Voltamos a um tempo de fuzilar toda poesia
Neste tempo, para quê falar de sol
de manhãs
de adultérios?
Meninas são fuziladas pelo Estado
Neste tempo, para quê falar de festas
de danças
de bebidas?
Meninas são fuziladas pelo Estado
Neste tempo, para quê falar de olhos
de beijos
de abraços
de paixão?
Meninas são fuziladas pelo Estado
Neste tempo em que as armas são
os filhos
prediletos
de Mamon
Estamos, diariamente, fuzilando meninas
Ou ressuscitamos a poesia do fuzil
de amor e
de luta
Ou continuaremos, por omissão,
fuzilando meninas
em nome do Estado
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