Num crime indigno que fez
Matou o chefe e tomou o bando.
E crimes 1, 3, 6, 10
Cometeram sob seu mando.
É colheita de sebaça,
É estupros de mãessenhoras
E das virgens de cabaça,
Pisar no povo co' esporas,
Era assalto, era de-guerra,
Era de guerra fazia.
Maldade que o povo ferra,
Maldade d'alma vazia.
E tudo isto arquitetava,
Trás do bando de Zé Tonto
Que já diziam que estava
Na chefia todo pronto.
E em que parte do Sertão,
O serviço do cangaço
Espalhando eles então
Foram se dar com fogo e aço?
Dizem que foi muito perto
Do rio-pai, o São Francisco,
Mas por todo esse deserto,
Todo lado é São Francisco.
Foram três dias de cerco
Num todo de descampados,
e se na conta não perco,
Foram centos desalmados!
Chovia bala e o Céu não
Chovia, o chão alagado
De sangue, porque no chão
Não se via outro molhado.
Mas é uma triste visão?
Quem já ouviu destes guerreiros-
-Escravos estórias não
Duvida dos verdadeiros
Atos de grande bravura
Cheios de coragem falsa
Que aparece da loucura
Da pólvora-com-cachaça,
E pelo medo do açoite,
Que são tudo que o vaqueiro
Tem. E a solidão da noite
Que na moda do violeiro
Um sonho de liberdade
Vira (pois quem tudo deve:
Farinha, arroz, dignidade,
Nunca tem o sono leve),
Pois a Poesia fica
Sendo a matéria das vidas
Pra quem a vida dedica a
Deixar outras desprovidas.
.
Na próxima parte, a guerra entre os jagunços e o combate singular final entre Zé Tonto e Tõe da Vaca, fica para a parte 4!
Espero que estejam gostando! SAUDAÇÕES!!
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