segunda-feira, 14 de novembro de 2011

VASCO X BOTAFOGO: QUANDO A EFICIÊNCIA (SEMPRE) VENCE OS JOGOS

Dois erros de saída de bola, dois contra-ataques, dois gols. Sem contar dois incríveis salvamentos do melhor goleiro do Brasil - um pênalti e uma defesa a la Banks!-. Este é o resumo da noite de domingo entre Botafogo - completamente fora da briga pelo título agora - e o Vasco.
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Num primeiro momento imaginei que o Vasco jogaria numa espécie de 4-6-0 (4-3-3-0), como o Botafogo de 1989 e a Roma de Spalletti, mas isso não ocorreu. Embora tenha sido difícil realmente de definir a posição de Diego Souza, jogou quase sempre de falso nove, função que não cumpriu bem.
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Pelo lado do Botafogo terrível jogo de Maicosuel, Elkeson, mas principalmente de Cortês, Herrera e Fábio Ferreira, os três responsáveis direto pelos gols.
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Os técnicos já descobriram como parar o Botafogo e se utilizam da mesmíssima estratégia desde a derrota para o Atlético goianiense. Com base em um 4-3-2-1 ou 4-3-1-2, os técnicos adversários montam duas barreiras de frente à área, uma primeira de quatro zagueiros e uma segunda de três volantes. Além disso, deslocam um ponta para as costas de Cortês, aproveitando-se do fato dele subir muito, voltar nunca e Marcelo Mattos não cumprir seu papel de cobertura decentemente, como mostra o campinho abaixo:
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Assim, a grande vantagem da equipe, o dois contra um na extremidade do campo - sobretudo na esquerda - desaparece. Um volante pega o Cortês, o lateral pega Maico/Elkeson, e ainda tem uma sobra de um zagueiro ou um volante pelo meio. O resultado é que eles têm que tocar para o meio e não encontram em quem fazer esse passe. A ausência de um 10 é notória aqui. Elkeson é ponta-esquerda, não ponta-de-lança. Ao pegar a bola ele irá pra cima do adversário, é o que faz, é o que sabe fazer. Mas nesse momento é necessário um passador. Alguém que se aproxime da extremidade para o passe e jogue de primeira e de segunda, no máximo, fazendo assim um 3x2. 
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Se o volante central tentar acompanhá-lo para impedir a superioridade numérica na ponta, abre o meio para a chegada de Renato que teria toda a entrada da área livre para o passe/chute ou, se tivesse a cobertura do terceiro volante, a outra ponta teria um 2x1 do ponta e do lateral contra o lateral adversário.
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Então o que falta, OFENSIVAMENTE, no Botafogo? Um verdadeiro 10 no triângulo central. O homem trazido para a função - Felipe Menezes - não está dando cabo da mesma. Nessas horas muitos sentirão falta de Lúcio Flávio, é o jogo perfeito para ele - e o típico jogo que costumava apagar e sumir de campo -. O Botafogo só conseguiu penetrar duas vezes na área, todas com levantamentos diagonais, e todas no primeiro tempo. Na primeira, Elkeson matou no peito e chutou em cima de Prass, na segunda, Herrera recuou de peito para Prass - vou descontar jogada parecida que Herrera chutou pra fora, ele estava impedido -.
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 Outra solução é a saída imediata de Herrera. Passou a semana inteira reclamando de jogar de ponta. Em torno dos 20 minutos do primeiro tempo, Caio Júnior mudou o esquema do time. De 4-2-3-1 passou a 4-4-2 (vide o campinho abaixo). Herrera jogou onde mais, segundo ele, rende, próximo a Loco Abreu. Não só sumiu do jogo, como o time piorou. A entrada de Caio na direita com seu drible em velocidade melhorou o time, em duas jogadas fez mais que Herrera em dois jogos inteiros, mesmo assim, Caio ainda não é suficiente. O que deve fazer muito botafoguense se perguntar: "E se na direita fosse o Jobson"? 
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É nessas horas que se espera, também, um Prof. Pardal. Mudar o time, qualquer mudança das mais loucas deve dar resultado. Mas o Caio Júnior, que é muito bom tático, ainda é muito deficiente nas mudanças de jogos. Só muda no mais óbvio e quase sempre quando não dá mais tempo. Saiu Marcelo apenas porque se machucou. A mudança de Herrera foi a pior. Só saiu depois do time estar perdendo por dois gols e levar um amarelo. Eu? O adversário tinha um atacante - ou dois, se contarmos o ponta direita como atacante, embora estivesse jogando mais de meia -, PARA QUÊ UMA LINHA DE 4? O óbvio nessa situação seria recuar Marcelo para zaga e liberar de vez Cortês e Lucas - de 4-2-3-1 para 3-3-3-1 -. Evitaria muitas surpresas nas costas dos laterais. Se Mattos machucou, trocasse-o por um zagueiro, Bruno Tiago só não foi pior em campo do que Herrera, Cortês e Fábio Ferreira.
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DEFENSIVAMENTE, onde o Botafogo tem mais errado? Como já foi escrito por mim várias vezes, no sistema de cobertura. Contra times de dois atacantes, como está sendo praxe se jogar contra o Botafogo, não é necessário uma linha de 4 atrás, pode se dar liberdade para Cortês como ele gosta. O problema é fazer a basculação certa. No primeiro gol, notem, os dois laterais estavam na frente ao mesmo tempo - o que não pode acontecer JAMAIS numa linha de 4 -, os volantes estavam sem fazer cobertura dos mesmos - o que não pode acontecer JAMAIS numa linha de 4 -, o Fábio Ferreira saiu jogando como líbero e soltou a bola nos pés do volante adversário - Fábio Ferreira como líbero não pode acontecer JAMAIS -. Daí o contragolpe na ponta-direita, o coitado do Antônio Carlos ficou sozinho contra 4 vascaínos. O jogador mais recuado a chegar no lance foi Lucas, o lateral direito, e o gol foi feito por um volante que chegou ATRÁS de Lucas.
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A basculação deveria ser simples, não entendo como o time continua errando isso, pois até não profissionais da área sabem como funciona (campinho abaixo). Mas, é claro, o maior erro é de Cortês que sai sempre - Lucas normalmente só sobe quando acionado por Renato - e fica parado olhando para ver o que acontece quando perde a bola. Veja na imagem que, se Cortês - ou Lucas - subir, os outros três zagueiros devem ir em direção ao espaço deixado, ou Mattos ir para esquerda, virando um falso lateral, deixando a frente da área para Renato proteger. É bastante simples e básico no futebol.
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Abraços a todos, nos vemos na próxima, SAUDAÇÕES.

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