais dar certo contra o futebol
total catalão – herdado diretamente
da dupla Michels-Cruyff pelo jovem Guardiola – é o anti-futebol do técnico
santista, alcunhado tão oportunamente de Muricybol.
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Uma retranca fortíssima com o máximo
possível de jogadores; saída em velocidade extrema nos contra-ataques; aposta
na individualidade; chutões da defesa para o ataque atrás da ligação direta –
na esperança que o centro-avante segure a bola na frente –; ênfase na bola
parada. Esta é a receita do Muricybol, e talvez o que mais funcione contra o Barca.
Sobretudo pela ausência de força física do time de Guardiola.
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Os bleugranas não são perfeitos, como muitos imaginam. A ausência de
uma força física e potencial aéreo no time são notórios. Contudo, numa equipe tão
talentosa e tão bem sincronizada, são prescindíveis. Mas foi na bola parada para
a cabeçada do zagueiro Thiago Silva que o Milan empatou no primeiro jogo da Champions e quase repetiu a dose no jogo
de volta. Este é o preço que o Barça paga para estar recheado de atletas
extremamente habilidosos e rápidos. Quanto mais baixos os jogadores, mais hábeis
são – tem tudo a ver com o centro de gravidade mais baixo –, quanto mais leves,
mais rápidos. É uma soma básica. Raros são os Zidanes e os Ronaldos que
conseguiam conciliar altura e força com habilidade.
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E uma coisa que o Santos tem é
zagueiro alto. Outro somatório é um técnico especialista em preparar jogadas de
bolas paradas – por muitas décadas no Brasil acreditava-se que treinador era
pra orientar o posicionamento da defesa e inventar jogadas de bola parada, e
deu seus resultados –.
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O contra-ataque em velocidade,
contudo, é o item mais importante nesta receita. Foi assim que o Arsenal bateu
o Barcelona no início do ano no Emirates
Stadium. Foi somando uma defesa sólida, uma jogada de velocidade de Di
Maria sobre Dani Alves com um conseqüente cruzamento perfeito para a cabeçada não
menos perfeita de Ronaldo, que o Real Madrid bateu o Barcelona pelo título da
Copa do Rei de Espanha.
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E o mais importante. NÃO HÁ JOGO
DE VOLTA. O Arsenal até venceu em casa o Barça, mas como segurar o ímpeto do
time azul-grená na volta? Não segurou. Jogo único. Se Muricy não levar gol,
pode tentar ser campeão nos pênaltis. Os santistas seriam os mais felizes da
Terra e o mundo ficaria um pouco mais triste, pois a covardia e o não futebol
teria batido o que há de melhor no esporte.
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Só resta torcer para que SE o
Santos vencer, seja – mesmo na receita de Muricy – no talento de Neymar. Ramalho
sempre apostou nos embates individuais – Messi provavelmente terá DOIS
MARCADORES INDIVIDUAIS, um volante, caso La Pulga
desça para o meio-campo, e um zagueiro, quando estiver jogando de centro-avante
–, que aposte também na individualidade de Ganso e Neymar sobre os seus adversários.
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